Especialista em cibersegurança orienta sobre como fugir de golpes e fraudes virtuais para aproveitar a temporada de compras com descontos sem transtornos
Em ritmo de Copa do Mundo a Black Friday deve aquecer as vendas de eletroeletrônicos, especialmente TVs. É o que avalia a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Segundo estimativas do órgão, o evento esportivo deve representar um terço das vendas previstas para este ano – um total de R$ 4,2 bilhões. A expectativa da CNC é que o faturamento em valores reais, ou seja, sem considerar a inflação, seja 1,1% maior que no ano passado. É nesse período que consumidores e empresas ficam ainda mais na mira do cibercrime.
Com a aceleração do comércio eletrônico no evento, que só perde em volume de transações online para o Natal, também crescem os riscos de fraudes que podem ser da simples venda de um produto inexistente por meio de uma página falsa (phishing) ao vazamento de dados, que podem levar à exposição de informações bancárias, clonagem de crédito e outros golpes.
O alerta é do diretor da Cipher, empresa especializada em cibersegurança cibernética do grupo Prosegur, Guilherme Murakami. “Tanto empresas como clientes devem implementar medidas de segurança para não perder dinheiro nem expor informações críticas que possam levar a outras ações criminosas”, diz o executivo. Ele ressalta que na Black Friday há maiores riscos devido ao maior número de transações no período, mas a prevenção e controle devem ser constantes.
A segunda edição da pesquisa “Carat Insights Tendências de Meios de Pagamento para 2023”, da Fiserv, realizada em setembro de 2022 em todas as regiões brasileiras, revela que a intenção de compra na Black Friday pelos brasileiros cresceu de 62% para 81% esse ano em comparação ao ano anterior.
Na avaliação de Murakami, com o crescimento das operações remotas, em um cenário acelerado pela pandemia, empresas já se encontram melhor preparadas para se prevenir de ataques e invasões às redes do que em anos anteriores. Mesmo assim, ele acredita que varejistas, especialmente os maiores, podem estar no radar de hackers determinados a utilizar a imagem da marca atraindo compradores para páginas falsas e com isso roubar os dados de clientes.
Protocolos de cibersegurança necessários às empresas de varejo
Organizações varejistas, sobretudo aquelas interligadas a parceiros que podem representar riscos, precisam cumprir protocolos que incluem testes de vulnerabilidade, monitoramento de ativos, rastreamento de redes e manter uma equipe treinada para respostas a incidentes. Além disso, ressalta: “é importante realizar pentests (ação que simula uma invasão), antecipando possíveis ações de hackers maliciosos, para assegurar que hotsites e aplicativos não tragam nenhuma vulnerabilidade.”
Murakami acrescenta que, mesmo sob a proteção da LGPD, dados não estão 100% seguros e os usuários ainda são o elo mais fraco nessa cadeia do cibercrime. “Com o aumento dos serviços financeiros e a diversificação de meios de pagamento, operar com instituições que tenham a certificação PCI é uma prática obrigatória”, aconselha o especialista em cibersegurança da Cipher.
Orientações ao consumidor
O especialista também recomenda às empresas que orientem clientes e o consumidores de maneira geral sobre como fazer suas compras com segurança e aproveitar os descontos sem correr riscos. Ele sugere algumas iniciativas ao consumidor final, que acaba sendo a vítima preferida das táticas de Engenharia Social:
1- Desconfiar de promoções milagrosas – antes de clicar em um produto com preço muito abaixo do mercado, faça comparativos em lojas confiáveis e sites de cotações reconhecidos;
2- Checar se a plataforma de e-commerce escolhida para a transação tenha um selo de segurança – normalmente representado pelo símbolo cadeado, que comprova se uma página é de fato a oficial;
3- Conferir se está navegando em tráfego seguro – em sua grande maioria, endereços de sites seguros iniciam com https;
4- Cuidado com promoções via e-mail, SMS e WhatsApp – se receber alguma oferta irrecusável, diretamente no dispositivo pessoal, não clique no link antes de validar a URL (um número ou letra trocados podem levar a uma página de phishing). Tomando esses cuidados básicos, o consumidor já vai reduzir consideravelmente o risco de cair em algum golpe. Boas compras!
FONTE: Capital Informação – Assessoria de Imprensa