A população precisa ter bastante cuidado neste período do ano em que prevalecem as altas temperaturas, combinadas com chuvas ao longo do dia. Esse é o ambiente propício para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, vetor da Dengue, Chikungunya e Zika Vírus. Tem chamado a atenção de especialistas o ressurgimento do tipo 3 da Dengue no Brasil. Na última quarta-feira, 22, foram confirmados quatro casos em Votuporanga/SP, todos no mesmo bairro.

De acordo com o médico infectologista e Diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Dr Marco Aurélio Góes, existem quatro sorotipos de Dengue: um, dois, três e quatro. A infecção por um deles cria imunidade contra o mesmo sorotipo, mas o indivíduo pode contrair dengue se tiver contato com um sorotipo diferente. Como poucas pessoas contraíram o tipo 3, há um risco maior de complicações.

“Quando existe a circulação desses vírus ao mesmo tempo, além do um, do dois e volta a circular o dengue tipo três, isso aumenta o risco de muita gente suscetível à doença porque há baixa imunidade contra um sorotipo que não circulava com frequência. Quer dizer, você tem um número maior de pessoas que nunca tiveram dengue pelo vírus tipo três, então você tem potencialmente um risco maior de transmissão e infecção”, explica.

Dr Marco Aurélio Góes, médico infectologista

Segundo o especialista, essa é a maior preocupação no momento. Por isso, é importante a população ficar atenta aos sinais de alarme, que são os sintomas para os casos graves. Uma parcela da população pode evoluir com a melhora clínica após usar uma hidratação, analgésicos e antitérmicos, mas uma parte pode evoluir para as formas graves, podendo ter o choque, sangramentos e evoluir ao óbito.

“É preciso ficar atento aos sinais de alarme, que são aqueles sintomas que fazem a gente pensar na possibilidade da Dengue. Então, se a pessoa começa a ter pressão baixa, tontura, começa a vomitar muito, ter sangramento, falta de ar, dor de barriga muito forte e constante, que pode indicar uma complicação”, pontua o médico.

Segundo dados da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, de janeiro até a primeira semana de novembro (2023) foram notificados 10.071 casos e confirmados 2.568 da doença com 10 óbitos. Em 2022, foram notificados 13.017 casos e confirmados 4.958 para 12 óbitos.

Dr Marco Aurélio lembra que a melhor maneira de prevenir a Dengue é controlando o vetor, que é altamente domiciliado e que vive em condições favoráveis na região Nordeste e no Brasil como um todo. “As medidas de controle da população precisam ser diárias. Apesar de já existir vacina aprovada pela Anvisa, o Ministério da Saúde ainda não incorporou no calendário vacinal porque ainda não tem estudos confirmando que a sua utilização impactaria nos casos graves”, disse.

 

 

 

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