A pandemia do novo coronavírus mudou a forma de comemorar datas importantes como o Dia das Mães, celebrado ontem. Seguindo orientação da organização Mundial da Saúde (OMS), é necessário o isolamento social para evitar a contaminação da Covid-19. Os governos emitiram decretos obrigando o uso das máscaras e espaços públicos foram interditados para evitar aglomeração. Mas o Dia das Mães não pode passar em branco.

Dona Zoraide Oliveira, tem 81 anos, faz parte do grupo de risco e os cuidados devem ser redobrados. Ela mora em Itabaiana com um filho e duas netas e tem outros filhos que moram na cidade e em Aracaju, tem ainda outros netos e bisnetos. A tradição é reunir toda a família na data especial mas este ano teve que ser diferente. Não foi possível as visitas em casa mas todos homenagearam dona Zoraide através das redes sociais e ligações.

“Foi um ano muito diferente mas só tenho que agradecer a Deus por mais um ano e por todos estarem com saúde. Mesmo distante fisicamente recebi o amor de todos. Amo muito toda a minha família”, comemora.

A filha Gicelda Oliveira que mora em Aracaju com filhos e netos ligou para a mãe no dia especial. “Minha mãe é o nosso maior exemplo de amor e força. Todos os dias ela merece o nosso carinho mas neste domingo é especial. Gostaria de estar pertinho dela para encher minha mãe de beijo, mas não foi possível. Nos falamos e comemoramos muito a data. Quando tudo isso passar, vamos nos abraçar muito”, garante.

Dona Zoraide passou o dia com as netas Suely e Suelayne e também com o filho mais novo, Edinaldo Roseno, que foi adotado por ela quando ele era recém-nascido…

História de amor
Ao descobrir o câncer do marido em 1984 em Itabaiana, Zoraide Maria de Oliveira, que na época tinha 46 anos teve que assumir toda a responsabilidade da casa e dos 9 filhos. Eram viagens a São Paulo a cada seis meses para dar continuidade ao tratamento e o enfrentamento diário das mudanças na família.

Mesmo sobrecarregada, ela não resistiu ao pedido de um casal de mendigos ao bater na porta da casa para oferecer uma criança de apenas 4 meses de vida. “Ao mesmo tempo em que pensava nos tumultos que estava enfrentando, algo me dizia que poderia fazer algo por ele”, recorda.

A criança era Edinaldo Silva Roseno que chegou aos braços de Zoraide com o terceiro grau de desnutrição. “Sem falar que estava muito ferido, provavelmente se eu não adotasse ele morreria”, lembra a mãe que hoje só comemora a coragem. “Ele é um dos melhores presentes que a vida me reservou. Não existe diferença entre o amor que sinto por ele e pelos outros filhos. Todos são iguais e o amor é muito grande”, declara.

Na época o filho biológico mais novo do casal já tinha 10 anos e após quatro anos, o marido dela não resistiu à doença e faleceu. “Acredito que a criança tenha ajudado a enfrentar a despedida do meu esposo de uma forma menos dolorosa”, reflete.

Hoje o caçula de Zoraide, o Edinaldo tem 35 anos e aos 6 anos soube que era filho adotivo. “Foi uma surpresa e ao mesmo tempo não foi. Porque sinto que sou uma extensão da minha mãe em todos os sentidos. Na maneira de agir, de pensar. Sou amado. E isso é mais forte do que qualquer laço sanguíneo”, comemora.

“Sou muito grato a minha mãe e a toda a família, e neste dia especial quero desejar tudo de melhor para ela, muita saúde, paz e uma vida tranquila. Mãe eu te amo muito”, derrete-se.

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