Saber investir corretamente pode ser a diferença entre
ter ou não sucesso na vida financeira

 

Por Julia Freitas e Juliana Paixão

Juntar dinheiro é a promessa de fim de ano que boa parte dos brasileiros faz. Porém, cumpri-la já é uma tarefa um pouco mais difícil. A falta de educação financeira no país faz com que muitas pessoas não saibam que dinheiro pode produzir mais dinheiro. Nessa edição do CINFORM você vai aprender como fazê-lo trabalhar a seu favor.

As formas de investimento são variadas, o economista Luís Moura explica que é possível escolher a melhor de acordo com o perfil do investidor. “A decisão de investimento depende de muitas variáveis: o quanto a pessoa quer investir, qual o perfil da pessoa e ainda ter um conhecimento mínimo do que ele pode ganhar em cada aplicação financeira. O melhor parâmetro para isso é através da inflação, qualquer investimento que você vá fazer o ganho deve ser maior que a inflação porque senão você estará perdendo dinheiro”, comenta.

COMO INVESTIR

Em um país como o Brasil, em que as taxas de juros são altas, investir em títulos que os rendimentos são acrescidos por juros pode ser uma ótima saída para quem tem algum dinheiro parado e quer ter rendimentos maiores do que o oferecido pela Poupança.

Ao contrário da Bolsa de Valores, onde há influência de inúmeros fatores na queda ou subida dos papéis, bancos e financeiras oferecem algumas opções de investimento com baixo risco e, até mesmo, com remunerações isentas do Imposto de Renda (IRPF). Quando um investidor decide comprar títulos públicos, ele está emprestando dinheiro para o governo para que ele financie atividades específicas (construção civil, atividade agropecuária etc.) ou áreas essenciais, como a educação.

Preferida pela grande maioria dos brasileiros, 76% em 2016, segundo uma pesquisa da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro, a Poupança tem um rendimento muito baixo quando comparado aos demais investimentos. Sua variação é de 0,5% mais a Taxa Referencial (TR), que é calculada a partir da captação do Certificado de Depósito Bancário (CDB) das 30 principais instituições financeiras do país. Em 2017, foi registrado o melhor rendimento em 11 anos da Poupança, 3,88% ao ano, já descontada a inflação.

Outra opção de investimento é o Tesouro Direto. Com um investimento mínimo de R$ 30,00, o investidor pode optar entre duas formas de compra desses títulos que podem render até 9,69% ao ano. Ele pode participar de um fundo que já invista no Tesouro Nacional em que a compra é feita por um administrador profissional, ou ele pode optar por comprar diretamente na Secretaria do Tesouro pela Internet.

No Tesouro Direto existem investimentos de médio e longo prazo. Então, para ajudar o futuro investidor a descobrir qual o seu perfil e qual tipo de investimento é mais indicado para ele, foi criada a ferramenta “Orientador Financeiro”. Com a resposta de algumas perguntas, a ferramenta indica opções de investimento alinhadas com os objetivos financeiros do investidor.

A desenvolvedora de software Tanise Carvalho investe no Tesouro Direto há algum tempo. Decepcionada com os rendimentos da Poupança, ela conheceu outras formas de investimento através da internet. “Eu colocava meu dinheiro na poupança, mas achava muito frustrante ver ele lá parado sabendo que existiam outras opções com liquidez diária. Mesmo o rendimento do Tesouro Direto sendo baixo, ainda é maior que a poupança e uma excelente opção para quem não tem tempo de ficar estudando e controlando outros investimentos de alto risco”, comenta.

Segundo Luís Moura, o único risco do Tesouro Direto é caso a inflação sofra um aumento que fará com que o rendimento seja menor. “Se tudo correr bem e você comprar um título no Tesouro Direto, ao final de doze meses você terá ganho a diferença entre a Taxa Selic e a inflação. Como esse tipo de investimento é um título de garantia, ou seja, você não vai perder porque o Tesouro vai honrar esse título. O maior risco é a inflação crescer e essa diferença diminuir”, explica.

OUTRAS FORMAS DE INVESTIR

Ainda há investimentos que podem ser feitos diretamente nas agências bancárias, como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI). Esse tipo de título tem como garantias as hipotecas e alienação fiduciária de um imóvel. Ao comprar esse título, o investidor recebe juros por estar emprestando dinheiro aos bancos.

Desde 2004 este tipo de investimento é isento do Imposto de Renda, no entanto, ele tem um prazo mínimo de dois meses e o máximo de 25. Outra forma de investimento oferecida pelos bancos é a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Esse tipo de investimento ajuda os bancos a financiar a atividade agropecuária nacional, com o financiamento de máquinas agrícolas. Mas para fazer esse tipo de investimento, é necessário desembolsar um valor mínimo de R$ 10 mil e verificar a disponibilidade de direitos e créditos relacionados a essa atividade no banco.

Gabriel Veras começou a investir na bolsa de valores porque estava com dinheiro parado e tempo de sobra, mas decidiu migrar para os títulos de renda fixa porque a rotina da bolsa era muito cansativa. “Fui para renda fixa porque cansei de trabalhar com a bolsa. Era preciso ficar de olho nas ações, da hora que abre até o fechamento da bolsa. Já no caso de investimentos simples, como o LCI e o LCA, você não tem dor de cabeça, não precisa ter nenhum conhecimento na área, o risco é mínimo e o lucro garantido”, comenta. Tanto a Poupança quanto o LCI e o LCA são isentos de Imposto de Renda, mas o investidor precisa estar atento aos prazos mínimos e máximos para retirada dos rendimentos de cada um desses investimentos.

INVESTIR É DIFÍCIL

O economista, Luís Moura, comenta que o brasileiro investe pouco e explica o porquê. “As pessoas no Brasil não investem muito, primeiro porque ganham muito pouco, em média dois salários mínimos, e sobra muito pouco para fazer qualquer tipo de reserva. Quando sobra dinheiro é usado para pagar dívidas. O investimento do brasileiro é o FGTS, que ele é doido para mexer, mas só pode retirar quando for demitido ou quando for comprar um imóvel”, destaca.

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