Foi confirmado na última quarta-feira, 6, o sétimo óbito provocado por dengue grave este ano em Sergipe. Trata-se de um adolescente de 13 anos de São Cristóvão que tinha comorbidades e iniciou os sintomas no dia 28 de junho. Em seguida ele se internou e veio a falecer na última segunda-feira, 4. Uma professora aposentada também faleceu vítima de doença. O aumento do número de casos e óbitos por dengue em 2022 traz preocupação.

De acordo com o Boletim das arboviroses, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), de 1º de janeiro até o início de julho, foram notificados mais de 5 mil casos de dengue em Sergipe, um aumento de 276,9% em relação ao mesmo período ano passado. Quando são analisados os casos confirmados, àqueles que já passaram pela análise laboratorial, a variação é ainda maior em relação ao ano passado: 290,1%. Foram 831 casos confirmados em 2022 contra 213 em 2021.

A dengue é uma doença viral causada por um arbovírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os principais sintomas são febre, dores no corpo e manchas vermelhas. A forma grave, chamada de dengue hemorrágica, tem os mesmos sintomas da dengue clássica, porém quando a febre diminui, por volta do terceiro ou quarto dia, surgem hemorragias por causa de sangramentos de vasos na pele e em órgãos internos. A doença é muito perigosa.

Dr Marco Aurélio: “a condição climática favorece a proliferação do vetor”

O diretor de Vigilância da Secretaria de Estado da Saúde, Dr Marco Aurélio Góes, aponta alguns fatores que contribuíram para o aumento da dengue este ano. “Com a pandemia, algumas atividades de rotina foram diminuídas, pela necessidade de não estarmos entrando na casa das pessoas, evitando o contato. A sociedade também acabou desmobilizando as atividades diárias em busca dos focos possíveis que estão próximos aos domicílios. Além disso, temos a condição climática que favorece a proliferação do vetor”, apontou.

Urgência

Segundo o diretor, é importante buscar ajuda médica assim que os sintomas aparecerem. “Se a pessoa tem sintomas como febre, dor de cabeça, mal estar, manchas na pele, tontura, dor na barriga muito forte e sangramentos, e quando a pessoa começa, ao invés de melhorar, está piorando e ficando, principalmente as crianças, mais acamadas, com menos atividades, não aceitando alimentação, tem que levar imediatamente para ser avaliado numa urgência ou em um posto de saúde mais próximo”, alertou.

Prevenção

O mosquito transmissor da dengue apresenta hábito diurno, com suas atividades mais frequentes no início da manhã e final da tarde. Ele necessita de água parada para sua reprodução, uma vez que após a eclosão dos ovos, as larvas do mosquito desenvolvem-se no meio aquático, por isso a explosão de casos neste período de inverno, com períodos em que a temperatura está mais baixa durante o dia, com chuvas, e, quando o sol aparece as temperaturas aumentam. Isso favorece a multiplicação do vetor.

A população pode colaborar com o combate ao mosquito

 A população pode colaborar com o combate ao mosquito verificando se existem focos em suas residências e evitando acúmulo de água parada, que é local de reprodução do mosquito. Confira algumas dicas importantes:

– Não deixar água parada em garrafas, vasos de planta e pneus;

– Manter lixeiras tampadas e protegidas da chuva;

– Limpar os vasinhos de planta e vasilhas usadas para colocar água para animais;

– Retirar água de plantas que acumulam água, como as bromélias;

– Manter as piscinas sempre limpas;

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