Encontrava-me em uma palestra do professor e historiador, Leandro Karnal quando ele mencionou que “apenas pessoas boas têm amigos, os desonestos possuem cúmplices”. 
E na seara das relações, uma construção de amizade é até maior que o elo familiar, pois transcende em respeito incondicional, ao desejo sincero de estar feliz com a felicidade alheia. Ainda citando Karnal, ele relatava que em momentos de dor e tristeza, todas as pessoas se comovem, prestam solidariedade.
“Mas somente um amigo verdadeiro se emociona com a sua alegria e crescimento”, apontava. Há um teste poderoso para filtrar o joio do trigo. Conte suas glórias e observe o comportamento de quem ouve. O invejoso ou aquele que se aproxima de você apenas por algum interesse específico, logo se entrega, ficará desconfortável.
Considero a amizade uma pauta fundamental na minha vida. É importante sabermos os amigos que temos, em todas as áreas da vida, seja profissional, esportiva, amigos de bar, de cafés e ainda há os que podem transitar vários setores da existência. Para um amor dar certo, inclusive, é necessário o desfrute da amizade. Amores que são amigos têm mais chances de evoluírem na parceria afetiva. Há compreensão, empatia, cuidado e, principalmente, diálogo.
Pessoas sem ética agregam gente idem. Quando se vê estão fazendo delação premiada. Tem gente que diz na minha cara que tenho sorte. Mas ninguém nunca quis utilizar os meus calçados e nem sabe do meu passado. Então para não fazer papel de vítima, que seria bem confortável para mim, passei a oferecer o que gostaria de receber. O exercício começou em casa e percebi que meu perfil de investidora é de alto risco, por ser intensa, verdadeira e não ter medo de qualquer negativa.
Dos 100% que estou disposta a dar, observo a taxa de retorno. As pessoas vivem, cada qual, dentro das suas realidades. Então já não forço absolutamente nada: nenhum sapato que me aperte ou espaço que não seja digno de se estar. Quem quer ser pai, mãe, irmão, amigo, cliente, parceiro, colaborador, amor, se coloca lá onde intui estar bem, confortável, em paz. E assim o livre-arbítrio é exercido com generosidade pelos ciclos que cada um precisa passar.
Sempre teremos escolhas a fazer e sentimentos a consultar. Decide-se pelo que soa justo e imparcial consigo mesmo. O monge beneditino Anselm Grün explica que “decidir é abandonar a segurança do que sou pelo desafio do que quero ser”. E neste processo de existir, a evolução é um chamado ardente. Os cenários vão mudando, mas também a nossa forma de lidar com os desafios, principalmente os conflitos internos. A gente decide até o quanto a falta de paz alheia é capaz de alterar o nosso estado de ser. O quanto me permito envolver? Se for veneno, fofoca, inutilidades, para quê depositar tempo nisso?
Jesus diz que “a boca fala do que está cheio o coração”. É só observar. “Se você pudesse comer suas próprias palavras, a sua alma seria nutrida ou envenenada?”. Se estivermos ocupados cuidando da própria vida, em como melhorar nossas entregas, nos papeis que nos foram confiados e que estamos afinados, já há uma grande chance de ser alguém auto responsável, que não delega o próprio bem-estar e felicidade, a terceiros. 
Obviamente viveremos também dias tristes. E cabe nos perguntar como diz a música de Gilberto Gil: “qual a parte que me cabe deste latifúndio?”. Aprecio a palavra entusiasmo, de origem grega e quer dizer: “Deus em nós”. Há pequenos rituais que podem ser inseridos na rotina que nos proporcionam este entusiasmo. Para cada um é de um jeito, não tem receita de bolo. Para mim, esta prática se dá com silêncio, mas também em músicas que ouço. Livros que abro do acaso e permito receber uma mensagem do dia. Preparar o café sentindo seu aroma e beber na calmaria. Caminhar molhando os pés no mar. Acrescentar yoga e meditação, onde me ofereço o presente de não pensar em nada. São alguns dos meus ócios criativos.
Fico cheia de energia após alguns desses compromissos comigo mesma. Na Psicologia Positiva chama-se estado de flow, que pode ser desdobrado em qualquer tarefa onde se esteja totalmente no aqui e agora. “Você não pode fazer meditação, só pode estar em meditação. Não é questão de fazer alguma coisa, é uma questão de ser. Não é um ato, mas um estado”, conta Osho.
E para o filósofo, só há uma ciência, subdividida em objetiva e não objetiva. Na dimensão da matéria, ela é objetiva. E quantos se entregam ao subjetivo, que é dimensionar a interioridade? A palavra ciência significa “conhecer”, e fatalmente, estamos muito além de um corpo físico, pois este mesmo abriga emoções diversas. “O homem deve ser o mestre da mente”, afirma Osho em sua autobiografia. Isso só é possível com meditação, pois é onde aprendemos a silenciá-la.
Quando essa transformação ocorre, passamos a estarmos meditativos na maiorias das circunstâncias. