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Em seis anos, Sergipe registrou mais de 16 mil acidentes de trabalho
Segundo dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, 16.284 acidentes de trabalho foram registrados em Sergipe entre os anos de 2012 a 2018, e 121 mortes no mesmo período. Corte, laceração, fratura, escoriação, contusão e esmagamento são algumas das ocorrências registradas, principalmente em atendimentos hospitalares, construção de edifícios e coleta de resíduos não-perigosos.
Para chamar a atenção da sociedade com o objetivo de mudar essa realidade, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e vários órgãos parceiros realizam mais uma edição do movimento Abril Verde. Prédios e monumentos serão iluminados de verde, em memória das vítimas de acidentes e doenças do trabalho.
De acordo com o procurador do Trabalho, Albérico Neves, o impacto financeiro causado pelos acidentes de trabalho é altíssimo. Entretanto, o que mais chama a atenção é o impacto causado diretamente na vida das vítimas de acidentes de trabalho e adoecimentos laborais. No Brasil, ocorre um acidente de trabalho a cada 48 segundos, uma morte a cada 3h31 minutos. Desde 2012, foram 15 mil mortes acidentárias notificadas e outros 4.676.605 de acidentes.
De janeiro de 2012 a março de 2019, o MPT em Sergipe autuou 321 procedimentos investigativos para apurar causas de acidentes de trabalho. Nesse período 31 ações foram ajuizadas pelo MPT-SE. Dos 16.284 acidentes registrados em Sergipe, 2,8 mil casos registrados de acidentes somente no ano de 2018.
Ainda segundo o Ministério Público do Trabalho, o trabalhador que se sentir lesado pode procurar a instituição e formular uma denúncia, não é necessário que ele se identifique.
ACIDENTES E DOENÇAS
No Brasil, a construção civil é o setor que mais tem acidentes fatais, amputações, esmagamento, mas outras atividades econômicas como o telemarketing e o comércio têm chamado a atenção de especialistas para um dado que tem crescido consideravelmente, os afastamentos por doenças no trabalho.
Atividades com alta empregabilidade como telemarketing e lojas de departamento são as maiores causadoras de afastamento por adoecimento no trabalho. “Hoje os afastamentos psiquiátricos e os afastamentos por lombalgia têm superado as notificações da construção civil por acidente típico. Os números são altos e poderiam ser maiores, porque o adoecimento não está sendo comunicado como deveria à Previdência. Essas empresas como telemarketing e lojas de departamento tem reconhecidamente uma subnotificação. Esse é o grande problema do Brasil é superar essa subnotificação para que de fato ações que beneficiem o trabalhador sejam implementadas”, critica Albérico Neves.
A lista de doenças relacionadas ao trabalho é longa, a exemplo de depressão, lesão por esforços repetitivos, surdez, tendinite, dificuldades respiratórias e dermatoses.