As festas juninas são uma tradição muito forte no Nordeste e em Sergipe. Elas trazem alegria, comidas típicas e, para muita gente, a tradicional queima de fogueiras é imprescindível. Além de embelezar a noite, elas aquecem as pessoas e ainda possibilitam aquele milho assado que é indispensável para muita gente. Porém, a inalação da fumaça pode piorar os problemas respiratórios porque ela contém uma mistura complexa de partículas e gases, incluindo monóxido de carbono, dióxido de enxofre e partículas de metal.

Esses compostos podem inflamar as vias respiratórias, causar broncoespasmo e agravar condições respiratórias pré-existentes, como asma, rinite alérgica ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). É o que alerta o médico pneumologista Dr George Amado, especialista em Pneumologia e Tisiologia pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). “Em pessoas saudáveis, a inalação dessa fumaça pode causar irritação nos olhos, nariz e garganta, e até mesmo resultar em sintomas temporários de dificuldade respiratória”, disse.

Segundo ele, o importante é aproveitar as festas juninas com precaução, evitando a exposição direta à fumaça e se mantendo em ambientes com boa circulação de ar. “A pessoa deve continuar rigorosamente o uso dos medicamentos do tratamento de manutenção prescrita pelo seu médico pneumologista e, se tiver asma ou DPOC, levar sempre consigo o seu inalador de alívio rápido (tipo salbutamol spray). Em caso de fogueiras, mantenha uma distância segura para evitar a inalação direta de fumaça”, observa.

Dr George Amado, médico pneumologista

Alerta em crianças

Os pais devem observar se a respiração está rápida ou ofegante. As crianças, especialmente as menores, podem apresentar um ritmo de respiração mais rápido que o normal quando têm dificuldade para respirar. Isso pode ser observado como uma respiração ofegante, em que a criança parece estar fazendo um esforço extra para respirar.

“Uma tosse que não desaparece pode ser um sinal de um problema respiratório subjacente. Isso é particularmente verdadeiro se a tosse for pior à noite ou se for acompanhada por outros sintomas, como febre ou letargia. Tem o chiado, que é um som agudo produzido durante a respiração e é frequentemente mais audível durante a expiração. Ele pode ser um sinal de asma ou outra condição que está causando estreitamento ou obstrução das vias respiratórias”, comenta o especialista.

Dr George Amado também alerta para outros sinais como a dificuldade para falar ou comer. Se uma criança está tendo dificuldade para respirar, pode ser difícil para ela falar frases completas sem parar para respirar. Da mesma forma, ela pode ter dificuldade para comer ou beber. Lábios ou rosto azulados é um sinal de que a criança não está recebendo oxigênio suficiente. É uma situação de emergência que requer atenção médica imediata”, pontua.

Se os pais notarem algum dos sinais de alerta nas crianças, devem procurar atendimento médico imediatamente

Se uma criança com problemas respiratórios estiver sentindo falta de ar, ela pode se tornar menos ativa do que o normal, parecer letárgica ou até mesmo ter dificuldade para se manter acordada. Além disso, o pneumologista também alerta para a dor no peito. Embora seja menos comum em crianças, a dor no peito pode ser um sinal de uma condição respiratória. “Se os pais notarem algum desses sinais de alerta em seus filhos, devem procurar atendimento médico imediatamente. Além disso, se a criança já tiver uma condição respiratória conhecida, como asma, os pais devem garantir que estejam seguindo o plano de tratamento recomendado pelo médico pneumologista e que a criança esteja tomando os medicamentos conforme indicado”, conclui.

Chuvas

Evitar o contato com as chuvas típicas neste período também é importante para manter os cuidados. Durante os períodos de chuva, principalmente em regiões tropicais como o Nordeste do Brasil, ocorre um aumento da umidade do ar. Essa umidade pode ter vários efeitos potencialmente prejudiciais à saúde respiratória como o crescimento de mofo e ácaros, ambos são alérgenos comuns que podem agravar condições respiratórias alérgicas, como asma e rinite. Isso pode levar a um aumento da inflamação nas vias aéreas, resultando em sintomas como espirros, tosse, falta de ar e outros e descontrolar a asma e a rinite alérgica.

“As chuvas podem ser seguidas por mudanças bruscas de temperatura, que podem ter um efeito direto sobre o sistema respiratório. Essas mudanças podem causar broncoespasmos (os tubos que conduzem o ar aos pulmões), o que pode dificultar a respiração, especialmente em pessoas com doenças respiratórias crônicas, como a asma e DPOC. Com a chuva, as pessoas tendem a permanecer mais tempo dentro de casa, o que pode aumentar a exposição à poluição do ar interior. Isso inclui fumaça de tabaco, produtos químicos de produtos de limpeza, gases de aparelhos a gás, entre outros”, explicou Amado.

É importante ter uma alimentação balanceada e beber bastante líquidos

Alimentação equilibrada

De acordo com o pneumologista, a alimentação, enquanto a conexão entre a dieta e as doenças respiratórias, ainda é um campo de pesquisa em desenvolvimento. Sabe-se que certos alimentos podem influenciar a inflamação no corpo, o que pode ter um impacto nos problemas respiratórios. Alimentos muito processados ou ricos em gorduras saturadas, comuns em algumas comidas de festa junina, podem aumentar a inflamação sistêmica e principalmente do aparelho respiratório. “Chamo a atenção à total conexão entre Doença do Refluxo Gastro-Esofágico e doenças respiratórias como Asma e DPOC. Muita atenção ao excesso de bebidas alcoólicas e alimentos que pioram os sintomas do refluxo (piorando o pigarro e tosse). Portanto, é importante ter uma alimentação balanceada e beber bastante líquidos”, conclui.

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