Foi-se o tempo em que na vida existia apenas “sequestro real”. Num mundo cada dia mais high tech, o “sequestro virtual” virou a bola da vez por diversos países, no Brasil e, até mesmo, em Sergipe. Tal “rapto” nada mais é do que a invasão de uma espécie de vírus, Cavalo de Troia – malware – de codinome ransomware em computadores de empresas, de uso pessoal, que bloqueia o acesso a dados, ao sistema, liberando-o tão somente em troca de bitcoins – moeda da internet.

O proprietário de uma clínica odontológica, que prefere não se identificar, passou por essa dor de cabeça tremenda dois meses atrás. “Apareceu uma mensagem na tela informando que os seus dados foram sequestrados. Para reavê-los, era necessário fazer um pagamento em bitcoins e, depois, eles prometiam mandar um e-mail”, relembra.

Contudo, o proprietário da clínica não deu dinheiro aos “sequestradores”. “Eu tinha um backup de todos os dados. Recuperei tudo depois”, informa. De acordo com o especialista em Redes de Computadores, professor universitário de cursos da área de computação e gerente de Projetos da Empresa Sergipana de Tecnologia da Informação – Emgetis -, Ricardo Torres, esta é a melhor saída: não pagar.

NUNCA PAGAR
“A recomendação é nunca pagar porque não há a menor garantia que a vítima receberá seus dados de volta”, afirma Ricardo. Uma vez não pago, o especialista em Redes aconselha que o usuário infectado formate o computador completamente. “A recomendação é procurar um técnico, alguém da área. Mesmo que você use antivírus, é muito mais seguro formatar”, diz.

Especialista em Redes, Ricardo Torres aconselha como se livrar do Cavalo de Troia

“Não existe nenhuma garantia que, pagando o “sequestro”, os dados serão recuperados”, informa Ricardo. Por isso, está com a proteção virtual em dia é extremamente importante para evitar dor de cabeça futura. De acordo com o especialista, os mecanismos são os mesmos para qualquer sistema operacional de um computador.

“É preciso atualizar sempre o sistema, ficar atento ao modo de operação do usuário, não abrir arquivos desconhecidos, ter um mínimo de cuidado com aquilo que vai se executar”, explica Ricardo. Porém, boa parte da população é leiga nisso. “As pessoas recebem um e-mail (falso, corrompido) da Justiça Federal, por exemplo, e tudo pode acontecer quando se abre”, diz o especialista.

BACKUP SEMPRE
Outra dica importante, ou melhor, outro fator primordial para manter os dados protegidos, como bem fez o proprietário da clínica, é realizar backup constantemente. “Quem perde dados digitais, não tem como recuperar mais”, frisa Ricardo. Mas é preciso atenção na hora da execução. “Fazer um backup num CD e guardar de uma forma não muito adequada é arriscado. Pode não funcionar mais”, diz o especialista.

Segundo Ricardo, pelo menos três empresas de Sergipe e várias pessoas físicas já tiveram seus computadores atingidos por ransomware nos últimos meses. “Mas será pouco provável alguém dizer que foi atacado. A empresa que é atingida não divulga, pois é marketing negativo, expõe sua fragilidade de forma pública. Essas coisas ficam bem veladas”, afirma.

“O ataque de ransomware tem como foco empresas, porque tais tem dados comprometedores, que comprometem a saúde se perdê-los”, informa o especialista em Redes. Ele dá exemplo de um escritório contábil. “Por lei, uma empresa de Contabilidade tem que guardar dados dos clientes por cinco anos. Então, pode ficar em maus lençóis, se forem pedidos”, diz.

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