Curitiba/PR – A Polícia Federal, em cooperação com o Ministério Público Federal e com a Receita Federal, deflagrou na manhã de hoje (19/2) a 60ª fase da Operação Laja Jato, denominada Ad Infinitum. O objetivo foi apurar a existência de um complexo e sofisticado método de lavagem de dinheiro, envolvendo o repasse de quantias milionárias ao chamado Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.

Essas atividades aconteciam por meio da atuação de operadores financeiros, entre os anos de 2010 a 2011, para que a empresa irrigasse campanhas eleitorais e efetuasse o pagamento de propina a agentes públicos e políticos aqui no Brasil.

Cerca de 50 policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão, em 10 localidades, além de 1 mandado de prisão preventiva, nas cidades de São Paulo, capital, São José do Rio Preto, Guarujá e Ubatuba, todas no estado de São Paulo. Os mandados foram expedidos pela 13ª. Vara Federal de Curitiba-PR.

O preso é um operador financeiro já indiciado em outras fases da Operação Lava Jato. Ele é suspeito de ter fornecido grande parte dos recursos para a empresa. Também foi determinada ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros dos investigados.

As investigações tiveram início a partir de depoimentos e colaborações colhidas dos próprios funcionários da Odebrecht e de doleiros investigados em fase anteriores da operação. Isso permitiu apurar que, entre os anos de 2010 e 2011, um dos investigados mantinha em território brasileiro cerca de R$ 100 milhões, em espécie, e conseguiu, ao longo deste período, repassá-los ao Setor de Operações Estruturadas da empreiteira. O objetivo era possibilitar que esta fizesse caixa para financiamento de campanha eleitorais e pagamento de propina a agentes públicos.

Depois dos valores repassados, a fim de ver recebido o dinheiro de volta após o empréstimo ilícito, o principal investigado se valeu de cooperação de operadores financeiros, que atuavam lavando o dinheiro devolvido pela Odebrecht, por meio de empresas e contas no exterior que passavam assim a justificar os recursos usados indevidamente.

O preso será levado para a sede da PF em São Paulo e posteriormente trasladado para a Superintendência do Paraná, onde será interrogado.

Será concedida coletiva de imprensa, às 10h, no auditório da Superintendência Regional da PF em Curitiba-PR.

***O nome da operação remete ao fato de o caso parecer tratar de mais uma repetição do modo de atuação de alguns integrantes da organização criminosa, remetendo a um ciclo criminoso que parece não terminar.

Fonte: Agência de Notícias da Polícia Federal

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