Acesso ao celular de Jair Bolsonaro e seus aliados. É o que pede a CPMI sobre os atos de 8 de janeiro e, para isso, aprovou ontem requerimento para que a Polícia Federal (PF) compartilhe o resultado da análise feita no aparelho do ex-presidente apreendido na Operação Venire, que apura suspeita de fraude no cartão de vacinação dele e de sua filha.
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid também poderão ter os dados de seus celulares acessados pelos parlamentares. A PF precisa responder aos pedidos e ainda não há garantia de que a comissão terá acesso às informações. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) é o autor do requerimento aprovado. Na justificativa, ele afirma que Bolsonaro usou as redes sociais como instrumento de desinformação e prática de atos ilícitos. “Nessa linha, é importante que tenhamos acesso a uma ferramenta que possibilitou essas postagens: o celular do ex-presidente”.
Entre os 285 requerimentos dos parlamentares, foram aprovados os pedidos de convocação de aliados e ex-integrantes do governo Bolsonaro como testemunhas. Anderson Torres, Braga Netto, Augusto Heleno e Mauro Cid estão na lista mas ainda não há data para que deponham. Por outro lado, a CPMI rejeitou a convocação de pessoas ligadas ao governo Lula, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias; e o ex-diretor-adjunto da Abin Saulo Moura da Cunha.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes disse ontem que os casos mais graves do 8 de janeiro serão julgados até o fim do ano. Isso será possível porque a Procuradoria-Geral da República pretende fazer denúncias em bloco.
Fonte: Portal Meio
Foto: Edilson Rodrigues