O Museu da Gente Sergipana deu início na tarde desta segunda-feira, 21, à Semana da Sergipanidade com a exibição do documentário ‘Velho Chico, a alma do Povo Xokó’. O lançamento é uma realização da WG Produções, em parceria com a Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap) e o Instituto Banese.

Ambientado na Terra Indígena Caiçara, localizada no alto sertão sergipano, o filme de não ficção narra duas histórias que se fundem: a do povo Xokó, etnia indígena existente no estado de Sergipe; e a do rio São Francisco, sua razão de existir. Relatando as lutas e conquistas da retomada das terras, da cultura da cerâmica e dos rituais indígenas, a exemplo do Ouricuri e do Toré.

Lucimário Apolônio, conhecido por Cacique Bá, é líder da nação Xokó desde 2003. Para ele, registrar a história do seu povo significa que eles nunca morrerão. “A gente tem o costume de dizer que tudo aquilo que se escreve, que se grava é algo que vai ficar. Entendemos que, a partir de tudo isso, o povo Xokó nunca morrerá. Essa geração está vivendo esse momento e, com certeza, as futuras vão viver com esse documentário. É uma história de muita luta, de muito sofrimento, de conflito, de guerra e um pouco dela foi contada no documentário, então, com certeza, isso vai servir muito para as futuras gerações”, contou.

A produtora executiva do documentário, Cacilda de Jesus, explicou que ‘Velho Chico, Alma do Povo Xokó’ traz como principais temáticas o meio ambiente, com a história do Rio São Francisco, e os povos originários. Além disso, reforçou a importância de desmistificar a imagem que muitos têm do indígena.

“Trazer essa história para o povo sergipano é uma forma de devolver toda essa imersão que fizemos na cultura de Sergipe. O povo tem que conhecer a cultura Xokó, a cultura sergipana. E é algo honroso abrir a Semana da Sergipanidade com o nosso documentário, porque é cultura pura”, expressou Cacilda.

Para o presidente da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), Gustavo Paixão, participar desse projeto é motivo de orgulho. “O documentário retrata a permanência e retomada dos povos indígenas sergipanos, às margens do Velho Chico, e isso é motivo de muito orgulho. A Funcap e o Governo do Estado estão apoiando a realização desse filme, mas ouso dizer que é muito pouco, perto do que pode ser feito ainda pela preservação dessas tradições desses povos”, destacou.

A diretora de Programas e Projetos do Instituto Banese, Fernanda Oliveira, salientou que a Semana da Sergipanidade é uma programação marcante no calendário anual do Museu da Gente Sergipana. “Este ano, abrimos as comemorações de maneira especial, ao receber o lançamento do filme ‘Velho Chico, a alma do povo Xokó’, um registro imprescindível para a sociedade compreender e refletir a importância desse povo e o quanto a retomada de suas terras é também uma retomada das tradições, uma retomada da alma do povo Xokó”, afirmou.

O documentário é o único representante do nordeste na Mostra Competitiva de Longas Documentais do 52º Festival de Cinema de Gramado, tem duração de 71 min e classificação indicativa livre. Após a exibição do documentário, houve uma apresentação de Toré do povo Xokó.

 

Foto: SECOM – SE

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