Dor lombar intensa com irradiação para o hipogastro (dor que caminha para a bexiga), náuseas e vômitos, podendo também manifestar-se com sangramento na urina, infecção urinária de repetição ou até mesmo com interrupção abrupta da urina. Esses são sintomas clássicos do cálculo renal ou pedra nos rins, massas sólidas que se formam nos rins, derivadas, basicamente, da supersaturação de determinados índices urinários. Elas surgem do desbalanço entre fatores que estimulam e inibem a formação dos cálculos.

O médico nefrologista Dr Pedro Bibiano Pereira Júnior, que atua na Clínica Horto, Climedi, Diaverum e Hospital do Rim, explica que o quadro clínico é variável, vai desde a assintomatologia até os sintomas mais clássicos. “O fator genético é de extrema importância, mas o diabetes, a obesidade, a síndrome metabólica são condições que, por si só, são protagonistas nessa alta demanda. Quanto ao mecanismo de formação, o desbalanço entre fatores inibidores e causadores da cristalização servem como gatilho inicial do processo”, explica.

Dr Pedro Bibiano Pereira Júnior, nefrologista

O diagnóstico definitivo é feito com exames de imagem, a tomografia computadorizada, mas o ultrassom de vias urinárias auxilia bastante, informa o médico. Não existe medicação para tratar diretamente o cálculo, e sim medicações para tentar dificultar o reaparecimento das pedras e medicações que vão dissolver o cálculo. Dr Pedro Bibiano lembra que os cálculos de ácido úrico, que correspondem cerca de 10% dos cálculos renais encontrados na literatura, são os únicos que, com a terapia, apresentam chances de dissolver.

Prevenção

Cálculo renal não tem cura, mas tem tratamento. Ele é recorrente, se a pessoa negligenciar, certamente aparecerá um outro. Aumentar a ingestão de água é o ponto mais importante e a medida universal no controle da doença. Falar de prevenção é o ponto chave, observa Dr Pedro Bibiano. “A literatura fala na produção de 2 litros de urina, mas ninguém vai ser cartesiano o suficiente para medir a urina, diariamente. Logo, ingira mais de 2 litros de água por dia. O tratamento vai depender do tipo de cálculo identificado no exame do próprio cálculo ou de uma avaliação minuciosa da urina”, comenta.

A maioria dos cálculos são compostos por cálcio (cerca de 80%). Caso seja esse o tipo, é importante reduzir o consumo de sal, principalmente, o consumo de alimentos ultraprocessados, embutidos e enlatados também é fundamental. Tais alimentos concentram uma quantidade relevante e nociva de sódio. Reduzir a proteína animal (carnes) também é importante. “Eu recomendo apenas evitar o excesso do consumo, até porque reduzir a carne por completo pode te induzir a alimentos prejudicais, inclusive, aqueles que facilitam o surgimento do próprio cálculo. Outra orientação importante é o consumo de frutas que contém citrato como laranja, limão, lima, a própria água de coco. O aumento do consumo de legumes e verduras também ajuda bastante”.

Aumentar a ingestão de água é o ponto mais importante e a medida universal no controle da doença

O médico lembra que combater o cálculo renal é ter disciplina. Não é fácil. É preciso mudar hábitos de vida, comer comida de verdade, perder o excesso de peso e aumentar a ingestão de água. É também entender que a prevenção sempre será o melhor tratamento. “Vivemos um aumento expressivo da incidência de cálculo renal. Isso não reflete apenas a genética. Ser diabético, obeso, ter síndrome metabólica, comer industrializados, embutidos e enlatados, certamente, também são responsáveis. Dispor de exames mais precisos também contribuem para o aumento dos diagnósticos”, finaliza.

 

 

 

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