Receber o diagnóstico de câncer não é nada fácil. Mas existem alguns fatores que podem evitar esse desprazer, basta as pessoas adotarem hábitos saudáveis e evitarem exposição aos fatores de risco, como tabagismo, consumo de alimentos processados, enlatados e embutidos, ingestão de bebidas alcoólicas, exposição a radiação solar, infecções (principalmente as transmitidas sexualmente) e o sedentarismo.
De acordo com o cirurgião oncológico do Hospital Primavera, Dr André Rodrigues Meneses, os exames preventivos, o famoso “check-up”, são importantes, principalmente para os pacientes com histórico familiar de câncer. “Parentes de primeiro grau devem ter atenção redobrada e os exames preventivos são realizados geralmente de uma forma mais precoce. Como exemplo a colonoscopia, que é o exame de rastreio para o câncer colorretal, é indicado a partir dos 45 anos para homens e mulheres, entretanto tem indicação de realização em idade mais precoce caso o paciente tenha histórico familiar positivo para esta doença”, comenta.
O Papanicolau, que é o exame de rastreio para o câncer de colo de útero, é indicado para toda mulher a partir dos 25 anos que tem ou já teve vida sexualmente ativa, mas pode ser antecipado após análise individual da paciente. Ou seja, não existe uma idade especifica para exames preventivos ou de rastreio. “Cada paciente deve ser avaliado pelo médico para definição de melhor período para a realização dos exames”, afirma Dr André.
Dr André Rodrigues Meneses, cirurgião oncológico
Segundo o médico, o Brasil hoje é uma das referências mundiais para o tratamento oncológico. Protagonismo este, principalmente, ligado aos profissionais envolvidos nos tratamentos. Entretanto, ainda passamos por vários problemas de acesso aos pacientes menos favorecidos, desde a realização de exames de rastreamento até mesmo de atraso importante no início do tratamento quando a doença é diagnosticada.
“Nosso sistema de saúde público ainda não acompanha, de forma rápida, a evolução e inovação de drogas e medicamentos disponíveis para tratamento com melhores chances de cura da doença. Diferente do que ocorre nos serviços privados em que existe um leque bem maior de opções terapêuticas disponíveis para o tratamento”, comenta o especialista.
Tratamento
Cada vez mais o tratamento para o paciente com câncer é multidisciplinar. Ele se dá pela combinação de profissionais de diferentes áreas, com qualificações e experiências complementares, trabalhando juntos para garantir um tratamento completo e sistêmico. Dentre os tratamentos principais existem a quimioterapia, radioterapia e a cirurgia.
“Cerca de 80% dos pacientes com câncer vão passar por algum procedimento cirúrgico em seu tratamento. A definição do tratamento deve ser sempre individualizada, tendo em vista a localização da doença, a idade e comorbidades do paciente. A depender do tipo de neoplasia o tratamento pode ser iniciado com quimioterapia, em outros tipos o tratamento pode ser iniciado com cirurgia, ou até mesmo iniciado com quimioterapia e radioterapia combinadas. Ou seja, cada caso é um caso”, comenta Dr André.
O fator psicológico também é essencial para ajudar os pacientes a lidar com a doença. O apoio psicossocial e psicoterapêutico diante do impacto do diagnóstico e de suas consequências é muito importante. Além deste profissional ajudar no auxílio para melhor enfrentamento e qualidade de vida do doente e de seus familiares.
A adoção de uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes e cereais integrais, é fundamental
Alimentação
Para a prevenção do câncer, é importante a adoção de uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes e cereais integrais. Existem pesquisas que indicam ser possível evitar cerca de 35% dos casos de câncer, apenas alterando a dieta. Isso é fato, porque alguns alimentos funcionam como antioxidantes, fornecendo ao organismo substâncias imprescindíveis para combater os radicais livres que atacam as células. “A ingestão de fibras na alimentação diária é muito importante para a prevenção de vários tipos de câncer, especialmente o colorretal. As fibras no intestino ajudam na “limpeza” de substâncias que são consideradas agentes promotores do câncer, já que auxiliam de maneira muito eficiente na eliminação das fezes”, orienta o médico.
Recidiva
Outra situação bastante difícil para os pacientes com câncer é a recidiva de doença, que significa o retorno do câncer que já foi tratado ou que está em tratamento. É uma situação bastante difícil para a equipe médica, mas principalmente para o paciente. Devem ser analisados onde se deu o retorno da doença para se definir quais “armas” serão utilizadas nesse estágio de tratamento. Em algumas situações ainda cabe o tratamento cirúrgico com finalidade curativa, em outras situações não se pode afirmar em caráter curativo e sim em tratamento paliativo.
“No tratamento paliativo se busca o controle de sintomas decorrentes da doença, com diminuição de dores e de sintomas. Mais uma vez o tratamento é sempre individualizado e tratado com uma equipe multidisciplinar para se buscar o melhor pelo paciente”, conclui.