A reportagem do Cinform On Line conversou com a deputada federal Delegada Katarina Feitoza (PSD), que dentre outras coisas, pode ser a indicada de seu agrupamento para disputar a Prefeitura de Aracaju no próximo ano. Ela se diz focada no mandato e não descarta a possibilidade. Ela também acredita no consenso da escolha junto ao prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) e nega qualquer “arranhão” com o atual gestor de Aracaju. Ela também fala de seus projetos no início de mandato na Câmara Federal e faz avaliações dos governos de Fábio Mitidieri (PSD) e Lula (PT). Confira a seguir, e na íntegra, esta breve entrevista:

CINFORM ON LINE: Iniciando a entrevista, vamos à pergunta que não quer calar: a deputada Katarina Feitoza é ou não é pré-candidata à prefeita de Aracaju em 2024? Seu nome tem sido “ventilado” com frequência, mas você tem ou não interesse em disputar a PMA?

DELEGADA KATARINA: Hoje estou focada no meu mandato de deputada federal e não em ser prefeita de Aracaju. Mas sou de grupo e hoje mais do que nunca me sinto preparada para quaisquer desafios nesse mundo da política. Mas nenhuma conversa aconteceu ainda sobre 2024. Como eu sempre digo “uma coisa de cada vez”, e agora é a hora da Câmara Federal.

CINFORM ON LINE: O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, tem demonstrado certa preferência pelo nome da atual secretária de Saúde da capital, Waneska Barboza, para sucedê-lo; você tem intenção de disputar esta indicação ou vai trabalhar pelo consenso?

DELEGADA KATARINA: Acredito que Edvaldo deve ser o gerenciador natural desse processo, e é normal que ele tenha suas preferências. Mas, assim como eu, ele também já mostrou que é uma pessoa de grupo e tenho certeza de que o consenso prevalecerá, pois essa é uma marca do nosso agrupamento. De qualquer forma, acredito que essa discussão ainda não seja oportuna, pois, como eu disse, o momento é de focar no meu mandato; a eleição de 2024 deve ser debatida lá em 2024.

CINFORM ON LINE: Dentro de Aracaju há o comentário geral na classe política de que o prefeito Edvaldo Nogueira não aprova sua candidatura à prefeita; ficou algum “arranhão” após a campanha eleitoral do ano passado entre vocês ou não?

DELEGADA KATARINA: De jeito nenhum. Nada de arranhões, nossa relação continuou como sempre, de respeito e admiração mútuos.

CINFORM ON LINE: Você era a vice-prefeita da cidade, tinha a simpatia do ex-governador Belivaldo Chagas e do governador Fábio Mitidieri. Seu nome não seria uma indicação natural do prefeito e do agrupamento?

DELEGADA KATARINA: Veja, Habacuque, se tem uma coisa que eu aprendi nos últimos anos na política é que nem sempre o mais óbvio é o que acontece. Porque a política tem meandros muito próprios e cada eleição tem seu ritmo e seus critérios. Então, como eu disse, vamos esperar o tempo das coisas.

CINFORM ON LINE: Há quem diga que o momento é de uma mulher governar Aracaju. Qual a sua avaliação?

DELEGADA KATARINA: No ano passado fizemos história elegendo as primeiras mulheres sergipanas para a Câmara, e acredito que podemos fazer o mesmo na capital, pois eu defendo que nós mulheres precisamos ocupar esses espaços que também são nossos, e tem sido muito importante pra mim participar desse movimento.

CINFORM ON LINE: Olhando um pouco para o seu mandato de deputada federal, qual a avaliação até agora? Está satisfeita com seu desempenho? Como tem sido a experiência no Congresso Nacional?

DELEGADA KATARINA: Eu estou extremamente satisfeita. Quem conhece o ritmo das coisas em Brasília, sabe que nada lá é fácil. Por isso, desde que fui eleita eu comecei a buscar espaços. Hoje, sou titular na Comissão mais importante da Casa, que é a CCJ; além de mais duas Comissões, a de Segurança Pública e a de Defesa dos Diretos da Mulher. Também estou atuando pela Frente Parlamentar em Defesa das Mães de Pessoas com Doenças Raras, que está sendo implementada ainda, e na Frente contra a violência obstétrica e coordeno a Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco, que será instalada por esses dias. Também fui escolhida como vice-líder do nosso bloco na Câmara. Tudo isso é muito significativo pra mim, uma mulher, nordestina, num primeiro mandato.

CINFORM ON LINE: Que projetos do seu atual mandato você já destacaria em poucos meses atuando na Câmara Federal?

