Se a chuva não chegar até agosto, este percentual deve aumentar
A produção de grãos em Sergipe terá uma redução de 40% em relação ao ano de 2017. Os principais motivos são a estiagem e a falta de chuva nos principais municípios produtores. O milho é o principal grão produzido no Estado. A média de produção de grãos em Sergipe é de 7.200 quilos por hectare, podendo chegar a 12 mil quilos nos melhores áreas da propriedade.
Sergipe tem uma área de 200 mil hectares e a produção esperada era de 800 mil toneladas. Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Sergipe (Faese), os maiores produtores de grãos são: Carira, Simão Dias, Pinhão, Pedra Mole, Frei Paulo, Aparecida, Ribeirópolis, Lagarto, entre outros. A quebra da safra, hoje, é de 40%, mas caso as chuvas não cheguem nos meses de julho e agosto, este percentual pode aumentar.
“Em todo o estado as chuvas foram abaixo do esperado, mas para alguns municípios o impacto foi mais severo ao ponto de comprometer a produção. Várias lavouras, mesmo que chova bastante nos meses de julho e agosto, não terão viabilidade financeira para a colheita de grãos, sendo recomendada a colheita para ração animal, através de silagem”, afirmou o presidente do Sistema Faese/Senar, Ivan Sobral.
Produção de milho
O milho representa a maior área de lavoura do Estado e maior valor bruto de produção. Ainda segundo a Faese, representa 33% de todas as operações de credito rural no estado, sendo 90% do custeio agrícola. São 3.500 operações com o valor total de R$ 145 milhões por ano.
Ingrediente fundamental da culinária junina, o milho se firmou como uma das principais culturas agrícolas de Sergipe colocando o estado como o segundo maior produtor do Nordeste, com uma produção de quase 800 mil toneladas do grão. Conforme dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), com produção em 148.289 hectares perdeu apenas para a Bahia.
Desenvolvida nos municípios de Carira, Simão Dias, Poço Verde, Lagarto e Frei Paulo, a cultura do milho conta com incentivos do governo para se consolidar como segmento de mercado – e não mais como atividade de subsistência. O apoio se dá através de assistência técnica por meio da Emdagro, da distribuição de sementes e da mecanização agrícola.
O programa de Distribuição de Sementes é voltado para o pequeno produtor e visa fortalecer a agricultura familiar. A acão beneficia 40 mil agricultores familiares, incluindo os quilombolas e os indígenas.
Seguro
Buscando criar subsídios para os produtores, a Faese junto com técnicos ligados à cultura do milho, e assessores dos bancos está realizando visitas nas lavouras dos municípios afetados. O objetivo é sensibilizar os bancos a agilizar a liberação de áreas para produção de silagem, análise da cobertura do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e eventuais renegociações de dívidas pelo manual de crédito rural.
“Além do contato com os bancos locais, a Faese junto com a CNA fará as intervenções junto ao Banco Central e Ministério da Fazenda para a aplicação do Manual de Crédito Rural para prorrogar as parcelas de investimento e parcelas saldos de custeio”, afirmou Ivan Sobral.