O governo do presidente Jair Bolsonaro pediu à direção da Petrobras para segurar o reajuste no preço dos combustíveis, de acordo com integrantes do Executivo.
Bolsonaro quer que os preços fiquem como estão, pelo menos a conclusão da votação pelo Congresso dos projetos que tentam reduzir o preço do óleo diesel, da gasolina, do gás e da energia elétrica.
A Petrobras tem alertado ao governo que há uma defasagem cada vez maior entre os preços praticados internamente e o valor do petróleo no mercado internacional, que tem subido nos últimos dias.
A gasolina está há 95 dias sem aumento, enquanto o diesel está congelado há 32 dias.
O mercado estima que a Petrobras está vendendo o diesel e a gasolina, nas refinarias, com cerca de 20% de defasagem em relação aos preços internacionais. A estatal já disse diversas vezes que manter um diferença grande de preços pode levar à desabastecimento no mercado local, especialmente de óleo diesel, já que há necessidade de importação deste combustível.
O governo se reuniu nesta terça-feira com a diretoria da Petrobras e um dos assuntos foi a possibilidade de reajuste. Participaram do encontro o Minas e Energia, Adolfo Sachsida, o presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, do diretor de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, e do presidente do Conselho de Administração da estatal, Márcio Weber.
De acordo com integrantes do governo, a reunião foi inconclusiva.
O preço dos combustíveis é a principal dor de cabeça para o governo neste momento. Além de ajudar a colocar a inflação para acima de dois dígitos, o valor do diesel e da gasolina tem afetado a popularidade de Bolsonaro a quatro meses da eleição.
Nos últimos 12 meses, o preço da gasolina subiu 28,73%, o gás de botijão ficou 29,39% mais caro e o óleo diesel, 52,27%.
Para tentar por um freio nos aumentos, o governo trocou o comando do Ministério de Minas e Energia e, em menos de dois meses, mudou a presidência da Petrobras. Agora, está negociando com o Congresso um projeto para reduzir em R$ 1,65 o litro da gasolina e em R$ 0,76 o do óleo diesel. Na energia elétrica, o impacto seria de, em média, 12% nas contas de luz.
Por Agência O Globo