Laércio Oliveira se posiciona, trabalha no grupo para disputar o governo, mas não descarta o Senado

Desta vez a equipe do CINFORM ONLINE, conversou com o deputado federal, Laércio Oliveira (Progressistas) que, pela primeira vez, reafirmou que está pronto para disputar a eleição do próximo ano para o cargo de governador, sem também descartar que pode concorrer ao Senado Federal. Laércio reafirmou seu compromisso e sua aliança com o governador Belivaldo Chagas (PSD) e com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Ele enalteceu as várias parcerias dos governos, estadual e federal, que resultam em investimentos para o Estado, além de geração de emprego e renda. Ele também descarta uma composição política com o Partido dos Trabalhadores em Sergipe. Confira a seguir, e na íntegra, esta entrevista exclusiva:

 

CINFORM ONLINE: Iniciando a entrevista, vamos à pergunta que não quer calar: o senhor será ou não pré-candidato a governador em 2022? Já tem trabalhado neste sentido?

LAÉRCIO OLIVEIRA: Tenho visitado todos os municípios sergipanos para ouvir as demandas e para informar aos prefeitos sobre minha intenção de disputar um mandato de governador em 2022, dentro do grupo do governo. Tenho vontade de governar Sergipe para imprimir uma marca de gestão, sou graduado em Administração e pós-graduado em Gestão Empresarial. Minha vida inteira foi fazer gestão e por isso me sinto preparado para ser governador de Sergipe. Minha proposta será um trabalho focado no desenvolvimento de Sergipe. Com a aprovação da Lei do Gás, o nosso estado está preparado para atrair empresas e investimentos.

Será a nova redenção do nosso estado. Além de buscar conhecer as demandas e necessidades dos municípios, tenho acompanhado muitos programas e ações do atual governo estadual e buscado apoio junto ao governo federal no sentido de contribuir para o sucesso da administração. Isso também tem sido muito positivo no sentido de conhecer melhor o funcionamento da máquina do estado e possibilitar uma maior interação com o Governo Federal.

 

CINFORM ONLINE: Quando se fala em pré-candidaturas governistas, os nomes que vêm à tona são de Fábio Mitidieri e do prefeito Edvaldo Nogueira. Como o senhor pretende avançar neste cenário e convencer os demais aliados que seu nome é que tem melhores condições de disputa?

LAÉRCIO OLIVEIRA: Tenho conversado com diversos prefeitos e lideranças e tenho recebido também muitas mensagens de pessoas do estado defendendo minha candidatura para governo. Todos que me procuram, falam da importância de ter um governador com perfil gestor, com foco no desenvolvimento do estado.

Tenho também recebido diversas manifestações de apoio da classe empresarial e das associações que representam o setor produtivo. Ouço sempre que desejam ter no governo alguém que entenda as dificuldades do setor e que atue de forma a estimular melhorias no ambiente de negócios e na geração de empregos.

 

CINFORM ONLINE: Se seu nome não for o escolhido para disputar o governo, ou senhor buscará um espaço na majoritária como pré-candidato a vice-governador ou a senador? Ou disputará mais uma reeleição?

LAÉRCIO OLIVEIRA: Minha intenção é ser candidato ao governo, mas caso isso não se concretize, posso ser candidato ao Senado, também dentro do grupo do governo. Mas claro que dependo da decisão do grupo.

 

CINFORM ONLINE: E caso seu nome não seja o escolhido pelo agrupamento, existe alguma possibilidade de rompimento? É verdade que o senhor pode ligar uma espécie de “terceira via” em Sergipe?

LAÉRCIO OLIVEIRA: Não. Quando a gente está integrado a um grupo, temos que discutir internamente e buscar caminhos que representem a convergência dos pensamentos e, uma vez adotada a decisão, seguir com o grupo unido. A atividade política é feita através de partidos e de agrupamentos de pessoas que pensam de forma parecida e que têm objetivos comuns. Certamente o Governador Belivaldo, como líder maior do agrupamento político, no momento que entender apropriado, conversará com todos e indicará aquele que reúna as melhores condições para vencer as eleições e conduzir os caminhos do Estado, dando continuidade ao grande trabalho que tem feito para arrumar a casa, criando condições para uma arrancada para o desenvolvimento. Confio que teremos critérios justos e objetivos que nortearão a escolha.

