Valter Joviniano diz que maior desafio é manter a nota máxima de avaliação para a UFS

 Por Habacuque Villacorte – Da Equipe Cinform On Line

Diante da proximidade para a eleição de reitor (a) e vice-reitor (a) da Universidade Federal de Sergipe (UFS), prevista para a esta terça-feira (15), a reportagem do CINFORM ON LINE conversou com o atual reitor Valter Joviniano, que vai disputar a reeleição, para que ele dar detalhes sobre como acontecerá o pleito e quem está concorrendo. Na oportunidade ele aproveitou para enumerar alguns avanços de sua gestão no comando da UFS. O reitor também apresenta propostas para um segundo mandato para o quadriênio 2025-2029. Confira a seguir, e na íntegra, esta entrevista exclusiva:

CINFORM ON LINE: Iniciando a entrevista, estamos nos aproximando do final de sua gestão como reitor da UFS, que balanço o senhor faz do trabalho realizado até agora?

VALTER JOVINIANO: O balanço é, sem dúvida, positivo. Durante a nossa gestão conseguimos promover o crescimento da Universidade, com olhar para inclusão e a responsabilidade social. De um modo geral, nestes 3 anos e meio, melhoramos os nossos indicadores. Conseguimos obter a nota máxima na avaliação do MEC, a nota 5, e estivemos presentes em rankings nacionais e internacionais sempre em posições de destaque.

A pandemia da COVID-19 foi um grande desafio que colocou à prova toda a nossa capacidade. E na pandemia nos tornamos referência nacional e internacional, aparecendo frequentemente nas principais mídias pelos serviços prestados e que salvaram muitas vidas. Manter a qualidade do ensino, pesquisa e extensão, e ainda atender nossos alunos e professores, dentro das restrições impostas, foi um desafio vencido e que muito nos orgulha. Já disse e repito que a UFS superou todos os desafios e alcançou resultados que superam aquilo que o nosso orçamento poderia prever.

Mas é preciso dizer que tivemos seriamente prejudicado o nosso programa de modernização da internet, as melhorias nas salas de aula, laboratórios, o plano de manutenção predial, a compra de aparelhos de ar-condicionado, a aquisição computadores e de outros equipamentos relacionados, limitando nossa capacidade de modernização.

Estamos cientes de que é necessário melhorar em vários aspectos, mas fizemos o que podia ser feito com as limitações que tínhamos a época. Acredito que com um orçamento menos restritivo e a continuidade de uma gestão focada na modernização de processos e infraestrutura, inclusão das pessoas e melhoria do atendimento à comunidade, um novo ciclo deverá aperfeiçoar o que funcionou bem e ajustar o que precisa ser melhorado, sempre dialogando com a comunidade interna e externa.

CINFORM ON LINE: Vem aí mais uma eleição para a escolha do novo Reitor. O senhor pretende disputar a reeleição? Por que?

VALTER JOVINIANO: Somos candidatos. Falo sempre no plural porque represento um grupo, um coletivo que tem um projeto de futuro para a instituição, e que labuta arduamente desde o presente. Não se trata de estar à frente de nossa única universidade pública de Sergipe, mas de sonhar e realizar o melhor para a UFS.

Assumi a UFS como o reitor mais novo e também o primeiro negro a chegar ao cargo na instituição. Mesmo com um cenário atípico, tendo enfrentado a pandemia de Covid-19 e vários cortes orçamentários, a UFS atingiu indicadores notáveis durante a nossa gestão. A recente avaliação do MEC, que atribuiu a nota máxima à nossa Universidade, é um marco histórico para os 56 anos da Instituição.

Por isso, é importante dizer que as consecutivas colocações de destaque da Universidade em prestigiados rankings nacionais e internacionais, que avaliam a qualidade do ensino, pesquisa e extensão, não ocorreram por acaso. São frutos de muito trabalho, planejamento estratégico, diálogo com a sociedade e preocupação com as pessoas, afinal, elas são a principal motivação da existência de uma universidade. A melhoria que obtivemos em nossos indicadores na graduação e na pós-graduação, mesmo em um cenário tão adverso, também não foi acidental.

O nosso sucesso é resultante de planejamento e da preocupação com ações eficazes. A UFS, mais prestigiada socialmente, está no caminho certo porque não permitiu que o extremismo e o descompromisso com a instituição ocupassem espaço. Para nós, a gestão deve ser alicerçada nos princípios basilares da sociedade. Acreditamos que nosso credenciamento se pauta nessa construção, capacidade de dialogar e demonstração de trabalho eficaz.

