Por: Edvar Freire Caetano
A canção popular acredita que um valente é o vencedor dessa luta. Mas, a compositora, Fernanda Abreu, romantizou a letra ao ignorar, na sua bela visão artística, que nessa luta de verdade não há vencedores.
Por milênios desse conflito, são os pequenos crustáceos, os moluscos, os peixinhos que pagam pela ambição desmedida do mar, que se atira inconsequente contra os rochedos, que, por sua vez, não arredam o pé.
É isso que acontece no Brasil. Desde a posse do inflamável presidente Bolsonaro, trava-se um duelo entre o executivo e o Supremo Tribunal Federal. Duas forças gigantescas, que deixam em segundo plano a agenda de desenvolvimento do Brasil, para apegar-se a um duelo de egos, onde as sandálias da humildade são incineradas nessa malsinada fogueira de vaidades.
O princípio de equilíbrio entre os poderes é subtraído pela arrogância, quando a essência da democracia deixa de existir para dar espaço a narrativas esdrúxulas, que colocam o Estado em permanente alerta e a nação perdida em completa insegurança, avaliando qual seria o melhor entre os piores cenários.
É chegada a hora de somar, e não de dividir forças: Supremo, Congresso, Executivo, juntos, apostando em uma agenda positiva e que recoloque o Brasil no trilho da confiança de investidores estrangeiros; que dê espaço para sonhar aos milhares de empresários deste país e aos milhões de brasileiros.
Que os políticos de cúpula pensem no Brasil, e não apenas nesse improvável Fundo Partidário de impressionantes R$ 6 bilhões, em plena crise econômica. Que não antecipem a disputa eleitoral com tantos e tão altos prejuízos para a retomada do crescimento.
Assim como na luta de milhares de anos entre o rochedo e o mar, onde são sacrificados pequenos seres viventes, nessa guerra de gigantes do poder no Brasil sobram prejuízos para a população mais pobre, para os pequenos empresários, para os milhões de desempregados.
“Guarda, a que hora estamos da noite?” (Isaías 21:11) ¬ Parece tarde, mas, ainda há tempo!