Com 40% dos votos, Inácio venceu Carlos Augusto e Arnaldo Machado
O atual vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe, Inácio Krauss, foi o vencedor da eleição realizada nesta segunda-feira (19) em seis municípios. Com 2.199, representando 40% dos votos, a Chapa 3, liderada por Krauss, foi eleita para o triênio 2019/2021 e terá a missão de manter o compromisso da OAB/SE com a defesa da classe e cidadania. Em segundo lugar, com 1.852 votos (34%), ficou o candidato da Chapa 1, Carlos Augusto Monteiro. Arnaldo Machado conquistou 1.307 votos (24%) e ficou em terceiro lugar. Os votos brancos foram 53 (1%) e os nulos foram 77 (1%). No total, 5.488 advogados votaram.
Intitulada “Advocacia Forte, Avança”, a chapa vitoriosa tem como vice-presidente, Ana Lúcia Aguiar; secretário-geral, Aurélio Belém; secretária-adjunta, Andrea Leite; tesoureiro, David Garcez, e presidente da Caixa de Assistência, Hermosa França.
Realizado na capital e no interior do Estado, o pleito definiu os membros da diretoria, da diretoria e suplência da Caixa de Assistência dos Advogados e dos Conselhos Seccional e Federal da OAB/SE que levantarão as bandeiras da instituição nos próximos anos. A posse dos eleitos acontecerá em janeiro de 2019.
Inácio tem 44 anos de idade e há 18 anos milita como advogado trabalhista. Foi duas vezes presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe (CAA/SE). Ainda na primeira gestão, ele criou a “Corrida do Advogado”, hoje parte do calendário de eventos de rua de Aracaju, já na 8ª edição neste ano.
Confira a entrevista
CINFORM – O senhor é atual vice-presidente da OAB, a sua gestão vai dar continuidade ao trabalho realizado por Henri Clay Andrade?
IK – Cada gestor tem seu modo de gerir a instituição. Sem dúvida, a gestão do presidente Henri Clay Andrade foi a mais proativa e operosa na história da Instituição. Veja você que assumimos a OAB com dívidas de mais de R$ 960 mil, pagamos os débitos e ainda assim realizamos um trabalho eficiente, que trouxe inúmeros diversos benefícios para a classe. Somente no período quando estive interinamente na Presidência (entre junho e outubro deste ano), inaugurei 12 salas da advocacia nos fóruns das comarcas do interior sergipano e ainda realizamos dois desagravos públicos em defesa das prerrogativas da advocacia, sem contar o trabalho desenvolvido pela Caixa de Assistência da Advocacia e pela Escola Superior da Advocacia, com números muito acima das gestões passadas. Vamos dar sequência a este trabalho e fazer muito mais pela classe, adotando o estilo de gestão Inácio Krauss que a advocacia já conhece.
CINFORM – Quais são os maiores desafios que o senhor vai enfrentar a partir de janeiro de 2019?
IK – Essa foi uma campanha dura na qual sofremos ataques injustos e sobretudo deletérios a minha honra pessoal e a do presidente Henri Clay Andrade, patrocinados por nossos adversários. Mas, encerrado o pleito e agora eleito presidente da OAB/SE, passo a representar toda a classe. O desafio de agora em diante é trabalhar em prol da advocacia, sem distinção, a fim de manter as conquistas alcançadas e avançar, especialmente nos clamores que ouvimos durante o pleito.
CINFORM – a defesa das prerrogativas será uma prioridade?
IK – Sempre foi e continuará sendo. Defender as prerrogativas do advogado é defender a cidadania. Será uma luta sem trégua. A aprovação da criminalização da violação das prerrogativas da advocacia pelo Congresso Nacional é nosso foco, um caminho a ser perseguido até obtermos a vitória. Seremos respeitosos com todos os poderes constituídos, mas quando a situação exigir mais firmeza, temos a independência necessária para exigir o devido reparo. Nenhuma amizade, com quem quer que seja – promotor, juiz, político –, irá me impedir de defender um colega advogado ou advogada afrontado em suas prerrogativas constitucionais. Este é um compromisso que selei com a classe na campanha e que cumprirei sem exitação.
CINFORM – Muitos advogados têm reclamado do valor da anuidade, o senhor pretende reduzir?
IK – Entre as prioridades está reduzir a anuidade, já que agora temos as condições financeiras necessárias. Vamos fazer o estudo orçamentário para ver o valor real que poderemos reduzir, pois tudo tem que ser feito com responsabilidade. Além disso, devemos implantar um sistema de fidelidade em que o advogado e a advogada poderá até zerar sua anuidade. Através da Caixa de Assistência, dispomos de uma série de convênios com empresas e serviços. Ao usar os conveniados, a advocacia começa a juntar pontos que valerão desconto na anuidade, podendo chegar à gratuidade.
CINFORM – o senhor foi eleito com 40% dos votos, mas a soma dos votos da oposição chega a quase 60%. Como fazer para unir a advocacia?
IK – A leitura também pode ser outra: a advocacia é madura e sabe que a divergência e a crítica são bem-vindas. A disputa ocorreu, o período eleitoral acabou, agora somos todos advogados e advogadas, e trabalharemos unidos pela advocacia sergipana, buscando fazer o melhor para a classe.
CINFORM – em relação ao aviltamento das chamadas audiências de correspondência, qual a vai ser a sua atitude para evitar esse tipo de situação?
IK – Precisamos, primeiramente, conscientizar a classe. A gente sabe que os serviços de correspondência jurídica têm se mostrado cada vez mais frequentes de uns anos para cá. A multiplicação de sites visando à contratação de profissionais com este fim também aumentou muito, pois facilita o trabalho de escritórios pela sua praticidade e economia. Mas tudo tem limite e precisamos trabalhar para evitar os abusos.