Por Lúcio Flávio
Chega a ser surreal e inacreditável a falta de noção de entes políticos ao aproveitarem o caos instalado no mundo para criticar, condenar, alfinetar, provocar e procurar culpados.
É surpreendente a baixa qualidade moral e intelectual da maioria absoluta dos políticos e seus entes que orbitam hoje nas nossas casas executivas e legislativas. São hábeis na criação de factoides, fakenews, deboches, picuinhas e inaptos em soluções ou empatia para com o povo. Vivem em uma partida o tempo inteiro, com foco, não nos cidadãos, mas na próxima eleição.
Criticávamos antes o ex-presidente condenado por sambar no caixão da esposa e dos irmãos, fazendo palanque em velórios. Hoje vemos as mesmas práticas abomináveis de pessoas tentando se capitalizar politicamente nesta crise epidêmica mundial. Críticas ao presidente da república, não faltam. Se usa a máscara, ou se não usa. Se fala sério, ou se faz graça. Se faz o exame, ou se refaz. Tudo é motivo para que a fatura seja empurrada goela abaixo para o desafeto eleitoral, como se ainda estivéssemos disputando voto.
Vivemos numa situação nunca antes vivida pela humanidade: Um vírus com uma capacidade de contágio extremamente alta que certamente abalará os sistemas de saúde de muitos países do mundo, e aqui não será diferente. O ministro de saúde já alertou: o nosso sistema não dará conta de tanta gente e entrará em colapso no pico do contágio. Negócios estão à beira da falência, uma legião de pessoas está prestes a ficar sem emprego e sem renda, e mesmo diante de tudo isto ainda vemos pessoas questionando uma postagem do filho do presidente sobre a China.
A atitude mais aterrorizante foi ver o governador da Bahia, em nome de todos os demais governadores do Nordeste, numa afronta a uma mera postagem de twitter, se lançar a um acordo com o país de onde surgiu o vírus. Uma atitude infantil de pura picuinha. A famosa lacração sem frutos, estéril, que gera no máximo notícias em portais ideológicos. E só! Ganhou mais alguns minutos de fama.
Pior foi ver pessoas condenarem o Presidente da República por atos de rua aos quais ele mesmo solicitou adiamento. Sim, Jair Bolsonaro pediu para adiar os atos por conta da Pandemia. Seu filho Eduardo em live com o Secretário de Comunicação também pediu o adiamento. Carla Zambelli, maior organizadora dos atos, endossou o pedido de adiamento. Demais apoiadores do Governo, como o Movimento Brasil200, também sugeriram que a aglomeração fosse adiada. Mas muitos organizadores que estavam à frente dos atos no país inteiro são pre-candidatos em flagrante campanha, e não queriam abrir mão e perder a oportunidade do palanque que já estava organizado. Portanto não é justo por na conta do Presidente esta ação. Não foi um evento que contou com a anuência dele. Foi contra a sua vontade. A frase “Desculpe, Jair, mas eu vou” comprova isto. E também não é culpa do povo que atendeu ao chamado dos organizadores. A responsabilidade dos atos é pura e exclusivamente de quem os organizou, óbvio. Eles diziam que a preocupação com o Corona não era lá tão importante, que era uma bobagem. Deu no que deu: Expuseram Bolsonaro a um constrangimento sem tamanho e geraram fragilidade suficiente para que se inventasse o primeiro panelaço da esquerda, imitando o modus operandi dos direitistas. E criou-se em nosso país a primeira disputa de panelaços do mundo. Uma vergonha!
Não é hora de procurar culpados pelo CoronaVírus, pela saúde, pelo caos. Não é hora de perder energia em acusações. Não é hora de palanque. A hora agora é de dar as mãos e tentar vencer cada dia com a sua agonia!