Ministro do Supremo Tribunal Federal acusa o Procurador Geral da República de fazer chantagem com os membros do STF
Um dia após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vir a público e dizer que a delação dos executivos da JBS será reavaliada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, chamou, nesta terça-feira (05), Janot de delinquente e tentou chantagear o Supremo. “O procurador-geral da República, mais uma vez, deu curso à sua estratégia de delinquente e fez uma chantagem com o Supremo Tribunal Federal”, disse Mendes ao Poder360.
Em Paris, Mendes retorna ao Brasil na próxima quinta-feira (07). De Paris, o ministro teria enviado uma mensagem para a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, sugerindo que o Tribunal se posicione a respeito do fato o quanto antes.
O procurador-geral da República convocou a mídia para dar uma entrevista às pressas e relatar fatos gravíssimos em uma nova gravação recém-apresentada por Joesley Batista, um dos sócios da JBS e delator da Operação Lava Jato. Neste áudio – com diálogo entre os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud, segundo Janot, o empresário implica o ex-procurador da República Marcelo Miller, que foi seu auxiliar na PGR, e cita integrantes do Supremo em um contexto que pode ser indício de irregularidades.
Mendes se refere a este trecho em que o procurador-geral cita ministros, sem mencionar nomes, que ele estaria fazendo “chantagem” ao STF. Para ele, a gravação pode ter citações aos magistrados do Supremo, mas nenhuma prova sobre algo que os comprometa. Enquanto o ministro Marco Aurélio Mello pediu nomes, Mendes tentou desqualificar a denúncia de Janot, a mesma estratégia utilizada pelo Palácio do Planalto.
No entanto, caberá ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, decidir como proceder sobre o sigilo do conteúdo da conversa – remetida nesta segunda-feira por Janot ao Supremo. Enquanto o áudio não estiver disponível não será possível saber exatamente quais são as referências ao STF. Janot deixa o comando da PGR no próximo dia 17 de setembro. No dia seguinte, a subprocuradora Raquel Dodge assume.
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