O 49º Simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras, promovido pelo Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), sob coordenação geral do Conselho Estadual de Cultura (CEC), chegou ao fim no sábado, 6 de janeiro.

O último dia de programação contou com uma mesa composta por representantes de instituições culturais do estado, apresentação de pesquisas voltadas para práticas culturais e festividades brasileiras, votação de moções e escolha do tema para o cinquentenário do Simpósio.

A mesa ‘Políticas públicas para as Culturas Populares: responsabilidades e direitos culturais’ foi formada pelo diretor de políticas culturais da Funcap, Pascoal Maynard, Rivadálvio Lima, representando o Conselho Estadual de Cultura, Adirary Reis, representando a Prefeitura de Laranjeiras, e Denio Azevedo, representando o Ministério da Cultura e o Escritório Estadual do Ministério da Cultura em Sergipe.

O coordenador da mesa, Fernando Aguiar, ressaltou a necessidade de investimentos contínuos para a preservação e perpetuação das culturas populares, tanto em nível federal, estadual quanto municipal. “Falta ainda um processo de operacionalização justa em que efetivamente os recursos cheguem até onde precisam chegar, e esse é um grande desafio. A cultura é rentável, forma uma cadeia operacional do ponto de vista de uma economia de sustentabilidade, de uma rede capaz de fazer com que todos ganhem, desde que seja gerenciada de forma racional, com planejamento e estratégia”, afirmou.

Pascoal Maynard, diretor de políticas públicas da Funcap, representando a instituição na mesa, falou sobre a importância do diálogo com a comunidade artística: “O último ano foi de ouvir. Estávamos precisando ouvir mais, e foi isso que fizemos, através das nossas oitivas, das nossas conferências estaduais e municipais de cultura”.

Pascoal também destacou a relevância da abertura do escritório do Ministério da Cultura no estado e apresentou algumas ações previstas para este ano. “O escritório do MinC para mim é uma grande vitória, porque o objetivo que temos é um só, de trabalhar para dar aos nossos artistas e fazedores de cultura as condições necessárias para que possam realizar seus trabalhos. E neste ano, informamos que já recebemos os recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, fizemos o nosso plano de ação que vai desde a ocupação dos nossos equipamentos, como os teatros, as galerias de arte e nossos museus, até o plano de interiorização, porque a gente entende que a cultura está no interior também, e é lá que trabalhamos”.

Rivadálvio Lima, representante do Conselho Estadual de Cultura, em sua fala, refletiu sobre caminhos para preservação das tradições culturais e garantir a sobrevivência de grupos históricos.

“Precisamos levar em frente o conhecimento para as gerações futuras. Conscientizar, para isso, o Conselho tem procurado modernizar a legislação tanto do patrimônio material quanto imaterial, para fazer uma mudança. Porque essa lei tem mais de cinquenta anos no estado. Tem que se pensar em ações concretas de permanência e orientação para que esses grupos não desapareçam”, disse.

Após as discussões, foi realizada a mesa ‘Comunicações’, com apresentações de trabalhos acadêmicos voltados para estudos de grupos e tradições culturais. Entre os temas abordados estavam as Taieiras em Lagarto, Treme-Terre de Penedo, em Alagoas, e o Pastoril.

Em um espaço propício para a troca de experiências e o intercâmbio de conhecimentos e práticas culturais que contribuem para o fortalecimento da identidade cultural, o Simpósio recebeu uma mesa dedicada à apresentação do Festival de Parintins, que acontece no Amazonas há 54 anos, apresentando pela pesquisadora Djane da Silva Sena, acompanhada de pessoas envolvidas no evento, que compartilharam suas experiências e envolvimento nas competições entre os bois-bumbás Caprichoso e Garantido.

Moções e escolha do tema da próxima edição

Como acontece todos os anos, após a apresentação das mesas, é feita uma avaliação juntamente com o público e os participantes do evento, a fim de identificar aspectos que precisam ser aprimorados e propor novas ações para as próximas edições. Essa etapa é conduzida de maneira democrática, permitindo que qualquer pessoa apresente suas propostas e contribua para o contínuo desenvolvimento do Simpósio.

Nesse processo, uma mesa composta pela presidente da Funcap, Antônia Amorosa, o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Igor Albuquerque, o vice-presidente do Conselho de Cultura do Estado de Sergipe, o presidente da Comissão Organizadora, Fernando Aguiar, a professora e pesquisadora Aglaé D’Ávila Fontes, e a pró-reitora de extensão da UFS, Sueli Pereira, se reuniu para debater as moções.

Onze propostas foram apresentadas e aprovadas por unanimidade. Entre elas, destacam-se a publicação dos anais de todos os Simpósios do Encontro Cultural de Laranjeiras, a criação da medalha Mestre Oscar para homenagear personalidades relevantes na área cultural, a disponibilização de transporte para facilitar a participação de turistas e visitantes no evento, e a realização de apresentações culturais de grupos folclóricos de Laranjeiras durante os intervalos entre as mesas.

Por fim, em comum acordo, foi decidido o tema para a próxima edição do Simpósio: ’50 anos do Simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras: Isso Tudo é Louvor, Isso Tudo é Louvar’. Com essa temática, o evento celebrará seu cinquentenário, promovendo reflexões sobre a importância da cultura e a trajetória do simpósio ao longo dessas cinco décadas.

A  presidente da Funcap, Antônia Amorosa, destacou que o título escolhido foi ovacionado por unanimidade para o cinquentenário pertence à cultura popular – matéria-prima da existência do simpósio. “O governo de Sergipe através da Funcap se sente feliz em estar contribuindo para a realização de um evento tão significativo através da coordenação do Conselho Estadual de Cultura, com todo engajamento da equipe técnica da Dicult que não mediu esforços para promover um evento marcante com intervenções produtivas e exposições elogiosas, somando-se aos colaboradores cruciais, a exemplo da UFS e do Instituto Histórico, palestrantes, pesquisadores e fazedores de cultura no estado de Sergipe e além-fronteiras”, pontuou.

Fonte, Secom – Estado

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