O mês de julho é dedicado à prevenção do câncer de cabeça e pescoço, conhecido como Julho Verde. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é o segundo tipo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de próstata e o quinto mais frequente nas mulheres. O objetivo da campanha é alertar a população sobre as principais causas, os sinais e sintomas, formas de tratamento e reabilitação, bem como os cuidados com a saúde para prevenir esse tipo de câncer.
Os tumores malignos de cabeça e pescoço correspondem a 3% de todos os tipos de câncer. Os cânceres de cavidade oral e laringe são um dos tumores mais comuns dessa região, e mais de 60% deles ocorrem na glote. Quando diagnosticado precocemente, grande parte dos tumores são curados com cirurgia. Outros pacientes precisarão de combinação de radioterapia com quimioterapia. E para alguns casos há indicação de tratamento com imunoterapia. A escolha ideal do tratamento dependerá do tipo, estágio e das condições clínicas do paciente.
Dr Ricardo Ramos, médico oncologista clínico
Segundo o médico oncologista clínico, Dr Ricardo Ramos, que atua no Hospital São Lucas, a escolha ideal do tratamento dependerá do tipo, estágio e das condições clínicas do paciente. ‘É importante ressaltar que nem todos esses sintomas podem significar a presença de um câncer. Por isso, é fundamental a avaliação médica especializada. “Os exames de imagem ajudam a identificar o câncer de pescoço, como o a ultrassonografia, a tomografia, ressonância magnética ou PET- CT. Estes são importantes para mostrar a doença e sua extensão. Mas o exame que confirma a doença é a biopsia”, comenta.
Os sintomas mais comuns do câncer de cabeça e pescoço são inchaço ou feridas que não cicatrizam em regiões como lábio, boca, língua e garganta; nódulo no pescoço ou na mandíbula, manchas vermelhas ou esbranquiçadas na boca que não cicatrizam, dificuldades durante a alimentação com dor ou sensação de que algo ficou preso na garganta ao se alimentar, problemas na fala como rouquidão persistente, dificuldades e dores ao mexer a boca, problemas respiratórios como congestão nasal persistente, tosse recorrente ou falta de ar.
De acordo com o especialista, os principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço são o tabagismo e álcool, considerados os grandes responsáveis pela maioria das lesões malignas de cabeça e pescoço, especialmente quando associados. Fumantes que exageram na bebida apresentam risco de 40 a 100 vezes maior de desenvolver a doença. “Quanto mais prolongado e intenso for o consumo de álcool e o fumo, maior o risco. Além disso infecção por HPV pode também provocar câncer principalmente na orofaringe”, alerta.