Por Edvar Freire Caetano
A safra de arroz no Brasil, no biênio 2020/21 vai ultrapassar os 12 milhões de toneladas, o que significa aumento de produção em torno de 7% em relação à safra anterior, pelo menos foi o que afirmou, nas suas redes sociais, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, aliás, uma das mais eficientes no quadro deste governo de Bolsonaro.
Para fazer frente imediata ao aumento estratosférico do arroz, que alcançou, em algumas regiões do país, 300%, passando de módicos R$ 2 reais para R$ 6 ou R$ 7 reais cada quilo, a ministra anunciou a importação do produto, com alíquota zero de imposto, até o limite de 400 mil toneladas.
O arroz tem sido, historicamente, um alimento dos mais baratos da cesta básica de alimentação da maioria dos brasileiros. Até alguns anos atrás, o feijão era igual ao arroz, também bastante barato, até que um dia deu o seu salto para o alto e nunca mais voltou aos velhos patamares de preço.
Será que os produtores de arroz perceberam que havia uma desvalorização do produto e se uniram em torno de um movimento de recomposição forçada do preço de venda no varejo?
Essa pergunta é pertinente porque a importação de 5% da produção anual do país pode até produzir um esperado efeito psicológico e bem passageiro, mas, jamais vai solucionar o problema e o que vai acontecer é a permanência do preço do arroz nas alturas, apenas com uma leve redução, exatamente como ocorreu com o feijão.
O agronegócio tem sido a salvação da lavoura brasileira, com licença do trocadilho, e os produtos devem receber um valor honesto em face de cada dificuldade de produção, como é o caso do arroz, que exige técnica e esforço bem superiores à lavra de outros cereais, como o milho, o trigo e o próprio feijão.
Diante desse quadro, o que se espera é que, mesmo considerando as oscilações de custos, oferta, procura e preço, não falte o produto nas prateleiras e nem, muito menos, na mesa dos brasileiros, como assegurou a ministra Tereza Cristina.