Com o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre a importância do aleitamento materno para a saúde da mãe e do seu filho, foi criada, em 1992, pela Organização Mundial de Saúde, por meio do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Semana Mundial de Aleitamento Materno. A campanha acontece, anualmente, em cerca de 120 países e é traduzido para 14 idiomas.
Esse ano o tema é Apoie a Amamentação: Faça a diferença para mães e pais que trabalham. Em 2017, foi estendida a conscientização do aleitamento materno durante todo mês de agosto, que passou a se chamar ‘Agosto Dourado”, simbolizando a riqueza do leite humano o qual proporciona o melhor crescimento e desenvolvimento para as crianças com benefícios que se prologam por toda vida e para a mãe que amamenta.
Drª Izailza Matos Dantas Lopes, médica pediatra
A médica Drª Izailza Matos Dantas Lopes, presidente do Comitê de Aleitamento Materno da Sociedade Sergipana de Pediatria, explica que o ato de amamentar reduz a prevalência do adoecimento e mortalidade infantil, independente da pesquisa ser realizada em países de baixa, média ou alta renda. “Além disso a curto e longo prazo ocorre uma redução das infecções respiratórias, diarréias, doenças alérgicas, doença celíaca, doenças inflamatórias intestinais, sobrepeso, diabetes, leucemia, linfoma, hipertensão, dislipidemia. Também melhora o coeficiente de inteligência, a afetividade a escolaridade e maior renda na vida adulta’, comenta.
O ato de amamentar também traz inúmeros benefícios para a mãe, como explica a pediatra. “A mãe perde peso mais rápido porque o ato de amamentar leva a uma perda diária em média de 500 calorias. Como consequência ocorre redução da prevalência de doenças como diabetes, sobrepeso, obesidade e hipertensão arterial. Menor risco de anemia, melhor saúde mental, maior vínculo afetivo com seu filho reduzindo o risco de abandono e maus tratos. Reduz a violência e a criminalidade. Evidências científicas apontam menor risco de câncer de mama e de ovário e Alzheimer para a mulher que amamenta. Em decorrência do ato de amamentar, mudanças profundas ocorrem na estrutura social do país, com futuras gerações mais saudáveis e produtivas, e retorno econômico relacionado a políticas públicas que apoiam, promovem e protegem a amamentação”, pontua a especialista.
Um dos grandes dilemas enfrentados por algumas mães é a pouca produção de leite materno, o que acaba fazendo com que ela decida dar fórmulas infantis para complementar a amamentação. É muito comum a mãe achar que o seu filho não está saciado com o leito da mama, porque a criança chora ou acorda muito rápido. A OMS recomenda que todas as crianças sejam amamentadas, exclusivamente, até o sexto mês de vida e deve-se manter por pelo menos até os dois anos. Aos seis meses, inicia-se alimentação complementar para que possa atender as necessidades nutricionais especiais dessa etapa da vida.
Quantitativo de leite no Marly Sarney não atende as necessidades da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes
Drª Izailza Matos lembra que as únicas contraindicações absolutas da amamentação são as infecções pelo HIV e HTLV I e II. As causas culturais como leite fraco, pouco leite, falta de apoio familiar como também dos profissionais da saúde e da comunidade são causas prevalentes relacionadas a mãe desistir de amamentar. “A mãe ter depressão pós-parto ou alguma doença psiquiátrica previa, também a dor no momento da amamentação devido a pega ou posicionamento incorreto da mamada. As propagandas das multinacionais que comercializam fórmulas infantis. Situações inconvenientes como o retorno ao trabalho, trabalho informal”, comenta.
Doação de leite humano
As mães que têm excesso de produção de leite podem doar esse rico alimento ligando para o Banco de Leite Marly Sarney, através do número (79) 3226-6301, onde será realizado o cadastro contendo todas as orientações necessárias para ser apta a ser doadora. Serão solicitados os exames pré-natais para a comprovação da saúde da possível doadora e todas as orientações de como ordenhar o leite e o material serão entregues à mesma.
Além disso, é necessário que ela perceba o leite em excesso. Sendo comprovada a sua saúde e o leite excedente, a doação será realizada. Os estoques do banco de leito estão oscilantes e são considerados moderados. Porém, neste momento, o quantitativo não atende as necessidades da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), referência no Estado para o atendimento a gestantes de alto risco.
Bárbara Reis, coordenadora do Banco de Leite Marly Sarney
De acordo com Bárbara Reis, coordenadora do Banco de Leite Marly Sarney, o serviço possui uma rota que funciona de segunda a sexta-feira, por bairros, para recolher o leite em domicílio. “Deixamos todo material esterilizado necessário para que essa mãe continue sendo doadora. Ela pode doar por tempo indeterminado, desde que haja sobra de leite e essa mãe esteja saudável”, explica a gestora.
Durante o ‘Agosto Dourado’, diversas programações farão parte da campanha que tem como objetivo incentivar a amamentação. Uma das ações será o VII Seminário do Estado, que acontecerá no dia 03 de agosto, na Uninassau, com diversas programações da Rede de Bancos de Leites, como roda de conversas com as gestantes da MNSL , mamaços e matricimento com as Unidades Básicas de Saúde, além de evento na Câmara de vereadores de Nossa senhora do Socorro.
Rede de bancos de leite em Sergipe
Banco de Leite Humano Marly Sarney
Rua Mato Grosso, s/n. Bairro José Conrado de Araujo. Aracaju (SE).
Telefone (79) 3226-6301. E-mail: blhumano.mnsl@saude.se.gov.br.
Maternidade Nossa Senhora de Lourdes
Avenida Presidente Tancredo Neves. Bairro América. Aracaju (SE).
Telefone (79) 3225-8650.
Banco de Leite Humano Irmã Rafaela Pepel
Rua Jackson de Figueiredo, 401. Centro, Itabaiana (SE). CEP 49500-00.
Telefone (79) 3431-2290. Fax (79) 3431-2290. E-mail
diretoria@msjose.com.br.
Maternidade Zacarias Júnior/Banco de Leite Humano Zóed Bittencourt
Rua Hipólito Santos. Centro, Lagarto (SE). CEP 49400-000. Telefone (79)
3631-2723. Banco de leite Zoed Bittencourt- lagarto – 79 3631-2723