 

CINFORM ONLINE: E quanto à eleição presidencial? O Senhor reafirma aqui o seu compromisso com o presidente Jair Bolsonaro? Pretende liderar o palanque dele em Sergipe neste projeto de reeleição?

LAÉRCIO OLIVEIRA: Sim, sou aliado do presidente Bolsonaro e tenho atuação na defesa de várias pautas conduzidas pelo governo. Tenho também proximidade com diversos ministros. Tudo isso com o intuito de buscar melhorias para nosso estado, seja em forma de recursos, obras ou ações para seu desenvolvimento.

Temos um forte compromisso com o desenvolvimento de Sergipe e entendo que um Estado pequeno não pode se dar ao luxo de desprezar o apoio do Governo Federal.

 

CINFORM ONLINE: Alguns segmentos que não aprovam seu nome usam sempre o discurso de que o senhor não defende os trabalhadores, mas sempre os empresários. Procede ou seria uma “lenda urbana” ou narrativa de esquerda?

LAÉRCIO OLIVEIRA: Isso é uma narrativa da esquerda que criou essa ideia de nós contra eles. Na verdade, a defesa da empresa também é a defesa do trabalhador, porque

quanto mais empresas temos, mais empregos são gerados. Também quando se simplifica o ambiente de negócios, mais pessoas podem deixar de ser empregado e montar seu empreendimento gerando mais empregos.

Vou citar um exemplo para que você consiga compreender melhor: uma das pautas atuais que tenho defendido é a desoneração da folha de pagamentos dentro da Reforma Tributária. E o que isso quer dizer? Menos impostos para quem contrata, afinal hoje se paga em impostos o mesmo valor que o trabalhador recebe como salário e isso empurra todos para a informalidade. Com menos impostos, mais pessoas terão empregos formais, melhores salários e o governo também ganha, visto que a informalidade é um problema para a previdência no futuro. Acho que a grande luta do Brasil não deve ser trabalhador versus empresários, até porque grande parte dos empresários do Brasil são micro e pequenos.

Segundo dados do Sebrae, são mais de 17 milhões de pequenos negócios (7 milhões de micro e pequenas empresas e 10,9 milhões de MEI), que, juntos, representam 99% de todas as empresas do país e são responsáveis por cerca de 30% do PIB. Além disso, essas empresas detêm 55% do estoque de empregos formais. A padaria da esquina, o salão do bairro ou o boteco da rua são micro e pequenas empresas que lutam bravamente para se manter diante de tanta burocracia e impostos. Minha intenção é melhorar esse ambiente. E qual a principal consequência disso? Geração de empregos.

Defendo pautas que promovem o desenvolvimento e a geração de empregos, como na relatoria da lei do gás que criou condições para que tenhamos uma retomada da indústria nacional. Isso significa novos milhares de empregos.

 

CINFORM ONLINE: Existe alguma possibilidade de composição do seu agrupamento político para apoiar uma possível pré-candidatura ao governo do senador Rogério Carvalho? Por que?

LAÉRCIO OLIVEIRA: Não, o PT está desembarcando do grupo. Pessoalmente, eu não apoiaria o PT, justamente por termos ideias opostas. Faço política no sentido de promover melhorias na vida dos cidadãos. Não concordo com quem faz oposição cega, na linha do quanto pior melhor.

 

CINFORM ONLINE: Para o senhor qual o melhor sistema eleitoral? O atual, o distritão ou a volta das coligações? Por que?

LAÉRCIO OLIVEIRA: A criação do “distritão” foi o ponto mais polêmico da votação da PEC da reforma eleitoral (Proposta de Emenda à Constituição 125/11). Por 423 votos a 35, o “distritão” acabou sendo retirado do texto por meio de destaque. Por esse sistema, são eleitos deputados aqueles com maior número de votos, o que aos olhos da sociedade pode ser algo positivo, mas a criação de eleições majoritárias para deputado federal enfraquece os partidos e dificulta a eleição de novos nomes. Atualmente, a eleição é proporcional, ou seja, leva em conta a votação do partido ou coligação na distribuição das cadeiras. Claro que ainda não é um modelo ideal, mas esse sistema é sempre reavaliado para buscar formas de aprimoramento.

