O índice de infestação geral do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya na capital sergipana está em 1,3%, segundo apontou o quinto e último Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa) de 2022. O resultado é menor do que o apresentado em setembro, quando o índice registrou 1,5%, e significa uma redução de 43,4%, quando comparado ao levantamento do mês de julho, em que a capital chegou a 2,3%.
A constante queda do índice de infestação em Aracaju reflete o intenso trabalho de combate que vem sendo desempenhado pela Prefeitura da capital desde o início do ano. De acordo com o gerente do Programa Municipal de Controle do Aedes aegypti, Jeferson Santana, o município mantém uma rotina de ações de combate durante todo o ano, trabalho responsável pelos impactos significativos na redução de infestação do mosquito na cidade.
No período de janeiro a outubro deste ano, as equipes de agentes de combate às endemias realizaram 384 mil visitas aos imóveis residenciais de Aracaju, o que corresponde a mais de uma visita por ano em cada unidade, sendo esta uma das principais iniciativas da gestão para barrar o crescimento de criadouros. Além disso, as equipes também realizaram mais de 56 mil visitas a estabelecimentos comerciais da capital, quase 16 mil visitas a terrenos baldios, e 36.111 visitas em imóveis de repartições públicas, escolas municipais, creches, hospitais, entre outros.
“Esse é o trabalho de rotina que as nossas equipes fazem de segunda a sexta-feira, e nesse trabalho estratégico, temos duas ações. Uma é identificar o possível criadouro e fazer a eliminação, e quando necessário fazemos o tratamento químico. Quando é um local que tem muitos depósitos e não dá para fazer a eliminação de todos eles, entramos com a aplicação do inseticida residual nesses locais. Aliado a isso, temos uma parceria com a Emsurb [Empresa Municipal de Serviços Urbanos] para a coleta de pneus, um dos principais criadouros do Aedes, onde mais de 46 mil pneus já foram recolhidos de janeiro a outubro”, explica o gerente.
Em paraelelo às ações de visitação, o Programa também trabalha com o carro fumacê e monitoramento estratégico de locais como rodoviárias, postos de saúde, cemitérios e demais localidades com grande concentração de pessoas, com visitas a cada 15 dias para inspeções.
Uma outra ação de impacto, ressalta Jeferson, é a realização dos mutirões de combate ao Aedes, que acontecem sempre aos sábados. O gerente conta que, somente este ano foram realizados 17 mutirões, uma média de três por mês, com intenso trabalho no segundo semestre, quando foi identificado aumento no número de casos notificados de dengue em Aracaju.
“Agimos em parceria com a Emsurb nesses mutirões. Nossas equipes fazem as visitas nas casas, e as da Emsurb fazem as visitas nos terrenos baldios. Com esse conjunto de ações, temos conseguido manter Aracaju numa situação de médio risco de infestação. O resultado deste último LIRAa foi positivo, frente aos demais levantamentos divulgados durante o ano. Em março, apresentamos uma média de 2,2%, e encerramos o ano com esse índice de 1,3%”, ressalta.
Jeferson salienta que os bairros Santo Antônio e Salgado Filho chamaram a atenção no último LIRAa, já que no levantamento de setembro essas duas localidades apresentavam 0% de índice, e em novembro subiram para 2,9% e 3%, respectivamente.
“O bairro Santo Antônio é o único que está com uma ação já programada. Fizemos uma atividade de visita na região no dia 9 de novembro, e esperamos que em janeiro tenhamos um resultado melhor neste bairro, assim como no Salgado Filho, que também apresentou aumento considerável de um levantamento para o outro”, destaca.

Participação da população

A Prefeitura vem realizando desde o início do ano ações específicas e estratégicas em todos os bairros da capital, sobretudo naqueles que apontam os maiores índices de infestação do mosquito. No entanto, já foi observado que, alguns bairros, após reduzirem os índices, voltam a apresentar riscos maiores de infestação.
“Temos como exemplo o bairro Palestina, que é uma região de área de risco. Nós não temos como manter as ações estratégicas sempre nos mesmos bairros. Quando saímos de uma localidade, percebemos que, mais na frente, ela volta a apresentar aumento. Isso mostra que é preciso que haja uma ação conjunta do poder público e a participação efetiva da comunidade, porque se a população não mantiver os cuidados necessários, o índice voltará a subir, infelizmente”, explica o gerente.

Verão pede atenção redobrada 

A atenção deve ser redobrada no período de dezembro a março, quando há maior chance de infestação do mosquito, devido ao calor causado pelo verão e registros de chuvas. Segundo Jeferson, o inseto se adapta às condições climáticas mais quentes, portanto, com temperaturas elevadas e chuvas constantes como vem acontecendo em Aracaju nas últimas semanas, há probabilidade de aumento de criadouros e focos do mosquito.
“Mantemos o alerta para que as pessoas tenham uma rotina de limpeza em suas casas e locais de armazenamento de água. É preciso sempre verificar os quintais, porque pode ser até mesmo uma tampinha, ou uma garrafa, ou pneu, locais que podem armazenar água. Destaco a atenção para os ralos em áreas de ventilação, porque sempre fica água parada nesses locais. Água da chuva é limpa e faz com que o mosquito possa encontrar nesses depósitos os seus criadouros”, reitera.
O gerente salienta ainda que, em caso de qualquer sintoma da doença, é importante que a população busque ajuda médica de imediato. “Mesmo com todos os cuidados, sempre orientamos as pessoas que ao perceber sinais de sintomas como febre, dores de cabeça, manchas avermelhadas na pele, não se automediquem, mas procurem ajuda médica imediatamente na unidade de saúde de referência da sua região”, reforça.

Dados 

Este ano, até o momento, foram confirmados, em Aracaju, 2.824 casos de dengue, 1.130 de chikungunya e 38 de zika. Esses e outros dados sobre arboviroses podem ser conferidos no Painel de Monitoramento disponibilizado no site da Prefeitura de Aracaju, onde é possível acessar informações como casos suspeitos e descartados; quantidade de pacientes por semana epidemiológica; sintomas; número de pacientes por sexo e pacientes gestantes.
Também é possível acessar os dados sobre o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) e toda a série histórica com a média de índice por ano (a partir de 2017), detalhado por mês e bairros.
FONTE: AGÊNCIA ARACAJU DE NOTÍCIAS

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