Por Habacuque Villacorte

Diante a polarização nacional entre o eleitorado do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT), que já iniciaram suas pré-campanhas, este colunista tem a impressão que em Sergipe a disputa pelo governo do Estado deu uma “esfriada”. É bem verdade que havia uma movimentação, ainda sobre a possibilidade de o ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL) disputar a eleição. Criou-se uma expectativa para um embate com o pré-candidato governista, mas a inelegibilidade de Valmir acalmou os ânimos.

É bem verdade também que sem o ex-prefeito na disputa será muito difícil que haja uma espécie de “transferência de votos”; parte de seu eleitorado tende a não votar em ninguém, alguns podem acompanhar o também pré-candidato João Fontes (PTB) e outros ainda votam em um nome que seja indicado por Valmir. Mas haverá uma espécie de “fragmentação” dos votos que podem migrar para Alessandro Vieira (PSDB), Rogério Carvalho (PT) e até para o pré-candidato governista Fábio Mitidieri (PSD). Quando a campanha se inicia de fato, cada um vai buscar uma opção.

Na avaliação deste colunista, não colou a tentativa de “nacionalizar” a disputa em Sergipe, ou seja, nem o eleitor bolsonarista, em sua maioria, votará em um pré-candidato que defende o atual presidente, e nem o eleitor de Lula “rezará na cartilha” e votará em Rogério Carvalho. Há sim muito interesse e debate sobre o embate presidencial, mas o eleitorado não faz a “cola” com a disputa aqui no Estado que, diga-se de passagem, tem um tom de “desinteresse”. Ou seja, o sergipano senta numa mesa de amigos ou em uma reunião familiar para tratar de Bolsonaro e Lula, mas parece ignorar a corrida pelo governo.

Geralmente, este cenário finda sendo muito favorável para quem já está no poder. Esse “desinteresse” por parte da maioria do eleitorado beneficia o projeto governista de eleger Fábio Mitidieri, que além de já aparecer bem posicionado, não enfrenta “forte resistência”. O deputado já caminha com o discurso de “ficha limpa” e conta com a força do maior agrupamento político do Estado. Tem demonstrado habilidade entre os erros e acertos do governo atual, visivelmente tem procurado errar pouco e continua com adversários pouco convincentes. Essa “fragilidade” da oposição é reflexo do desinteresse das ruas…