Hoje, quero chamar sua preciosa atenção para a inspiração que move esta coluna. O conhecimento histórico é um elemento transformador e libertador para qualquer sociedade. Na busca pela compreensão e até mesmo provocação, o objeto de estudo da história é o ser humano e suas relações no tempo e no espaço. À medida que aperfeiçoamos a consciência histórica, a visão de mundo amplia-se, permitindo que novos horizontes sejam contemplados.
A história não se resume à simples repetição dos conhecimentos acumulados ao longo da vida, ela é viva, mutável e por isso, possui essa característica humana, de modo que nós, os “homens”, ao mesmo tempo em que participamos, também compomos o seu elemento de estudo. Somos agentes nesse processo, assim como, produtores dessa narrativa temporal.
A despeito das grandes inovações tecnológicas e até mesmo pedagógicas, faz-se necessário o incentivo à leitura, a compreensão e a produção historiográfica. É preciso situar-se enquanto ser histórico. Para isso, é importante que seja posta em prática a aprendizagem de conceitos e fatos, levando em consideração os conhecimentos prévios e as representações individuais e coletivas de cada um.
Existe um trajeto que acredito ser válido percorrer: informação, compreensão e explicação. Deixa-me ser mais claro: A informação por si só não basta, ela está presente nos jornais, revistas, sites e na televisão, por exemplo. Não deixa de ser um avanço, mas a informação só se transforma em conhecimento, quando devidamente organizada. É bom deixar bem definido os termos e não confundir “informar” com “educar” ou até mesmo “conhecer”.
Consiste exatamente neste ponto o valor de um professor de História. O profissional da área observa, explica e contextualiza os fatos, permitindo que seu aluno, leitor, receptor transforme a informação adquirida em conhecimento e posteriormente leve-o à construção da síntese histórica.
A grande questão em torno desse pano de fundo, meus amigos, concentra-se justamente na primeira ideia apresentada no início desse texto – o conhecimento liberta – entretanto, nem todos desejam que essa libertação, de fato, chegue as mais distintas camadas sociais. Para estes, torna-se mais cômodo e conveniente uma sociedade alienada do que questionadora ou provocadora. Percebeu a ideia?
Sem querer entrar no mérito da questão, no nosso país, empresário, artista, padre e até pastor têm partido, mas o professor…
Escola sem partido ou só o meu partido? A quem interessa o silêncio do historiador? Que proveito há num estudo histórico baseado simploriamente em datas e grandes heróis, senão a mera repetição retórica? Perceba, caríssimo leitor, que o estudo criterioso da narrativa histórica, aguça o senso de criticidade humana.
Conhecer a história permite que erros do passado não sejam repetidos, retira o indivíduo da margem do senso comum e o insere num patamar de constante evolução cognitiva. Além disso, o conhecimento histórico contribui para a compreensão do homem enquanto ser que constrói
Interesse-se pela história, pois ela serve como instrumento de conscientização na árdua tarefa de construir um mundo melhor através de uma sociedade mais justa e equânime. Suba degraus. Liberte-se. Todos nós temos uma história para contar, carregada ou não de sentimentos e emoções; vividas, contadas ou aprendidas. Talvez possamos contribuir com este processo. Estamos aqui todas as segundas, no Café, com uma boa história para contar. Lembre-se, um povo sem história é um povo sem memória.
Por Ermerson Porto – Licenciado e mestre em história pela Universidade Federal de Sergipe. Membro da Academia Maruinense de Letras e Artes (AMLA) e Integrante do Grupo de Pesquisa: Poder, Cultura e Relações Sociais na História (CNPq/UFS)