CINFORM ON LINE: Quantas chapas estão registradas para concorrer? Como se dará o processo de escolha? Quem tem direito a voto?

VALTER JOVINIANO: Há 4 chapas inscritas na eleição formal. A eleição ocorrerá remotamente, dia 15 de outubro, através do SIG Eleição, um ambiente eletrônico que já foi utilizado pela UFS em mais de 400 processos seletivos, a exemplo, da escolha de conselheiros e diretores de centros. É, portanto, uma opção segura, já conhecida da comunidade e pode ser auditado sem problemas. Com ele será possível, mesmo a pessoas que não estejam fisicamente na UFS ou em Sergipe, participar do processo. Podem votar os servidores efetivos (docentes e técnicos) e estudantes.

CINFORM ON LINE: Já que o senhor pretende disputar a reeleição e seguir no comando da UFS, quais são suas propostas para o futuro da instituição?

VALTER JOVINIANO: A sequência dos passos que têm levado a UFS a orgulhar Sergipe e ser reconhecida como instituição séria e eficiente pelo MEC, a manutenção da UFS como instituição de nota máxima, e uma das melhores do Brasil. Uma Universidade diversa, inclusiva, competente e multifacetada, fruto do trabalho dos pioneiros e aliada ao melhor do que temos no presente. Penso que necessitamos enfrentar o problema da evasão, que ocorre em todo o Brasil.

A luta pelo bônus regional, em todos os campi, pode ser uma saída. Tenho conversado e tentado sensibilizar a nossa bancada sobre a importância do bônus regional. Outra ação importante é ampliar a política de capacitação de nossos servidores, com programas de indução para formação de mestres e doutores, aproveitando nossa robusta capacidade instalada de Pós-Graduação e melhorando, assim, a qualificação do corpo de servidores. Isso certamente oportuniza melhores condições de trabalho, promove ganhos salariais, melhora a qualidade de vida dos servidores e a nossa capacidade de resposta.

Há pouco tempo iniciamos os trabalhos para instituir um programa que se chamará “Qualifica UFS”, através do qual será possível aos nossos servidores terem maior apoio para que façam mestrado e doutorado. Administrativamente também precisamos discutir com a comunidade a criação de novos centros, a exemplo do Centro de Artes e do Centro de Tecnologias. A propósito, os trabalhos para a criação do Centro de Artes já foram oficialmente iniciados. Também já iniciamos tratativas para criação da Pró-reitoria de Ações Afirmativas, Equidade e Pertencimento, uma pró-reitoria necessária aos novos tempos da universidade que possibilitará adequar as estruturas e as políticas da UFS aos objetivos e metas da ODS18, da ONU.

A universidade precisava abrir-se a discussões de temas novos, com profundidade, a exemplo da implantação de bolsas para internacionalização, da oferta e recebimento de comunidades externas ao país, para estudo, ensino e pesquisa, e vice-versa, com os países da América Latina, África, Brics. O incremento e mudança, no ensino a distância, obrigatoriamente com 50% presencial, conforme nova normativa do MEC, forçará a instituição a repensar a EAD com profundidade. No campo da extensão, instituir grandes projetos mais voltados aos problemas reais do Estado, a exemplo da educação básica, cujos índices necessitam avançar, as áreas de saúde, emprego e renda, cultura, produção industrial, ciência e tecnologias.

A assistência estudantil precisa andar irmanada às ações afirmativas, ao ensino, extensão e à pesquisa. O cotista não só precisa concluir seus cursos em tempo hábil, mas com o máximo de aprendizado científico e humano. Há ainda a meta de inaugurar o complexo de prédios que compõem a sede definitiva do Campus de Glória, em fase de finalização e iniciar as atividades do Campus de Estância, aprovado pelo MEC em junho deste ano, serão projetos que consideremos plenamente realizáveis.

CINFORM ON LINE: Que medidas podem ser adotadas para integrar ainda mais a Universidade com a sociedade?

