Responsável pelo atendimento de alta e média complexidade, sendo a principal porta de entrada para os casos de urgência e emergência no Sistema Único de Sergipe (SUS), o Hospital de Urgências Governador João Alves Filho (Huse) está sob nova direção desde o dia primeiro de janeiro deste ano. Quem recebeu a desafiadora missão de comandar o maior hospital público do estado de Sergipe foi o enfermeiro Waltenis Braga Silva Júnior, ex-superintendente do Hospital Regional de Itabaiana.
Durante os primeiros seis meses de gestão, o Huse tem sido palco de mudanças promissoras. Em um esforço para elevar o padrão de cuidados e serviços prestados à população, a atual gestão tem focado em uma série de aprimoramentos e reformas. Desde a renovação das estruturas físicas até a melhoria da ambiência hospitalar, as mudanças visam proporcionar um ambiente mais confortável e humano para pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde.
Waltenis Braga Silva Júnior, Superintendente
A valorização do atendimento ao público tem sido um pilar dessa transformação. Com a realização de adequações estratégicas, o Huse busca diminuir tempos de espera e otimizar o fluxo de atendimento, garantindo que aqueles que buscam auxílio médico encontrem uma resposta rápida e eficaz. A gestão teve um olhar voltado, primeiramente, ao Pronto Socorro (PS) e realizou a reestruturação de toda a Observação Clínica (Ala Azul) e a Observação Cirúrgica (Ala Verde Trauma).
“Estamos tendo esse olhar carinhoso com o prédio e melhorando a estrutura física para dar uma estadia melhor aos pacientes e um ambiente mais acolhedor aos nossos funcionários. Toda a parte de climatização vem sendo feita dentro do nosso hospital. Climatizamos a área do pronto-socorro, as três recepções: a recepção geral, a recepção da visita e a recepção da parte administrativa. Nas enfermarias nós trocamos portas, realizamos pinturas, manutenção na parte elétrica, iluminação e banheiros”, disse Waltenis Braga.
Atendimento humanizado
Segundo o superintendente do Huse, nestes primeiros seis meses a gestão conseguiu melhorar o acesso dos pacientes no hospital. Foi montada uma estratégia que está sendo muito bem aplicada e o tempo de espera diminuiu absurdamente. A Unidade Pós-Cirúrgica (UPC) foi toda reformada. Foram instalados 32 leitos, sendo um de estabilização, proporcionando um ganho significativo para os pacientes, já que a unidade é de extrema importância porque é ela que faz com que o paciente cirúrgico desocupe um leito, abrindo oportunidade para outros usuários.
A UPC foi toda reformada e recebeu 32 leitos, sendo um de estabilização
Uma das primeiras ações da atual gestão foi tirar a Organização de Procura por Órgãos (OPO) de dentro do necrotério. A iniciativa ocorreu após o superintendente realizar sua primeira visita ao hospital. “Aquilo me deixou muito sentido. O espaço era dividido dentro do necrotério. Um serviço de suma importância, apesar de trabalhar com cadáveres, não precisaria estar no mesmo local, então a gente também deu uma dignidade maior para àqueles servidores”, disse Waltenis.
Pediatria e Hemodinâmica
Para atender a demanda, o hospital ampliou a Unidade Pediátrica de Alta Complexidade disponibilizando 21 leitos, sendo 11 com um isolamento na Unidade de Apoio Crítico Pediátrico/Área Vermelha e dez leitos com um isolamento na Área Amarela. A necessidade surgiu após a crise da pediatria que provocou superlotação em todos os hospitais públicos e privados do estado de Sergipe. A obra foi iniciada na gestão passada sob o comando do médico e atualmente secretário estadual da Saúde, Dr Walter Pinheiro, e foi entregue na atual gestão.
O Huse também realiza uma grande obra que é a Hemodinâmica, local que será destinado a atender pacientes de alta complexidade em neurologia clínica, neurologia cirúrgica, cardiologia e vascular. Serão atendidos nesta nova ala pacientes vítimas de infarto do miocárdio, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e outros problemas agudos. “Serão feitos diagnósticos e tratamentos com métodos menos invasivos. Em poucos dias, nós estaremos inaugurando pela primeira vez na história do Huse e do estado de Sergipe essa maravilhosa obra”, afirmou o superintendente.
Waltenis Braga ao lado de Dr Walter Pinheiro e Dr. Carlos Torres, diretor assistencial do Huse, na inauguração da Unidade Pediátrica de Alta Complexidade
Baixa Complexidade
Atualmente, 69% dos atendimentos realizados no hospital são classificados como de baixa complexidade, casos simples que poderiam ser resolvidos em postos de saúde, Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), Hospitais de Pequeno Porte (HPPS) ou Hospitais Regionais. Waltenis Braga considera como um gargalo. “Sabendo que somos um hospital de alta complexidade, a gente precisa distribuir nossa força para aquilo que os pacientes mais precisam dentro da alta complexidade. No entanto, ainda temos essa realidade dos atendimentos de baixa complexidade, pessoas que procuram o nosso hospital, fazendo com que a gente acabe utilizando um recurso tão alto para pacientes que poderiam estar dentro das suas unidades básicas de saúde”, lamentou.
Waltenis credita todo o sucesso do seu trabalho à experiência como superintendente do Hospital Regional de Itabaiana, um dos mais importantes de Sergipe. Sua atuação por lá serviu como vitrine para que ele tivesse a confiança do secretário Dr Walter Pinheiro e do governador Fábio Mitidieri. Ele conseguiu fazer com que o hospital fosse o mais resolutivo do interior de Sergipe, isso lhe deu visibilidade. Ele geriu a unidade promovendo uma forma diferente de gestão, utilizando novas ferramentas, novas metodologias aplicadas à passagem do paciente num tempo mais rápido e, claro, dando uma alta hospitalar adequada no tempo correto.
Ao olharmos para trás e contemplarmos os primeiros seis meses da nova gestão no Huse, fica claro que a determinação e o compromisso com a excelência estão impulsionando essa jornada de mudança. Através de reformas físicas, avanços tecnológicos e uma abordagem centrada no paciente, o Huse está traçando um caminho de transformação que promete um futuro de cuidados de saúde mais eficazes, humanizados e acessíveis para a população sergipana.