O mundo digital tem impactado fortemente na saúde mental da população. Em alusão à campanha do Janeiro Branco, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), alerta sobre a hiperconectividade, que é o acesso a várias ferramentas online. Atualmente, a sociedade não se vê sem um atendimento online, fast food, ou uma resposta ágil nos aplicativos de conversas. Porém, o excesso de informações diárias tem provocado diversos sintomas ofensivos à saúde mental.

Apesar de facilitar a conexão, seja com um amigo que mora distante ou algum trabalho que deve ser realizado em tempo ágil, o uso excessivo pode provocar ansiedade. Durante a pandemia da Covid-19, o mundo teve que se conectar entre telas, isso acarretou uma série de problemas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), houve aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão em todo o mundo, pois o trabalho em home-office e o isolamento social durante a pandemia promoveram ainda mais a aceleração desse processo de adoecimento mental.

Ivete Oliveira Góis, psicóloga clínica

Outro problema que as redes sociais desencadeiam é a insatisfação com a própria vida e comparação em relação aos outros, como foi o caso do vendedor e maquiador Victor Matheus, de 24 anos. “Eu entrava nas redes sociais e isso me causava muita ansiedade, ficava me sentindo um perdedor. Mas com o passar do tempo, fui percebendo que aquilo tudo não era o real. Todo mundo tem algum problema, seja em qualquer âmbito da vida, o que diferencia é que eles só postam o  ado bom. Eu passei a diminuir mais o acesso das redes sociais, foquei mais no meu crescimento pessoal e na minha autoestima, e hoje quando eu vejo algo nesse estilo, não me afeta mais”, disse o maquiador.

O fortalecimento mental pode ser praticado com alguma atividade do interesse de cada um. Ler um livro, assistir a um filme, praticar algum esporte, como jogar bola ou correr ao ar livre fazem toda a diferença para aliviar a ansiedade. Para a estudante Poliana Farah, de 17 anos, uma rotina de cuidado já lhe faz muito bem. “Eu amo momentos em que eu posso olhar para mim. Fazer skincare ouvindo alguma música animada ou comendo uma pipoca e assistindo uma série, eu acredito que são experiências de autocuidado e que promovem a minha saúde mental”, frisou a jovem.

Ainda com relação à hiperconectividade, é necessário encontrar uma forma de valorizar o tempo, é o que explicou a referência técnica e psicóloga clínica da Diretoria de Atenção Primária à Saúde (Daps), Ivete Oliveira Góis. “Precisamos focar nas coisas importantes, colocando qualidade no tempo que investimos em nossas vidas. Temos que valorizar algumas escolhas ou companhias que temos ao nosso lado, pois às vezes esquecemos de olhar para coisas simples. Esse mundo tecnológico, não nos tornou somente ansiosos, como também cansados, e precisamos conquistar nosso direito de relaxar, de ter nosso bem-estar”, explicou Ivete.

Cuidado e bem-estar

A hiperconectividade é quase inevitável devido às tarefas do dia a dia. Porém, algumas atividades podem melhorar a qualidade de vida e aliviar o estresse que a tela provoca. Tomar um café da manhã saudável e planejar as atividades do dia são um excelente começo. É importante que durante o dia, realize pausas, nem que seja de apenas cinco ou dez minutos; use o fone de ouvido para se conectar com seu interior; escolha  um horário para pedalar ou fazer uma caminhada e entre outros.

 

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