VALTER JOVINIANO: Temos buscado ampliar a integração da UFS com a nossa sociedade. Observe que, no contexto da pandemia, fomos nós que antecipamos uma série de procedimentos, celebramos parcerias com diversas instituições e tudo isso ajudou muito a salvar vidas e a acalmar a população. Isso serve de exemplo de como a integração é importante e frutífera. Por isso, devemos ampliar ainda mais as nossas ações de extensão. Ao mesmo tempo, o prestígio ampliado nos últimos anos deu como resultado diversos convites para parcerias e convênios com associações, fundações e diversos órgãos tanto do governo estadual quanto do municipal, além de instituições que integram as nossas forças de segurança. Tudo isso exemplifica muito bem o quanto temos conseguido integrar a nossa universidade em ações em prol da sociedade sergipana e do Brasil.

CINFORM ON LINE: Muito se fala em expansão da UFS pelo interior do Estado, mas, na prática, os resultados são satisfatórios?

VALTER JOVINIANO: Eu diria que os resultados são excelentes, saltam aos olhos de nossa sociedade e são animadores para dar continuidade nesse processo. Por exemplo: qualquer um que tenha passado por Nossa Senhora da Glória antes da instalação do nosso campus lá, atestará a diferença do que ocorreu após a nossa chegada lá. Não apenas o município, mas a região experimentou transformações econômicas e sociais importantes. E o mesmo pode ser dito para Lagarto, que virou referência em saúde, e para Itabaiana.

Hoje, filhos de sergipanos do interior não tem mais como a única opção para se graduar a necessidade de enfrentar horas dentro de uma van ou ônibus ou alugar uma residência em Aracaju para estudar. Nossos campi hoje oferecem cursos de graduação, mas também já há opções de pós-graduação. Além disso, oferecemos diversas ações de extensão. Por isso, não tenho dúvidas: a interiorização afeta positivamente o nosso estado e é importante para que a UFS cumpra o seu papel social e siga contribuindo para o desenvolvimento de Sergipe.

CINFORM ON LINE: Com uma sociedade cada vez mais comprometida com o empreendedorismo e tecnologia, como manter a UFS inserida neste contexto?

VALTER JOVINIANO: Acredito que já estamos caminhando neste sentido há algum tempo. Desde que assumi a reitoria, temos buscado ampliar a integração da UFS com a nossa sociedade. Observe que, no contexto da pandemia, fomos nós que antecipamos uma série de procedimentos, celebramos parcerias com diversas instituições e tudo isso ajudou muito a salvar vidas e a acalmar a população. Isso serve de exemplo de como a integração é importante e frutífera.

Por isso, devemos ampliar ainda mais as nossas ações de extensão no sentido de ofertar saídas para os grandes problemas do estado. O baixo índice de aprendizado da educação básica é um deles. Precisamos, em conjunto com outros entes, abrir um espaço de formação e acompanhamento da educação básica sergipana, no sentido de propor mudanças, correções, possibilidades positivadas. A escola pública é a escola do povo de Sergipe, a UFS precisa ser mais presente junto a soluções dos seus problemas.

Ao mesmo tempo, o prestígio ampliado nos últimos anos deu como resultado diversos convites para parcerias e convênios com associações, fundações e diversos órgãos tanto do governo estadual quanto do municipal, além de instituições que integram as nossas forças de segurança. Tudo isso exemplifica muito bem o quanto temos conseguido integrar a nossa universidade em ações em prol da sociedade sergipana e do Brasil.

Ao mesmo tempo, o prestígio ampliado nos últimos anos deu como resultado diversos convites para parcerias e convênios com associações, fundações e diversos órgãos tanto do governo estadual quanto do municipal, além de instituições que integram as nossas forças de segurança. Tudo isso exemplifica muito bem o quanto temos conseguido integrar a nossa universidade em ações em prol da sociedade sergipana e do Brasil. Temos buscado estabelecer parcerias para que ações dedicadas aos usos de novas tecnologias possam ser apoiadas.

Estamos incentivando a criação de startups, reforçamos a estrutura do nosso centro de empreendedorismo e realizamos diversos eventos com instituições e profissionais de referência na área. Penso que a educação dos próximos anos precisará aprofundar ainda mais os usos das novas tecnologias e isso não é algo restrito às ciências duras.

Será preciso que nossos estudantes da área da saúde às humanidades sejam formados sabendo como explorar tais recursos em suas profissões. O futuro tem caminhado para uma era cada vez mais digital e a UFS sabe disso. Mas queremos que ele seja mais inclusivo, mais saudável, mais humano e socialmente referenciado. Por isso, me coloco para disputar a reeleição. Por isso, sou mais UFS!

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