Líder do Governo Temer no Congresso Nacional, o deputado federal André Moura (PSC) denunciou ao CINFORM que políticos do estado estão fazendo campanha eleitoral antecipada para os cargos de governador e senador.

“Os nomes colocados como prováveis candidatos pelo governo já estão em campanha clara. Estão dizendo que são candidatos a governador e a senador, fazendo eventos, discursando de forma clara, coisa nunca antes vista anteriormente. Porque sempre se respeitou a legislação eleitoral e agora a estão ferindo de forma muito clara. O Governo do Estado está fazendo campanha abertamente para Belivaldo Chagas, por exemplo”, denuncia.

A legislação eleitoral brasileira determina que as campanhas eleitorais comecem apenas 47 dias antes do dia da votação, ou seja, um dia depois do final dos registros eleitorais. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no caso de denúncia de campanha antecipada, o candidato pode ter o seu registro negado para as eleições.

Durante a entrevista, o deputado federal se mostrou feliz com a citação de seu nome para o Governo Estadual na pesquisa do DATAFORM, no entanto, disse que sua intenção é concorrer novamente à Câmara dos Deputados. “Eu recebo com extrema alegria esse resultado, mesmo porque nós temos hoje no estado nomes já postos e praticamente em campanha. Mas eu nunca disse que sou candidato ao governo. Eu sempre digo que sou pré-candidato à reeleição como deputado federal”, afirma.

LÍDER DO GOVERNO NO CONGRESSO

Deputado pelo Partido Social Cristão, André Moura está em seu segundo mandato na Câmara Federal e, desde março deste ano, aparece como líder do Governo Temer no Congresso Nacional. Função que, para ele, é mais difícil do que ser líder do governo em apenas uma das casas.

“A liderança nos traz ônus e bônus. Em muitas vezes os ônus de quem nos compreende mal ou, de forma proposital, tenta distorcer as coisas. Mas ela tem trazido bônus importantes para o estado de Sergipe. O estado nunca recebeu tantos recursos do Governo Federal como recebeu no ano passado”, comentou.

Segundo ele, proporcionalmente Sergipe foi o estado que recebeu mais recursos federais no último ano. O Portal da Transparência indica que, só em 2016, Sergipe já teria recebido R$ 3,7 bilhões em emendas orçamentárias.

André Moura aproveitou para criticar a postura do Partido dos Trabalhadores (PT) durante os Governos Lula e Dilma que, segundo ele, faziam perseguição política.

“Eu poderia, como líder do governo, com as portas abertas nos ministérios e no governo, estar aqui tratando as coisas de forma política, como o PT fez antigamente. No Governo João Alves, os petistas que hoje estão no governo não deixaram que o dinheiro do empréstimo para a construção da ponte Aracaju-Barra dos Coqueiros chegasse a Sergipe e, na época, o governador teve que fazer a ponte com recursos próprios, porque ele já tinha assumido o compromisso. Por perseguição política que havia no governo petista, eu poderia muito bem agir dessa mesma maneira, mas não estou fazendo isso. Tenho ajudado o Governo do Estado e as Prefeituras indistintamente na liberação de recursos”, ressaltou.

REFORMAS POLÊMICAS

Outros assuntos que o CINFORM aproveitou para comentar com o líder do governo foram relacionados às Reformas Trabalhista e a da Previdência. Por se tratarem de temas impopulares e polêmicos, o Governo Temer teve dificuldade para pautar as votações, mas a Reforma Trabalhista já foi aprovada e a Reforma da Previdência deve ser votada antes do final do ano.

Sobre a Reforma Trabalhista, que entrou em vigor no início de novembro, André Moura ressalta que o que houve foi uma modernização das leis e que, antes da proposta que mexia com a contribuição sindical, os sindicatos eram a favor da reforma.

“A Reforma Trabalhista é uma modernização das leis do trabalho. Nós aprovamos tudo aquilo que os sindicatos e que as centrais sindicais sempre defenderam, mas quando mexeu no fim da obrigatoriedade da contribuição sindical eles ficaram contra a proposta”, argumenta.

Já a Reforma da Previdência, segundo o deputado, diz respeito a apenas dois pontos: a idade mínima para contribuição e o valor que os contribuintes irão receber de aposentadoria. Para ele, a nova proposta de reforma irá acabar os privilégios e impedir que a previdência social vá à falência, uma vez que pela nova proposta fica estabelecido o teto de R$5.531,00.

“O prejudicado não é o trabalhador assalariado, porque essas pessoas se aposentam com um salário mínimo. Essa reforma vai prejudicar membros do Judiciário e da classe política que hoje se aposentam com R$ 20 mil e que passarão a se aposentar com o teto da previdência, como qualquer trabalhador do país”, afirma

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