Delegada Roberta Fortes diz que a iniciativa de uma ação penal, neste caso, é do ofendido

Estudantes do Colégio Amadeus que acusaram o professor Rafael Santana de praticar assédio sexual  contra 12 adolescentes foram agora a tarde na delegacia Especial de proteção à criança e ao adolescente vítima – que integra o Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis – registrar o boletim de ocorrência e pedir a abertura do inquérito policial para apurar a materialidade do crime.

As alunas que, a partir de agora são vítimas do crime de assédio, afirmam que o indiciado, o professor Rafael Santana, de Física, já vinha se comportando de maneira que caracterizava o crime de assédio sexual. Ele se valeu, segundo as alunas, de sua condição de superior hierárquico (relação professor/aluno) causando constrangimento, o que pode ser comprovado após a apuração dos fatos.

O caso será mantido com discrição para evitar a exposição das vítimas, disse a irmã de uma das 12 alunas que formalizaram a denúncia. O professor Rafael está sendo acusado de mandar mensagens com conteúdo erótico e fotografia do órgão genital masculino para as estudantes. Assim que a matéria foi publicada na Imprensa, Rafael saiu das redes sociais e não mais apareceu no Curso Arena. O celular do professor também não atende ligações e ninguém sabe o seu paradeiro.

AMADEUS CONFIRMA

A delegada Roberta Fortes intimou o Colégio Amadeus para saber se entre as estudantes, havia alguma menor de 14 anos, para instaurar inquérito policial, independentemente da vontade da vítima. Neste caso, como as alunas tem entre 15 e 16 anos, a ação penal é condicionada à representação do ofendido, explicou Roberta. Embora as alunas não tenham “prints” de mensagens de texto, nem fotografias enviadas pelo professor, o depoimento delas basta, é suficiente para iniciar a investigação, explicou a delegada.

De acordo com os esclarecimentos prestados pela psicóloga do Amadeus, as alunas estavam abaladas emocionalmente com os constantes constrangimentos a que eram submetidas. Com o depoimento das vítimas, a delegada Roberta Fortes inicia o inquérito e vai marcar para ouvir as testemunhas. Roberta deve determinar diligências no sentido de promover perícias nos aparelhos celulares das estudantes. Outra medida que deverá ser adotada pela delegada é pedir a juiz um mandado de busca e apreensão para a residência do professor e no curso Arena, do qual é sócio, na tentativa de encontrar provas materiais em computador, notebook e celulares.

A irmã de uma das vítimas conversou com a repórter do CINFORM, Juliana Paixão, e disse que o caso será mantido longe da mídia. No entanto, ela revelou que está disposta a colaborar na divulgação dos fatos que estão sendo apurados pela delegacia especializada de proteção à criança e ao adolescente vítima para que a sociedade saiba a verdade. A jovem agradeceu a iniciativa do jornal em procurá-la para fazer uma entrevista.

Mal entendido ou assédio sexual? Alunas acusam, colégio demite e professor se defende

 

 

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