Nunca se ouviu falar tanto em saúde mental como nos últimos tempos. Pudera: com uma pandemia de covid-19 assolando o mundo já há um ano, a população iniciou um movimento de reflexão interior muito grande. É uma revolução silenciosa. No Iluminismo do século XVII, cujo propósito era sobrepor a intelectualidade sobre a religiosidade às cegas de dogmas e doutrinas, a razão ganhou força. E assim impulsionou a ciência, a tecnologia, o formato de educação que dispomos hoje. Mas alto lá: somos seres emocionais! As repressões de sentimentos têm, agora, um alto preço a pagar.
Vide índices alarmantes das doenças tipicamente oriundas da mente: depressão, síndromes de ansiedade e de pânico. Quando iniciei meus estudos no MBA de Psicologia Positiva da PUC ano passado eu não fazia ideia do cenário que estamos vivendo. Esta é definitivamente uma Revolução da Consciência Humana. Estamos saindo das referências do Homo Sapiens para o Homo Conscius. A pandemia tem um propósito muito grande de despertar, de nos acordar para o que realmente importa. Há de nascer um novo tipo de gente a partir de experiências tão disruptivas.
Saímos do coletivo para nos interiorizar dentro das casas. Saímos da robotização mecânica de um fazer igual todo dia com corridas para bater meta, cumprir prazos e deveres sem nem entender o porquê. “Todo homem é escravo de alguma coisa”, dizia Paulo de Tarso. Forte é esta palavra. Não espero menos de um seguidor convicto de Jesus. A questão é: pelo quê temos nos escravizado? Alguns lutam por seus rótulos temporários, outros são vassalos de seu ‘Narciso’, que na mitologia grega era seu próprio admirador, cultua-dor de beleza tipificada e passageira ou de seus próprios dons emprestados. Outros mais se escravizam por poder, dinheiro, sexo, não necessariamente nesta ordem, mas às vezes uma combinação de um pouco ou muito de cada.
É preciso identificar os porquês. O que gera ânsia? Buda dizia que a base de todo sofrimento da humanidade são os desejos e apegos. Que o caminho da iluminação era o do meio. Aristóteles, discípulo de Platão, dava outra referência: “o meio entre extremos de deficiência e excesso, que são os vícios”. Se procrastina para uma área, por exemplo, atividade física, e excede em outro setor: alimentação. O resultado? É só subir na balança ao longo do tempo.
Entre a covardia e a imprudência, o que estaria no meio? A coragem. São forças e virtudes de caráter importantes para se entender e até para se energizar. Aquilo que me faz muito bem, cito meu caso, escrever, trabalho com todas as minhas forças. O prazer é similar ao orgástico quando faço o parto de algo que escrevo, leio e me aprovo, me aceito, sei que estou dando a minha contribuição, fazendo “brilhar a minha luz no mundo”, conforme asseverou meu mestre, Cristo.
Neste mundo de ofertas múltiplas e de vasta informação, temos nosso poder de escolha. Não escolher a rota pode causar angústia porque todo ser humano tem ego e identidade. A gente gosta do sentimento de pertencimento. É na aplicabilidade do saber o que sou, do que gosto e do que me faz bem que exerço com abundância as minhas emoções, tentando equilibrá-las dentro de minhas imperfeições e do meu perfil de humana que erra, graças a Deus, para um dia aprender. Não gosto de ser aluna repetente, então que ao menos erre em coisas distintas e siga adiante.
No Iluminismo a busca era por intelectualidade. Agora, na iluminação deste século, é por sabedoria. Akbar, o terceiro imperador mongol da Índia, contava que “saber e não fazer, é não saber”. Ou seja, a sabedoria, meus caros, é pura aplicação. Não adianta decorar a enciclopédia toda, ler muito, dar aulas, mentorias, sem aplicabilidade. Essa verdade é tão pura que tem gente que nunca frequentou escola e dispõe de uma sabedoria singular só pela forma que vive, fala, sente e espalha seu conhecimento aplicado.
É preciso estar atento às mudanças até políticas de outros países. Por que a Inglaterra criou um Ministério da Solidão? Há um Ministro da Solidão para tratar das questões da solidão na terceira idade na terra da Rainha. E por que nos Emirados Árabes existe um Ministério da Felicidade atuando em Dubai? São temas que serão tendências de desenvolvimento da humanidade nas próximas décadas.
E o que podemos fazer desde já para nos cuidar com mais respeito, compreensão e fazer um exercício prático de amor-próprio? Deixo aqui oito iniciativas práticas de autocuidado como sugestão. 1 – Autocuidado Emocional: desenvolver aceitação, perdão, auto-acolhimento e relaxamento. 2 – Autocuidado Físico: dormir bem, praticar exercícios e ter alimentação saudável. 3 – Autocuidado Social: buscar rede de apoio, estabelecer boa comunicação e também, limites. 4 –  Autocuidado Pessoal: cultivar hobbies, ter tempo para si e investir em autoconhecimento, como uma terapia psicológica. 5 – Autocuidado Espacial: manter um ambiente limpo e organizado, ter segurança. 6 – Autocuidado Laboral: estar aberto(a) ao aprendizado, ter gestão do tempo e promover bom ambiente de trabalho. 7 – Autocuidado Espiritual: praticar meditação, ter um propósito e estabelecer contato com a natureza. 8 – Autocuidado Financeiro: ter reserva de emergência, evitar consumismo exagerado e organizar gastos.

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