O setor dos automóveis foi um dos responsáveis por esse crescimento, se recuperando após várias quedas consecutivas
O mês de maio apresentou algo positivo para a produção industrial brasileira e fechou com crescimento de 0,8% frente a abril, na série livre de influências sazonais. Esta é a segunda taxa positiva consecutiva registrada pela indústria brasileira, que em abril subiu 1,1% diante da crise agressiva que tem esfarelado o Brasil nos últimos tempos.
Os dados foram divulgados no início da semana, ainda na última terça-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – e dizem respeito à Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – PIM-PF. Com este resultado presente no quinto mês do ano, a indústria passou a acumular nos dois últimos meses expansão de 1,9%, eliminando a queda de 1,6% observada no mês de março.
Ainda que os dados de maio se confrontem com o resultado presente no mesmo mês, só que ano passado, a indústria brasileira registrou em maio último, avanço de 4%, o maior crescimento acumulado para o total da indústria desde os 4,8% registrados em fevereiro de 2014.
EM NÚMEROS
É importante frisar que, a taxa acumulada dos primeiros cinco meses do ano ficou em 0,5%. No resultado acumulado dos últimos 12 meses, no caso a taxa anualizada, o comportamento da indústria continua negativo: queda de 2,4%, prosseguindo com a redução no ritmo de queda iniciada com os -9,7% de junho de 2016.
O crescimento de 0,8% da atividade industrial na passagem de abril para maio de 2017 teve predomínio de resultados positivos, alcançando, segundo o IBGE, todas as quatro grandes categorias econômicas e 17 dos 24 ramos pesquisados.
Quando analisado pelo lado das grandes categorias econômicas, os destaques de abril para mais, a exemplo da série livre de influências sazonais, ficaram com bens de consumo duráveis que chegou a registrar em maio expansão de significativos 6,7%; seguido de bens de capital, com 3,5%, ambas as categorias intensificando o crescimento que já havia sido verificado em abril último: 2,9% e 1,9%, respectivamente.
O QUE MUDOU
Mesmo com resultados menos expressivos, os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis também fecharam com crescimento. No caso de bens de consumo semi e não-duráveis a expansão de 0,7% – o que interrompe uma série de três meses consecutivos de queda, período em que acumulou retração de 3,3%; em bens intermediários, a alta de 0,3% constitui-se no segundo resultado positivo consecutivo, acumulando nesse período crescimento de 2,3%.
Os veículos foram os maiores salvadores do mês. Do ponto de vista dos segmentos pesquisados pelo IBGE, a principal influência positiva foi registrada pelos veículos automotores, reboques e carrocerias, que chegou a avançar expressivos 9%, frente a abril influenciado, em grande parte, pela maior fabricação de automóveis e caminhões.
Ainda de acordo com o IBGE, o resultado de maio foi o mais elevado para o segmento desde os 10,4% de dezembro de 2016 e intensificando a expansão de 3,9% verificada no mês anterior. Outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram de produtos alimentícios, com 2,7%, e de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal, com 4%, com o primeiro eliminando o recuo de 0,6% observado no mês anterior; e o segundo completando o terceiro mês consecutivo de crescimento na produção, período em que acumulou alta de 8,5%.
Entre os seis ramos que reduziram a produção nesse mês, os desempenhos de maior relevância para a média global foram assinalados por produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com -2,2%, e produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com -7,6%.