Por Kelly Monique Oliveira/ Agência de Notícias da Alese

Neste sábado, 15 de outubro, é celebrado o Dia Internacional da Mulher Rural. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1995 e tem como objetivo destacar o papel e a situação das mulheres das áreas rurais. No Brasil, são aproximadamente 14 milhões de mulheres que buscam atenção especial no quesito segurança, saúde, água e terra, entre outras questões. A temática é tão sensível que a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou que 2018 era o Ano da Mulher Rural.

Com a campanha ‘Marcha das Margaridas’, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com apoio dos governos dos países da América Latina e do Caribe, milhares de mulheres vão às ruas marchando para conquistar mais visibilidade, reconhecimento social, político, cidadania, autonomia econômica, igualdade e liberdade, bem como denunciar a exploração, o machismo, a dominação e todas as formas de violência. O objetivo é um projeto que garanta não só a retomada de políticas públicas voltadas para as mulheres do campo, da floresta e da cidade, mas também a reconstrução dos direitos sociais, a retomada da economia, a geração de emprego e o combate à miséria. As mulheres da cidade, do campo e das florestas já começaram a organizar a ‘Marcha das Margaridas’ em 2023, a 7ª edição tem previsão de acontecer em agosto do próximo ano, com o propósito de dar visibilidade às mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes que vivem e trabalham em um contexto de desigualdades estruturais e desafios sociais, econômicos e ambientais.   Para conhecer sobre a Marcha das Margaridas: perfil socioeconômico e condições de vida das mulheres trabalhadoras do campo e da floresta acesse aqui o relatório da pesquisa realizada pelo Ipea.

Em Sergipe, os deputados estaduais aprovaram  a Lei Nº. 7.334 de dezembro de 2011, que reconhece como de Utilidade Pública Estadual a Associação Comunitária das Mulheres Trabalhadoras Rurais do P. A. Barra da Onça – Nova Vida, com sede no P. A. Barra da Onça, município de Poço Redondo e foro na Comarca de Aracaju.

Dados da Mulher no campo

Em 2017 foi divulgado um estudo que identificou o aumento no número de mulheres no campo. De acordo com o estudo As Mulheres no Censo Agropecuário 2017,  os números sairam do patamar de 656 mil em 2006 e subiram para 946 mil agricultoras em 2017. Foi identificado também um estudo referente a Agricultura Familiar e  Não Agricultura Familiar, os estabelecimentos da Agricultura Familiar (AF) dirigidos por mulheres somavam, em 2017, 19,7%, enquanto os Não Agricultura Familiar (NAF) eram 15,2%. Na região Nordeste está o maior percentual de mulheres dirigindo esses estabelecimentos, sendo 23,2% no total e 24,3% da AF, seguidas da Região Norte, com 19,4% no total, e 20,2% da AF.

Segundo cor e raça, as mulheres negras dirigem 62% dos estabelecimentos da AF dirigidos por mulheres, seguidas de 35% de mulheres brancas. As mulheres indígenas representavam 2% dos estabelecimentos, enquanto as mulheres amarelas, 1%. É, também, na Região Nordeste que está o maior percentual de estabelecimentos dirigidos por mulheres pardas (61%) e pretas (24%). Os estabelecimentos rurais dirigidos pelas mulheres concentram-se nos estratos de área de até 20 hectares, representando 77,8% dos estabelecimentos da Agricultura Familiar.

Na NAF, 88,5% dos estabelecimentos dirigidos por mulheres estão nos estratos de área de até 500 hectares. Em relação à área média dos estabelecimentos, na AF eles são de 14,07 hectares para os estabelecimentos dirigidos por mulheres, significando 63% da área dos estabelecimentos dirigidos por homens. Para a NAF, a área média dos estabelecimentos dirigidos por mulheres representa 50% da área média dos estabelecimentos dirigidos por homens.

Foto da capa: Lianne Milton/ONU

Com informações:

www.redebrasilatual.com.br

www.fetagrimt.org.br

www.gov.br

www.ctb.org.br

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