Seja em alta ou em baixa, valorização da moeda americana tem impacto no dia a dia do brasileiro

De segunda a sexta-feira, o Dólar americano é vendido e comprado nas diversas bolsas de valores espalhadas pelo mundo, mas o que pouca gente entende são os impactos da valorização da moeda americana, seja em alta ou baixa, nas nossas vidas – mesmo aqueles que não pretendem ir para a terra do Tio Sam.

Por ser a moeda mais forte do mundo, o Dólar americano é utilizado na maioria das transações comerciais, das matérias-primas aos produtos mais industrializados. Nas últimas semanas, as oscilações na valorização da moeda, sempre sendo vendida em torno dos R$ 3,80, tem impacto em diversos setores da economia brasileira, das padarias às indústrias.

Nesta sexta-feira (22), o dólar comercial fechou o dia sendo vendido a R$ 3,902, valor maior do que já havia sido cotado no dia 07, quando a moeda foi vendida a R$ 3,884, a maior cotação até então. Segundo o economista Igor Goes, diversos fatores explicam a valorização do Dólar perante o Real.

“Durante a crise do governo Temer o dólar chegou a ser vendido por R$ 4,19 e de lá para cá, somente com a expectativa da vitória do Bolsonaro nas Eleições, o dólar vinha caindo. Quando o governo assumiu e tomou medidas consideradas acertadas pelo mercado, a moeda teve uma queda um pouco maior, mas o mercado acaba acreditando que os efeitos políticos extra econômicos que o governo tem passado acabam influenciando no próprio processo econômico. E tudo isso acaba influenciando na valorização do dólar comercial”, explica.

Impactos no dia a dia

Igor explica que existem produtos que são essenciais para o país e que precisam ser importados. Esse fato faz com que alguns itens que fazem parte do dia a dia dos brasileiros sejam vendidos a preços mais altos do que antes, devido a cotação da moeda americana. Uma dessas matérias primas que são compradas em Dólar e que uma hora ou outra tem o custo repassado para dos clientes é a farinha de trigo. Ingrediente básico para os pães que diariamente consumimos.

“O aumento do dólar nos impacta principalmente com relação a farinha de trigo, que é importada da Argentina. Consequentemente, quase todos os nossos produtos sofrem reajuste e o cliente sente isso e reclama. Nós ainda não repassamos esses custos para os nossos clientes, estamos esperando para ver se a moeda vai parar de oscilar para que o reajuste não assuste o nosso cliente. Mas para se ter uma ideia nos utilizamos 10 sacas de farinha de trigo por semana, então o impacto é muito grande”, explica Celina de Oliveira, dona de uma delicatessen.

Para o coordenador do Fórum Empresarial de Sergipe, Milton Andrade, a cotação do Dólar tem dois vieses, ele ajuda quem vive de exportação e ajuda o turismo local porque o produto brasileiro fica mais barato para quem é estrangeiro. Mas por outro lado aumenta o preço de itens básicos, como combustíveis e outras commodities que são comercializadas em dólar, o que eleva a inflação.

“Para os exportadores brasileiros a alta do dólar acaba sendo um grande ganho porque você acaba tendo uma grande diferença de preço. Ele consegue ter uma margem de lucro maior sem mexer em nada na sua produção aqui no país. Além de desestimular a importação e estimular a indústria local a cobrir essas lacunas criadas”, comenta.

Milton Andrade lembra, por se tratar de um aumento recente, a indústria sergipana ainda não consolidou os seus números, mas a tendência é que ela seja beneficiada.

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