 

CINFORM ONLINE: O senhor tem se destacado em Sergipe por ser um dos grandes líderes da lei do Gás. O que falta para o nosso Estado ser, na prática, uma referência nacional e atrair ainda mais investimentos?

LAÉRCIO OLIVEIRA: Não por acaso, a economia brasileira continua no penúltimo lugar do ranking “Competitividade Brasil 2019-2020”, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo analisou outros 17 países de perfis econômicos

com características similares às nossas e, no cômputo geral, o Brasil só ganha da Argentina. Os mais competitivos são Coreia do Sul, Canadá e Austrália.

No critério “Infraestrutura de energia”, o Brasil é o último colocado entre as 18 nações comparadas no relatório. O país tem o maior custo de energia elétrica para clientes industriais e a segunda pior qualidade no fornecimento de energia elétrica. A Nova Lei do Gás é estratégica para mudar esse cenário. Ao permitir a livre concorrência no setor, o governo calcula que sejam destravados bilhões em investimentos. E estima que o Brasil chegue a um aumento de geração de energia de 35%, com parte desse montante do energético destinado às termelétricas, através da substituição de outros combustíveis mais poluentes.

Sergipe está inserido nesse cenário por ser um grande produtor de gás e sofre por falta de infraestrutura hoje. Não poderíamos mais admitir que 40% do gás natural produzido no país continuasse sendo reinjetado desnecessariamente em poços maduros de petróleo. A lei abre o mercado para investimentos e a indústria vai para o onde o gás está.

Estudei muito esse assunto por conta da relatoria da lei do gás e tive a oportunidade de interagir com inúmeros especialistas da matéria. Também participei de reuniões com entidades do setor e os principais players do mercado, o que possibilitou abrir acessos que nos permitem continuar trabalhando na busca por investimentos para Sergipe nessa área, sempre alinhado com o Governador Belivaldo.

Esta semana me dediquei a viajar pelo interior de Sergipe fazendo contatos e revendo amigos. Na próxima semana terei uma agenda intensa no Rio de Janeiro onde terei importantes reuniões com a Petrobras, ANP, EPE, TAG e várias outras empresas. Estaremos juntos com o Secretário José Augusto e o Superintendente Marcelo Menezes defendendo questões do interesse do Estado.

 

CINFORM ONLINE: Olhando para a geração de emprego e renda, como o senhor está acompanhando esse processo de retomada da economia? Faz uma previsão positiva?

LAÉRCIO OLIVEIRA: Com certeza a economia está se recuperando. No primeiro semestre deste ano, foram criados 1.536.717 empregos com carteira assinada no país, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O país mantém um ritmo acelerado de criação de novos empregos. Totalizamos 1,5 milhão de empregos nos primeiros seis meses desse ano. Se pegarmos os últimos doze meses, geramos 2,8 milhões de novos empregos. O mercado formal atingiu outra vez o patamar dos 40 milhões de empregos.

O setor de serviços foi o que mais abriu novos postos de trabalho em junho (125.713 postos), distribuído principalmente nas atividades de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, lembrando que foi o setor que mais sofreu com a pandemia, assim como o do comércio que gerou 72.877 postos. Agora esses são os que mais geram mais empregos durante a retomada. A indústria geral gerou 50.145 postos, a agricultura 38.005 postos e a construção 22.460 postos.