DELEGADA KATARINA: Apresentei um PL, o 437/2023, que cria linhas de créditos para mulheres vítimas de violência. Ele prevê a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TLP) em 50% quando forem aplicadas a microempresas e empresas de pequeno porte controladas e dirigidas por mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Também protocolei alguns requerimentos, como o aprovado na última semana, que autoriza a realização de uma audiência pública para ouvir representantes de diversos órgãos, a fim de discutir os atentados a escolas. Outra proposição que teve aceitação da Casa foi a da que se transformou na nova lei que atualiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) sobre o cadastro de crianças desaparecidas, da qual fui relatora. Outro requerimento que apresentei foi para que o Ministério da Saúde explique a execução do Plano Nacional de atendimento integral às pessoas com doenças raras. Esses projetos são muito importantes no cenário atual, o que demonstra que meu mandato é propositivo e antenado com as demandas da sociedade.

CINFORM ON LINE: Como a senhora avalia o início do governo de Fábio Mitidieri? Tem alguma observação especial a fazer da gestão?

DELEGADA KATARINA: Vejo o início do mandato de Fábio como o vejo: acelerado (risos). Fábio não para e consegue, como poucos gestores, ser técnico e ao mesmo tempo popular. Ele consegue pensar em mecanismos de gestão e estar nas ruas, com as pessoas, isso tem dado uma celeridade muito boa ao mandato dele, porque consegue ouvir a sociedade e também os demais poderes. Acredito que esses primeiros dias de Governo surpreenderam positivamente tanto pelo ritmo quanto pelas entregas. A observação que gostaria de fazer é pelo espaço dado às mulheres, com pastas estando pela primeira vez em mãos femininas. Isso tem sido um marco de inclusão e tem feito a diferença.

CINFORM ON LINE: Voltando para Aracaju, a oposição reclama que o prefeito, após sete anos, não resolveu o problema da falta de mobilidade, do transporte coletivo e do ultrapassado Plano Diretor. Ainda assim, qual a sua avaliação sobre a gestão de Edvaldo Nogueira?

DELEGADA KATARINA: A melhor possível, pois estive ao lado de Edvaldo por dois anos e conheço de perto o trabalho da gestão. É uma administração muito técnica, toda baseada em planejamento estratégico, com projetos e metas. Não é à toa que Aracaju tem se tornado uma cidade cada vez melhor e mais funcional para as pessoas. É claro que ainda há problemas, que nem tudo foi feito, mas falo com muita segurança que o que era possível fazer, foi e será feito.

CINFORM ON LINE: O governo Lula iniciou seu mandato e tem sido alvo de muitas críticas, inclusive pelos posicionamentos públicos e declarações polêmicas. Por que, até agora, a gestão dele ainda não desandou? Por que os órgãos federais em Sergipe continuam sendo dirigidos por indicados do governo anterior?

DELEGADA KATARINA: Esse governo se apresenta em uma conjuntura muito peculiar, onde se tem que lutar pela governabilidade em um país dividido. Ataques frontais à Democracia, “teoria da conspiração”, congresso em “chamas”, onde ninguém se entende. Realmente seria quase um milagre se o governo federal tivesse conseguindo dar grandes passos.

CINFORM ON LINE: Concluindo a entrevista, e quanto à CPMI dos atos de 8 de Janeiro? Qual a sua avaliação? É contra ou a favor? Por que tanta demora para fiscalizar e resolver algo que chamou a atenção do Mundo para o Brasil?

DELEGADA KATARINA: Ao meu ver, a apuração, que já está sendo feita pela Polícia Federal, STF e Ministério Público Federal, é o que de fato tem de ser feito como medida para o que ocorreu no dia 08 de janeiro, pois acredito nas instituições do nosso país. Como parlamentar, eu vou acompanhar os trabalhos, caso haja a instalação da CPMI, mas não acredito que seja oportuno, uma vez que vivemos um momento de dualidade e beligerância no Brasil e precisamos pacificar em vez de politizar investigações. Temos temas importantes a serem discutidos na Casa, a exemplo do novo arcabouço fiscal, orçamento, reforma tributária, etc, que ficarão paralisados por conta de uma CPMI que tem por objeto de investigação o mesmo que já está sendo alvo do STF, PF e MPF. O STF acabou de indiciar 100 pessoas, e as investigações continuam. E cada investigação tem seu tempo, ainda mais essa, que envolve tantos autores e situações.

Por Habacuque Villacorte – Da Equipe Cinform On Line

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