*Por Evelyn Mateus

As Plantas Alimentícias Não Convencionais possuem inúmeros benefícios à saúde, mas pela falta de informação e costume, acabam sendo ignoradas e descartadas, sendo até consideradas mato ou erva daninha. A expressão “não convencionais” se dá ao fato de não serem produzidas com o intuito de comercialização, muitas delas inclusive se desenvolvem de forma espontânea em praças, calçadas, canteiros ou na natureza.

No entanto, essas plantas ricas em nutrientes têm sido gradativamente utilizadas na gastronomia dos últimos tempos e atuam inclusive como alimentos funcionais. Incluí-las nos hábitos alimentares não é difícil. Uma vez que são de fácil de cultivo, baixo custo e resistentes a pragas. Confira a seguir algumas das centenas de PANCs conhecidas atualmente:

Azedinha – É rica em ferro, tem sabor azedo e dispensa temperos. Pode ser encontrada em duas formas: pequena e graúda. Mas atenção! A azedinha deve ser evitada por quem tem intolerância aos componentes da carambola!

Como usar: Salada crua, omelete, doces, geleias e moderadamente em sucos.

Bertalha – Seus frutos apresentam coloração roxa e podem ser utilizadas na culinária como corante natural. Suas folhas são ricas em cálcio, ferro, vitaminas A e C.

Como usar: Exclusivamente cozida ou refogada. Pode ser utilizada como recheio de salgados e tortas, em sopas, carnes ou salada refogada.

Caruru – Contém proteínas, fibras, ferro e magnésio e possui sabor idêntico ao espinafre. Cresce de forma rápida e espontânea em diversas hortas e jardins.

Como usar: Nunca deve ser consumida em sua forma crua, sempre cozida em carnes, no feijão ou refogada em saladas.

Dente-de-leão – Possui quase 100% de aproveitamento, pois dispõe de folhas, raízes e flores comestíveis. É rica em vitamina A, B, C, ferro e potássio.

Como usar: Em chás, saladas crua, cozida ou refogada.

Folhas de batata doce – Assim como as folhas da mandioca precisam ser cozidas antes de consumidas, essas também possuem substâncias tóxicas em sua forma crua. Porém, são totalmente seguras e nutritivas quando passam pelo processo de cocção. Contêm a combinação de antioxidantes betacaroteno, luteína e zeaxantina, além de cálcio, vitaminas C e K.

Como usar: Caldos, sopas, recheio de torta e salada refogada.

Guasca – Muito utilizada na gastronomia colombiana, tem seu sabor semelhante à alcachofra.

Como usar: Como tempero e condimento em sopa, risoto, carne ou qualquer prato cozido.

Ora-pro-nobis – Rica em proteínas, pode ser inserida na dieta vegana ou vegetariana e consumir tanto o fruto, como as folhas e flores. Por possuírem grandes quantidades de clorofila, suas folhas são bastante utilizadas como corante natural, especialmente em massas.

Como usar: Fruto e flores – crus ou cozidos como geleias e doces; folhas – em sopas, caldos, molhos, no feijão e polenta ou ainda adicionadas a massas de bolo, pão, macarrão, para dar a característica esverdeada.

Taioba – São folhas gigantes, fontes de antioxidantes carotenóides.

Obs.: Existe uma variedade dessa planta que não deve ser utilizada para consumo humano, conhecida com o taioba brava. Ela se difere da comestível pelo talo de cor roxa.

Como usar: Sempre cozida ou branqueada. Pode ser servida como acompanhamento, na feijoada, como charutinho de carne moída ou rocambole vegetal.

Fonte: Guia prático de PANCs: plantas alimentícias não convencionais / Instituto Kairós. Guilherme Reis Ranieri; Arpad Spalding Reiter; Vinicius do Nascimento e Felipe Borges.

*Evelyn Mateus – Nutricionista formada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Pós-Graduada em Nutrição Clínica e Esportiva pela FATELOS

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