Portadores da doença, que não é contagiosa, sofrem preconceito

 

Você sabe o que é psoríase? Se não sabe, você faz parte de um grupo de mais de 90% da população brasileira. De acordo com pesquisa do Datafolha, apenas 6% dos brasileiros identificam corretamente a doença quando é apresentada uma imagens de lesões provocadas por ela. A maioria das pessoas, ao ver imagens de uma pele acometida pela doença, acredita se tratar de algum tipo de alergia, câncer de pele, hanseníase ou micose.

 

“O desconhecimento facilita ainda a disseminação de inverdades sobre a psoríase, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento adequado”, diz o dermatologista e professor Paulo Oldani. A psoríase é uma doença crônica que provoca lesões avermelhadas e descamativas na pele. Sua causa é desconhecida mas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética. A doença aparece mais comumente no couro cabeludo, cotovelos e joelhos.

 

Apesar de não ser contagiosa, os portadores de psoríase sofrem com preconceito e afastamento social. “O preconceito e estigma contra a doença podem aumentar o impacto negativo psicológico e mental dos pacientes, já que, como mostrou o levantamento, 65% dos entrevistados pensam que a psoríase oferece risco à vida e 49% acreditam que é contagiosa, o que é totalmente equivocado”, acrescentou Oldani.

 

A pesquisa “Psoríase: conhecimento entre a população brasileira” expõe o preconceito sobre a doença. O trabalho revela que 88% dos entrevistados acreditam erroneamente que os portadores da psoríase não podem trabalhar na preparação de alimentos, 69% afirmaram que seus pacientes não podem ter contato com crianças e 62% acham que pessoas com a doença não podem se expor ao sol.

 

A pesquisa mostra ainda que o conhecimento sobre psoríase aumenta entre a população de maior renda (22% desse perfil conhecem a doença), com mais anos de estudos (16% entre aqueles com ensino superior) e entre os pertencentes às classes A/B (13%). Por outro lado, esse esclarecimento despenca entre os mais jovens (1%), com escolaridade até o ensino fundamental (2%), entre a população da Região Nordeste (2%), e entre os pertencentes às classes D/E (1%).

 

A psoríase acomete entre 1% e 3% da população mundial, de acordo com Sociedade Brasileira de Dermatologia. Cerca de 30% desses pacientes também apresentam, em algum momento de sua vida, dor e inflamação nas articulações, a chamada artrite psoriásica.

 

A psoríase não tem cura, mas existe tratamento para controlá-la. Medicamentos de uso tópico (aplicação no local), de via oral e imunológicos podem ser usados. De acordo com a SBD, os sintomas aparecem e desaparecem periodicamente, mas o estresse, a ansiedade e a falta de sol podem provocar o aumento e agravamento da doença.

 

 

 

Edição: Graça Adjuto

Por Marcelo Brandão –  Agência Brasil

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