A vesícula biliar é uma pequena bolsa localizada abaixo do fígado que armazena bile, um fluido produzido pelo fígado que ajuda na digestão de gorduras no intestino. A bile é formada por várias substâncias, entre elas o colesterol, que por um fator hereditário pode precipitar e formar cálculos. Essas pequenas pedras, que vão crescendo com o tempo, podem dificultar a saída da bile para o intestino e provocar dor.

Segundo o médico gastroenterologista especialista em cirurgia do aparelho digestivo, Dr Jonas Leomarques dos Santos, é muito importante que as pessoas observem casos de pedras na vesícula relacionados na família por ser uma causa eminentemente hereditária. Outros fatores também podem provocar a cristalização da bile dentro da vesícula biliar, como obesidade, uma dieta rica em gorduras e carboidratos e pobre em fibras, e o sedentarismo.

Dr Jonas Leomarques dos Santos, médico gastroenterologista

“Os pacientes obesos, que tendem a emagrecer, acabam provocando uma alteração na precipitação do colesterol. Esses pacientes podem formar mais cálculos. Na gestação ou pós-gestação, também é comum aparecer mais pedras na vesícula. Porém, o fator familiar é muito significativo. A dica que eu dou é conversar com seus familiares. Se tiver histórico de pedra na vesícula, deve buscar um clínico e iniciar um tratamento”, orienta o especialista.

Par diagnosticar a patologia, o exame mais indicado é o ultrassom. Compreendendo que 80% das pedras na vesícula são assintomáticas, torna-se essencial para a população realizar eventualmente um check-up, incluindo o exame de ultrassom, que pode identificar desde cálculos pequenos até a pedra na vesícula.

Tratamento

Dr Jonas Leomarques entende que o tratamento cirúrgico é o mais indicado para casos de pedras na vesícula. “Na medicina mais antiga, algumas pessoas eram aconselhadas a não operarem os pacientes com pedras pequenas. É exatamente o contrário. Quem tem cálculos menores que cinco milímetros, a chance dele sair da vesícula e entupir esse canal é maior. Cálculos entre meio e um centímetro tem mais risco de gerar dor, que é a cólica biliar, uma dor muito forte. São os pacientes que eu mais agilizo a cirurgia”, diz o médico.

O tratamento cirúrgico é o mais indicado para casos de pedras na vesícula, afirma Dr Jonas

Segundo o médico, o ideal é retirar a pedra antes mesmo que ela venha a apresentar sintoma. Ele lembra que o número de complicações de mortes provocadas por pedra na vesícula diminuiu muito, pois a população vem realizando exames preventivos. As mulheres, que tem o número de pedra na vesícula quase 3 vezes mais que os homens, descobrem no ultrassom de rotina. A ginecologista já consegue verificar como está a vesícula, se tem pedra ou não, e isso vem salvando muitas vidas e diminuindo o número de internações.

“A vesícula, na verdade, é assintomática, mas quando ela apresenta sintomas, que são as dores, cólicas biliares, principalmente embaixo da costela direita, é uma dor aguda e muito forte. É a patologia gastrointestinal que mais leva as pessoas à urgência. A cirurgia ficou muito segura e a gente passou a operar mais, tem um pós-operatório bem tranquilo, tem paciente faz a cirurgia no outro dia já vai trabalhar. Nós passamos a operar mais vesículas em pessoas, inclusive em idosos. Eu tenho relatos de pacientes com 88, 94 anos, que fizeram a cirurgia e estão muito bem”, conclui o médico.

 

 

 

 

 

 

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