Essa semana eu me peguei dando dicas de como cuidar de um roseiral para uma amiga que se mudou de apartamento para casa. Eu já tive um jardim grande onde plantava rosas vermelhas, amarelas e brancas. Agora vivendo em “apê”, minha quantidade de plantas reduziu, mas o prazer de cuidar delas, permanece. Plantas e pets são seres que correspondem fielmente aos estímulos. Pus adubo e o verde dos cactos, jiboias e espada de São Jorge estão revigorados. A orquídea não gosta de sol. Já as roseiras, amam. E quanto mais luz, maior será o brilho e o desabrochar delas. Há uma comoção quando um broto de rosa surge. A natureza é original e simples. Não há conflito entre as bromélias e nem ansiedade no jasmim. Vivem seus ciclos acolhendo o que chega: as chuvas, o sol, os insetos.

O médico Deepak Chopra conta em suas obras de física quântica e meditações guiadas, que nada na natureza é escasso ou carente. Qual é o único ser, racional, que desenvolveu a mente para todos os sentidos? A raça humana. A mente é um espetáculo, mas vivemos uma época em que precisamos entendê-la com perspicácia para que não a tornemos nossa própria algoz.

A vida que imita a natureza é simples e leve. Minha gata Nina não tem cerimônias ao pular no meu colo e se render em carinho. Ela é o que sente de forma espontânea. Você já parou para assistir a movimentação de um girassol? É impressionante como ele se move sabiamente para ter aproveitamento máximo da radiação solar. Algumas cenas que assistimos recentemente nos noticiários são relevantes para entendermos o que somos e o que temos feito. As chamas do Pantanal, o rompimento da barragem de Brumadinho ou os óleos que vazaram de um navio e invadiram as nossas praias tiveram e têm impactos até hoje e para as gerações futuras. O que acontece visivelmente no externo, passa-se internamente na coletividade. Eis a pandemia que vivemos sem prazos de validade.

Para o psiquiatra Augusto Cury a grande questão está em torno da nossa educação socioemocional. Na trilogia onde ele se afirma como um ateu e que, depois passou a acreditar em Jesus Cristo mediante estudo do cérebro e psiquismo do Mestre, ele denuncia uma era de “mendigos emocionais”. Quando li a primeira vez o termo, fiquei e fico até hoje chocada, processando. Mas ao aprofundar o estudo, a tese do escritor e médico tem muito fundamento. Vivemos uma época onde enxergamos pessoas com acesso a tudo, porém, estão sentindo vazios existenciais devastadores. O consumo acelerado nos deixou ávidos por uma gratificação instantânea, rápida e com efeitos prolongados devastadores. Quem não lembra do eco da propaganda “compre batom, seu filho merece batom.” Estamos programados e sem saber sair do ‘game’, que é viciante.

Cury denuncia o modelo educacional atual como um dos principais castradores do pensamento. Nas academias e escolas, ele diz que o pensamento dialético é disseminado. Enquanto o antidialético, é minimizado. Quando não fomos educados a expressar e desenvolver nossas emoções estamos em um labirinto ditatorial de como ser útil e escravo de uma sociedade com diagnósticos de doenças mentais graves, transtornos e focadas essencialmente na matéria, pela cultura do ter, e não, de desenvolver o ser, que é eterno e com demanda progressista.

Cada um de nós, sem exceção, temos um papel importante nesta época em que os espiritualistas denominam de transição planetária. Quem aqui se encontra, nos meios onde trabalha e está inserido socialmente seja como profissionais ou na rede familiar e entre amigos, tem algo a contribuir. E nenhum estado é em vão, contudo, estejamos certos da nossa transitoriedade nos papeis que exercemos. “Se você tem saúde nestes dias de desafios sanitários e mutações de vírus é um convite para a produtividade”, assim me orientou uma mentora a quem muito respeito.

“Vocês não sabem de que espécie de espírito vocês são, pois o Filho do homem não veio para destruir a vida dos homens, mas para salvá-los”, é uma das falas de Jesus. Como uma das minhas missões de vida é desenvolver a escrita e a comunicação, pessoas me procuram para dicas de leituras. Isenta de dogmas religiosos ou sociais, sempre recomendei ler um pouco, todos os dias, de Jesus. Não conheço uma fala mais atemporal e libertária do que as que estão documentadas pelos quatro evangelistas. Até porque Jesus nunca fundou religião, isso é invenção do homem ditatorial e latifundiário. Mas entendo a necessidade das religiões e autorização maior para elas existirem diante de pessoas sem norte e que precisam de um educandário para seguir. Ok, é e foi necessário existir tantos blocos opiniáticos do que Deus quer pra nós, como se isso não fosse um discernimento e despertar completamente particular. O que peço é livramento de ser rebanho de um bloco de uma reza só.

O estado de pureza de uma planta e de um animal é de inteireza e sublimação. São seres completamente confiantes de seus ciclos e entregam aquilo que lhes foi confiado. A galinha que põe seus ovos e reúne seus pintinhos os aquecendo debaixo das asas é totalmente instintiva, protetora, mesmo sendo inconsciente, ela está ciente e confiante. Tem dias que invejo as galinhas, os pintinhos e as bromélias. A ignorância também é libertadora porque não nos cobramos diante do desconhecimento. É fato que se estamos aqui, em transição – planetária, ou não – mas de passagem com certeza, é preciso estar atento. Cada fato do seu dia é um exemplar de prova ou recompensa que atraímos. Se passamos a nos responsabilizar (esqueça a síndrome da vitimização viu?) começamos um movimento de crescimento e expansão interior.

Assim, eu gostaria muitíssimo de logo dar notícias de uma coletividade em festa, de uma comunidade capaz de vencer vírus e suas derivações. De uma gente mais saudável fisicamente, espiritualmente e convertendo isso para o externo, com ações de respeito e cidadania, com a redução da violência e de todo tipo de perigo e medo. Quero dar notícias de pessoas que se movem para o bem-estar social, que se preocupam e têm empatia com as dores alheias, sejam elas quais forem. Meu sonho é noticiar alegria, paz, humanidade e o raiar de uma nova consciência, seja deste planeta ou qualquer terra em que seja digna de ser vivida, habitada, amada e cuidada. Comecemos pelo autocuidado e cuidemos bem uns dos outros.

 

 

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