A Agência Internacional de Energia (AIE) considera que é preciso desbloquear muitos dos obstáculos enfrentados pelos projetos hidrelétricos, uma fonte de produção de eletricidade cujo crescimento está diminuindo, ameaçando os objetivos de combate às alterações climáticas.

Em relatório divulgado hoje (30), a AIE afirma que cerca de metade do potencial hidrelétrico economicamente viável do mundo está inexplorado.

A energia hidrelétrica tem “papel fundamental na transição para a energia limpa”, não só devido ao peso relativo (um sexto da produção de eletricidade no mundo em 2020, que significa mais do que todas as outras energias renováveis combinadas), mas também porque a capacidade de armazenamento das barragens proporciona flexibilidade ao sistema.

O problema é que embora se preveja que a capacidade hidrelétrica global aumente 17% entre 2021 e 2030, essa progressão será quase 25% mais lenta do que na década anterior.

Para o diretor-geral da AIE, Fatih Birol, “a energia hidrelétrica é a grande esquecida da eletricidade limpa. É necessário colocá-la diretamente na agenda energética e climática se os países estão seriamente empenhados em alcançar os seus objetivos” para atingir as emissões líquidas zero de dióxido de carbono (CO2), que foram fixadas para meados do século.

Birol lembra que as vantagens que a energia hidrelétrica apresenta podem torná-la uma facilitadora de transições seguras”, uma vez que a cota de produção solar e eólica – por natureza muito mais descontínuas e irregulares – aumenta, “desde que os projetos hidrelétricos sejam desenvolvidos de forma sustentável e resistente ao clima”.

De acordo com a AIE, se os obstáculos ao desenvolvimento da energia hidrelétrica fossem adequadamente abordados, a capacidade global poderia aumentar 40% até 2030, muito mais do que os autores do relatório estimam.

Na prática, teria de subir duas vezes mais depressa do que o esperado, o que requer uma abordagem mais robusta e abrangente.

A agência destaca que, entre outras coisas, é preciso proporcionar visibilidade a longo prazo das receitas das centrais hidrelétricas para assegurar que os projetos sejam economicamente viáveis e atrativos para os investidores. Isso sem esquecer que as normas de sustentabilidade ambiental estão garantidas.

Ele lembra que muitos projetos enfrentam longos processos de licenciamento, custos e riscos elevados de avaliações ambientais, bem como a oposição das comunidades locais em alguns casos.

De acordo com as estimativas da AIE, US$ 127 bilhões – quase um quarto do investimento global em energia hidrelétrica – deverão ser gastos na modernização de centrais elétricas envelhecidas até 2030, a maioria em economias avançadas.

Esses números estão muito abaixo dos US$ 300 bilhões que, na sua opinião, seriam necessários para atualizar todas as centrais hidrelétricas obsoletas.

 

RTP

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