A situação da mortalidade infantil no Estado de Sergipe é preocupante. Entidades médicas como o Sindimed e a Sociedade Sergipana de Pediatria (Sosepe), chamam a atenção para o crescente número de óbitos em recém-nascidos. Segundo dados do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal (CEPMMIF), o coeficiente de mortalidade infantil do estado, até agora, é de 19,5 mortos para cada 1.000 nascidos, sendo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza 10 mortes para cada 1000 nascidos vivos.

De acordo com a Sosepe, este ano a mortalidade neonatal precoce, que vai de zero a 6 dias de vida, é o componente principal da mortalidade infantil em Sergipe, com 46,5% dos casos, seguido do neonatal tardio, que vai de 7 a 27 dias de nascido, com 34,9%, e o pós-neonatal, de 28 dias até 364 dias de vida, com 18,5%, sendo esse o menor componente da mortalidade. Ainda segundo os dados, a maioria das genitoras apresentavam idade entre 20 e 30 anos com 48,7%. Cerca de 23,4 %, encontravam-se na faixa de menores de 19 anos ou maiores de 40 anos sendo consideradas de maior probabilidade de óbitos de seus filhos. 16,4 % das genitoras eram adolescentes.

Drª Ana Jovina: “o problema é gravíssimo”

A presidente da Sosepe, a médica pediatra Drª Ana Jovina, diz que o problema é gravíssimo e elenca medidas que precisam ser tomadas imediatamente: “adequar a atenção ao recém-nascido; adequar a rede de assistência, treinamento em reanimação neonatal de todos os profissionais de saúde de salas de parto; treinamento de toda equipe do SAMU no transporte do Recém-nascido de risco. É primordial a primeira consulta com o pediatra na primeira semana de vida; fazer o pré-natal, entre outras”, disse.

O Promotor do Ministério Público Estadual de Sergipe (MPSE), Raymundo Napoleão Ximenes Neto, destacou “o disparo no aumento da mortalidade infantil de 2021 para 2022 foi de 14 para 18,3, e de 2022 para 2023, o aumento foi de 18,3 para 19,5”.  Ele notificou o Secretário de Estado da Saúde, Walter Pinheiro, para prestar informações e está agendando uma reunião para ouvir os argumentos da pasta.

Dr. Helton Monteiro denuncia falta de neonatologistas na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes

Nas redes sociais, o presidente do Sindimed, Dr. Helton Monteiro, lamentou a situação e denunciou a falta de profissionais neonatologistas na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. Segundo ele, na última semana, havia penas um profissional em um dos turnos para atender 29 crianças na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 21 na Unidade Intermediária. Ainda de acordo com Dr. Helton Monteiro, 47% das mortes acontecem na maternidade.

O que diz a SES

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que, no último sábado, 11, em virtude de atestado médico apresentado por outro profissional que estava na escala, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) contou com um médico neonatologista, no plantão das 13h às 19h, para cobertura da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) e da Unidade de Cuidados Intermediários Convencionais (Ucinco).

Ainda segundo a SES, a gestão da MNSL, logo após conhecimento do atestado, tentou cobertura com outros profissionais, sem sucesso. Dessa forma, restringiu o plantão junto à rede materna naquele turno específico. Vale ressaltar que a assistência aos recém-nascidos é realizada por uma equipe multiprofissional que conta com enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas. O que significa que os bebês não ficam desassistidos.

“A SES reforça que o credenciamento médico para a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes continua em vigência. E, também, vêm sendo adotadas algumas estratégias para resolução do déficit de profissionais neonatologistas e pediatras nas escalas da unidade. Entre elas, o processo para contratação dos profissionais neonatologistas por meio de uma empresa especializada, que já está em andamento”, conclui a nota.

 

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