O projeto Anjos Azuis, desenvolvido pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Guarda Municipal da capital (GMA), está completando dez anos de existência e de muita interação com a comunidade a partir das atividades lúdicas realizadas ao longo dos anos nas escolas públicas municipais e outros espaços.
Tendo como principal objetivo humanizar a segurança pública e aproximar os agentes da população, sobretudo das crianças e adolescentes, o projeto, desde 2013, vem conquistando um lugar especial dentro das comunidades.
Nos últimos dois anos, mais de 15 mil pessoas foram atingidas pelas ações do projeto Anjos Azuis. Em 2020, as atividades precisaram ser suspensas, em virtude da pandemia da covid-19, sendo retomadas em junho de 2021.
Até dezembro daquele ano, a Guarda realizou quase 60 apresentações, atingindo cerca de 4.000 pessoas. No ano passado, em 2022, foram efetuadas mais de 100 apresentações com a participação de cerca de 11.500 pessoas.
Apesar de ser uma iniciativa da Prefeitura de Aracaju, o Anjos Azuis vai além da capital sergipana e se estende a outras cidades do Estado. De acordo com a coordenadora do projeto, Aracelly Matos, as ações educativas ocorrem, sobretudo, em ambientes escolares da rede municipal de ensino bem como em instituições particulares, no entanto, também vai até locais públicos e eventos diversos.
“Estamos sempre dispostos para atender qualquer demanda que formos solicitados. Esse trabalho do projeto Anjos Azuis ocorre em parceria com as demais instituições do município, principalmente com a Secretaria Municipal da Educação (Semed), mas também com a Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) e outras cidades que acabam nos convidando. Tem toda uma construção intersetorial, porque sozinhos não conseguiríamos”, diz a coordenadora.
O projeto se utiliza do lúdico para prender a atenção das crianças e adolescentes e passar uma mensagem que auxiliará na formação cidadã, e tem como carro-chefe as apresentações teatrais com fantoches.
As peças apresentam mensagens relacionadas a situações corriqueiras do dia-a-dia e conteúdos interdisciplinares associados à cidadania. Além disso, também são realizadas atividades de fixação, com jogos educativos, todos eles elaborados pela equipe da Guarda Municipal.
“Temos dez temáticas que elegemos juntamente com as coordenadoras das escolas de acordo com as demandas da sociedade. As apresentações vão mudando e nós vamos adaptando e inovando, trazendo mensagens necessárias de comportamento social, preservação de patrimônio, entre outros, que servem para auxiliar na formação cidadã da criança e do público em geral”, explica Aracelly.
Humanização
A partir do projeto, a gestão aproxima os agentes da Guarda Municipal da comunidade, desmistificando assim a imagem equivocada de uma polícia opressora, tornando-os vistos como, de fato, agentes de segurança que protegem, resguardam e acolhem as comunidades.
As temáticas das peças apresentadas pelos personagens Guarda Josué, Carlão, Jaiminho e o cãozinho Rex, surgem à medida que as problemáticas do dia a dia se desenvolvem e que são observadas pelos integrantes do projeto ou pelos diretores das escolas que solicitam as visitas.
“Por ser uma instituição fardada e armada, notamos que quando chegamos em algumas escolas, as crianças começam a chorar, têm medo. E após o nosso trabalho lúdico educativo, elas se aproximam da gente e reconhecem que estamos ali para protegê-las e também interagir com elas. Então, o projeto traz esse fator fundamental de humanizar a segurança. Por isso buscamos sempre inovar as nossas atividades, para trazê-las sempre de uma forma leve”, reitera a coordenadora.
O projeto Anjos Azuis conta atualmente com a participação de 11 guardas municipais, sendo 2 coordenadores e 9 agentes que fazem parte dos demais grupamentos da GMA e desenvolvem o trabalho diário de proteção ao patrimônio público e à sociedade e, nos horários de folga, realizam as atividades do projeto.
Para o guarda Oscar Bruno Moura, que integra o ciclopatrulhamento da GMA e também faz parte do Anjos Azuis, é de “elevada importância a realização destas atividades no que diz respeito à formação da cidadania, assim como também se torna gratificante poder perceber a evolução de cada um”.
“Nós vivenciamos as duas partes da segurança pública. Uma é a parte ostensiva, como no meu caso no ciclopatrulhamento no Parque da Sementeira, e a outra parte é a preventiva que acontece por meio das atividades deste projeto. O que noto é que por meio dele, conseguimos desfazer algumas coisas que a população acaba levantando. Algumas crianças, por exemplo, têm medo porque veem a polícia como algo que vai prender ou fazer alguma coisa ruim com elas. Então mostramos que, pelo contrário, somos amigos e estamos aqui para ajudar. Acaba sendo também uma via de mão dupla, tanto para eles, como para nós, guardas, que ganhamos com essas experiências”, conta o GM Moura.
Primeira infância 
Segundo a coordenadora Aracelly destaca, o projeto, atualmente, faz parte do planejamento da Primeira Infância da Prefeitura de Aracaju e, por isso, tem como objetivo também levar mensagens desde aos alunos mais novos até os de 6 anos de idade, atingindo assim uma vasta faixa etária.
“Estamos sempre buscando aperfeiçoar nosso trabalho para atender cada vez melhor às demandas das escolas e da sociedade em geral. E esse contato com o público é muito gratificante porque, nossos guardas estão também nas ruas, no patrulhamento, nas rondas, nos terminais e mercados, e, muitas vezes, são reconhecidos pelos pais de alunos ou pelos próprios alunos quando chegam às instituições”, destaca Aracelly.
Boas práticas 
Diante do sucesso do projeto e a partir da importância que ele carrega, a Guarda Municipal de Aracaju foi homenageada, no ano passado, pelo Movimento Nacional ODS- Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) em Sergipe. Na ocasião, a GMA foi contemplada com o Prêmio Boas Práticas ODS 2022 e o Selo ODS, pelo desenvolvimento do projeto Anjos Azuis.
O Prêmio Boas Práticas ODS consiste na realização de uma premiação para reconhecimento de ações de grande impacto na sociedade, que contribuam com as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, propostos pela ONU.
FONTE: AGÊNCIA ARACAJU DE NOTÍCIAS

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