A pauta da reconstrução mamária teve um importante avanço nas últimas semanas, uma Portaria do Ministério da Saúde publicada no Diário Oficial da União instituiu a estratégia de ampliação do acesso à reconstrução mamária para mulheres com câncer de mama no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Serão destinados, ao todo, mais de R$100 milhões aos estados.

 

No Brasil mais de 20 mil mulheres aguardam na fila pelo procedimento na rede pública. Em entrevista, Dra. Paula Saab, Médica Mastologista, integrante da Comissão de Políticas Públicas e de Imagem, da Sociedade Brasileira de Mastologia, explicou sobre o procedimento.


Dra. Paula Saab, Médica Mastologista

A reconstrução mamária é um procedimento cirúrgico que visa reconstruir a mama após uma mastectomia ou outras cirurgias conservadoras que levem a um defeito estético das mamas. “Existem diferentes técnicas para a reconstrução mamária, incluindo a colocação de próteses de silicone, reconstrução com tecido autólogo (usando tecido do próprio corpo da paciente) e a combinação de ambas as técnicas. O tipo de reconstrução indicado pode variar de acordo com a idade, estado geral de saúde, tipo e estágio do câncer de mama e outras características individuais da paciente”, explica.  

Em 2013, o Ministério da Saúde regulamentou a Lei 9.797, que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a oferecer a reconstrução mamária de forma gratuita para mulheres que tiveram câncer de mama. Além disso, a Sociedade Brasileira de Mastologia tem promovido campanhas de conscientização sobre a importância da reconstrução mamária e a necessidade de informar às pacientes sobre as opções disponíveis.

“Não há ainda um serviço organizado de reconstrução mamária no SUS em Sergipe. Algumas reconstruções esporádicas acontecem em hospitais oncológicos, porém ainda existem muitos mutirões para tentar diminuir essa demanda. O ideal é que trabalhemos sempre com reconstrução imediata, quando possível”, destaca Dra. Paula Saab.  

A reconstrução imediata é um direito das mulheres com câncer de mama. “Devemos buscar formar centros de referência para que possamos oferecer o tratamento oncológico e reparador ao mesmo tempo, para todas as mulheres que podem ser submetidas a ele”, finaliza.

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