“Medidas de flexibilização vão depender do cenário”
Por Habacuque Vilacorte – CinformOnline
A reportagem do CinformOnline conversou com a secretaria de Estado da Saúde, Mércia Feitosa, logo após a exposição feita por ela, essa semana, para os deputados estaduais de Sergipe, em sessão remota na Assembleia Legislativa, sobre as ações na Pasta de combate à pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Na oportunidade ela responde aos questionamentos a respeito de uma possível retomada do setor produtivo e sobre os resultados dos exames represados do Lacen (Laboratório Central do Estado) que foram encaminhados para a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Confira a seguir esta breve entrevista na íntegra:
CinformOnline: Iniciando a entrevista, vamos à pergunta que não quer calar: existe alguma perspectiva sobre a retomada do setor produtivo? O governador sinalizou para essa possibilidade a partir do dia 15. Qual a avaliação da Saúde Estadual?
MÉRCIA FEITOSA: Nós temos um plano que será apresentado pelo governo do Estado na próxima semana (estes dias) que está pautado nos dados da ciência, da epidemiologia. Tudo feito com muito compromisso e muita cautela. Qualquer medida de flexibilização vai depender do cenário que a gente está avaliando. Diante dos indicadores, a gente parte para o plano, que deverá ser apresentado nesta segunda-feira. Tudo o que tiver que acontecer se dará no momento oportuno para não haja um prejuízo, principalmente um estrangulamento do Sistema de Saúde.
CinformOnline: Há toda uma preocupação com os resultados dos exames represados no Lacen e que foram enviados para a Fundação Oswaldo Cruz. Já há uma previsão para a divulgação desses dados?
MÉRCIA FEITOSA: Eles serão divulgados à medida que forem chegando (os resultados). Nós enviamos as amostras e assim que eles enviarem os resultados nós divulgaremos de imediato.
CinformOnline: Ainda sobre o quantitativo de infectados em Sergipe, há uma preocupação quanto à curva de contaminação aqui no Estado. Já existe alguma previsão de quando atingiremos o “pico” ou de quando estaremos na “descendente”?
MÉRCIA FEITOSA: Como tem um déficit de resultados, por enquanto a gente não tem como dizer. Se tá acima ou se tá abaixo. A gente vai precisar ter todos os resultados em mãos para ter esse desenho mais concreto.
CinformOnline: Para deixar claro para a sociedade sergipana, a rede de saúde pública do Estado está colapsada ou não? E a rede privada?
MÉRCIA FEITOSA: De jeito nenhum! No segmento privado existe um percentual maior de ocupação neste momento que está bem superior ao do SUS.
CinformOnline: E quanto ao “Lockdown”? Alguns órgãos têm sugerido esse tipo de medida extrema, como o Consórcio Nordeste, por exemplo. Em sua avaliação, ele é realmente necessário?
MÉRCIA FEITOSA: A recomendação do Lockdown foi feita de uma análise bem anterior à situação que estamos vivendo.
CinformOnline: E quanto a polêmica dos respiradores? O Governo do Estado chegou a comprar algum durante esta pandemia? Quantos? E como ficou aquela situação do Consórcio Nordeste?
MÉRCIA FEITOSA: (A compra feita pelo) Consórcio Nordeste tem a sua própria competência. Não foi uma compra do governo de Sergipe, mas sim uma compra compartilhada. E o Consórcio Nordeste está a frente dos processos.
CinformOnline: Mas o nosso Estado possui recursos no caixa para a aquisição de mais respiradores?
MÉRCIA FEITOSA: Se precisar a compra, temos recursos. Toda a nossa rede conta com respiradores. Em todos os leitos que estamos ampliando já contam com o respirador. É um leito qualificado com todos os equipamentos.
CinformOnline: Durante sua exposição na Assembleia Legislativa, um dos temas mais tocados foi sobre o Hospital de Campanha da Prefeitura de Aracaju. Muito se questiona sobre a ausência de leitos de UTI. Aquela unidade não auxiliaria muito mais o Estado se aquele hospital fosse “porta aberta”?
MÉRCIA FEITOSA: Porta aberta é uma situação e leitos de UTI é outra. É uma definição que a Prefeitura de Aracaju teria que ter avaliado. A gente tá fazendo aquilo que nos comprometemos que seria a ampliação de leitos. Estamos ajudando e dialogando com Aracaju no que for possível. Eles estão ampliando os leitos de estabilização que é algo que também vai nos ajudar.
CinformOnline: Concluindo a entrevista, a Assembleia Legislativa está doando para a Secretaria de Estado da Saúde, exatos R$ 679,5 mil para a compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). É uma ajuda que chega em boa hora, não?
MÉRCIA FEITOSA: É uma doação oportuna porque os EPIs representam o nosso maior consumo e o quantitativo do que foi ofertado, vai cobrir um mês, ou seja, teremos Equipamentos de Proteção Individual suficientes para atender toda a nossa rede de profissionais com a doação feita pela Assembleia Legislativa.