Em Sergipe, estamos num processo de recuperação dos empregos. A pandemia sacrificou mais de 15 mil empregos no ano passado, com a redução da taxa de contágio e mortes, as coisas apontaram uma melhora significativa. 2020 foi um ano para esquecermos do calendário, pelas dificuldades para todos, principalmente os trabalhadores. 2021 já está apontando um crescimento nos postos de trabalho, mas houve uma oscilação negativa quando a pandemia acentuou novamente. Entretanto, apontamos recuperação, com a criação de novos empregos em cinco dos sete meses que

já se passaram. O comércio mostra ser uma força importante da economia, por ter saldo positivo em todos os meses deste ano, serviços apontam uma recuperação interessante e mesmo com as oscilações que ocorreram na indústria e agronegócio, com algumas baixas há alguns meses, já voltaram a abrir novos empregos e recuperar esses postos. Sergipe tem um diferencial no Brasil, que é de sentir os impactos nacionais com uma diferença de tempo, mas já sinaliza bons resultados e isso deverá continuar crescendo.

 

CINFORM ONLINE: Alguns investimentos do governo federal em Sergipe já foram anunciados, mas tem algo em especial que o senhor tomou conhecimento e que poderá chegar em breve para beneficiar o nosso povo?

LAÉRCIO OLIVEIRA: Uma das grandes obras entregues com recurso federal e estadual foi o Centro de Convenções de Sergipe, mas muitas outras estão em curso, a exemplo da duplicação da BR 101. O governo federal tem focado em finalizar as obras inacabadas. Quando o assunto é desenvolvimento, os olhos do governo federal estão voltados para que Sergipe receba uma boa infraestrutura. Estamos também atraindo empresas para investir em nosso estado.

 

CINFORM ONLINE: Como o senhor avalia esse bom relacionamento que os ministros do governo federal têm mantido com Sergipe, anunciando e trazendo investimentos para o nosso Estado? O governo do presidente Bolsonaro tem sido um parceiro do povo sergipano?

LAÉRCIO OLIVEIRA: Tem sido sim, não só para o povo sergipano quanto para o Nordeste de maneira geral, uma região que sempre passou por tantas dificuldades. O foco tem sido investimentos em infraestrutura finalizando obras inacabadas, mas também o olhar desenvolvimentista para gerar emprego e renda na região.

 

CINFORM ONLINE: Concluindo a entrevista, pela nossa localização litorânea, ficamos sempre na expectativa de grandes investimentos para o turismo do nosso Estado. Como político experiente, mas acima de tudo, como empresário, em sua opinião o que falta para o turismo de Sergipe “deslanchar” no sentido de sermos um dos destinos mais procurados do País?

LAÉRCIO OLIVEIRA: Infelizmente Sergipe despertou um pouco mais tarde do que os vizinhos Bahia e Alagoas para o turismo. O Turismo é uma área estratégica para nosso estado porque temos grandes potencialidades, mas três coisas são fundamentais para o desenvolvimento da área: investimento em infraestrutura, qualificação profissional e divulgação.

Temos um grande potencial para o turismo fluvial, por exemplo, que completa o destino Sergipe, tornando-o mais atrativo. Um deles já é bem estruturado é o Cânion de Xingó, mas podemos destacar ainda a foz do Rio São Francisco, o rio Vaza Barris em Aracaju e um passeio pela Ilha da Sogra e Mangue seco no Sul do estado. Além de praias com o diferencial de grandes faixas de areia plana e águas mornas.

Queremos que o setor de turismo, um dos mais impactados pela pandemia, possa se recuperar e promover também o turismo interno, seguindo todas as regras de segurança que garantam a proteção de turistas e trabalhadores do setor. Nosso estado é pequeno em extensão territorial e rico em atrativos naturais a exemplo das cachoeiras, serras e cânions do agreste inseridos no contexto da rota da farinha, que temos trabalhado para que receba uma boa infraestrutura para receber o turista. Hoje várias agências fazem roteiros de um dia na região, mas a partir do momento que a área receber melhores estradas, pousadas e restaurantes, possibilitará estadias mais longas e isso tem impacto na economia local. Na verdade, o turismo é uma área muito estratégica para a geração

de empregos porque se cria uma grande cadeia envolvendo comunidades locais, sempre com o foco no desenvolvimento sustentável, que inclui também a preservação da natureza pelos próprios moradores que passam a entender que a sobrevivência dos seus negócios e empregos depende disso. O governador Belivaldo tem trabalhado na recuperação das nossas estradas o que vai contribuir bastante para esta retomada.

 

 

Por Habacuque Villacorte

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