Queridos leitores e amigos, uma das bebidas mais antigas e admiráveis da história não poderia ficar sem uma data especial. Estamos falando do café, carinhosamente chamado de “pretinho” e celebrado nacionalmente no dia 24 de maio. Nesse sentido, nada mais emblemático do que reservar um dia inteiro para a segunda bebida mais consumida no mundo. Sim! De fato, o café só perde para a água em consumo mundialmente.
O café é uma planta originária do continente africano, das regiões altas da Etiópia (Cafa e Enária), onde ocorre espontaneamente como planta de sub-bosque. Possivelmente a região de Cafa pode ser a responsável pelo nome café. Segundo uma das “lendas” da descoberta do cafeeiro, um pastor etíope foi quem percebeu que algumas de suas cabras mudaram seu comportamento após fazer uso de folhas da planta de café em sua alimentação, influenciando no comportamento de monges que o observaram.
Da Etiópia foi levado para a Arábia. Os árabes tentaram manter o privilégio, pois foram os primeiros a cultivar essa planta dita “milagrosa” que assumia grande importância social devido ao seu uso na medicina da época para a cura de diversos males. Da Arábia, o café foi transportado primeiramente para o Egito, no século XVI e logo depois para Turquia. Na Europa, por sua vez, um século mais tarde, foi introduzido na Itália e na Inglaterra. O café era consumido por diversas classes sociais, inclusive por intelectuais. Expandindo-se, passou a ser consumido em vários outros países europeus, chegando à França, Alemanha, Suíça, Dinamarca e Holanda.
Seguindo sua marcha de expansão pelo mundo, o café chegou nas Américas e nos Estados Unidos. Este último é, atualmente, o maior consumidor e importador mundial de café. Entretanto é importante enfatizar que, foram os holandeses que disseminaram o café pelo mundo. Inicialmente transformaram suas colônias nas Índias Orientais em grandes plantações de café e junto com franceses e portugueses transportaram o café para a América.
Aqui no Brasil, o desenvolvimento da cultura confunde-se com a própria história do país, devido a sua grande importância econômica e social (o “Ciclo do Café”). O café chegou ao país em 1727, entrando pelo estado do Pará e cultivado na cidade de Belém, trazido por Francisco de Melo Palheta, sargento-Mor, a serviço da Coroa Portuguesa.
Da sua chegada até a consolidação como modelo econômico, passaram-se 100 anos de história. Na década de 1820, o Brasil passou a ser considerado exportador de café com saídas contínuas do produto, provenientes do Vale do Paraíba em São Paulo, Araxá em Minas Gerais e Goiás. O crescimento foi tão célere, que em 1845, o Brasil chegou a produzir 45% do café mundial. IMAG 5
Na contemporaneidade, nosso país é um dos principais produtores e exportadores de café do mundo. A cafeicultura brasileira, tornou-se uma das mais rígidas internacionalmente, pois a produção está constituída em uma sólida regulamentação que respeita as pessoas e, sobretudo, a biodiversidade.
O Dia Nacional do Café é a data mais importante para cafeicultura do país e entrou definitivamente para o calendário da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), em 2005. Na época, a entidade definiu essa data para poder marcar o início da colheita do café no Brasil.
E para nós, sergipanos, em especial, é motivo de orgulho: ver o reconhecimento que há mais de vinte anos consecutivos a Indústria do Café Maratá tem o selo de pureza atestado pela ABIC e se mantém entre as cinco melhores do ranking nacional das 100 maiores Indústrias de Café. IMAG 6
Com uma leitura dessas, como não pedir “Um pretinho, por favor!”.
IMAG 1 coador de café manual antigo
IMAG 2
IMAG 3 O café pelo mundo
IMAG 4 A primeira muda de café foi trazida por Francisco de Melo Palhete, Sargento-mor, tinha a missão de reconhecer trajetos fluviais.
IMAG 5 Escravos fotografados numa fazenda de café no Brasil em 1882
IMAG 6 Divulgação
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