A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, líder da Revolução Laranja de 2004, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, “está cruzando muitas linhas vermelhas” na Ucrânia, o que coloca a Europa “em perigo”.
“A estratégia de Putin é atacar a cidade mais ocidental. Com a guerra, muitas embaixadas mudaram-se para lá, e ele pretende atingir estrangeiros também. São mísseis apontados para o mundo inteiro, essa é a forte mensagem que está enviar”, disse hoje (19), em entrevista ao diário italiano Republica.
Tymoshenko, 61 anos, que foi chefe de governo por dois mandatos, entre 2005 e 2010, sob a presidência de Victor Yushchenko, apoia fortemente o atual presidente, Volodymyr Zelensky, após a invasão russa.
“Putin é um bárbaro e fascista, que incentivou a eliminação de idosos, mulheres e crianças. Alguns pensam que ele é louco, eu não acho. Tem uma mente racional e cínica. Por trás do seu comportamento há um núcleo sombrio, algo que vem da Idade Média mais sombria”, disse.
De acordo com Tymoshenko, a missão de Putin “é conquistar a Ucrânia”.
“Portanto, este é o momento da verdade: deixá-lo fazer ou detê-lo. Mas a vitória não depende apenas da Ucrânia. Os líderes dos países democráticos devem estar unidos contra ele”, enfatizou, lembrando que em 2008, quando era primeira-ministra, Putin atacou a Geórgia.
Segundo Tymoshenko, “Putin quer voltar às antigas fronteiras, não as da União Soviética, mas as do império russo”,
“Ele quer aumentar o território e a Ucrânia é apenas o primeiro passo. Ele quer a posse e o controle de uma parte importante do que chamamos de Estados Unidos da Europa”, que”, no futuro, poderá tornar-se uma prisão”..
A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase 2 mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões para países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento à Ucrânia e o reforço de sanções econômicas e políticas a Moscou.
Agência Brasil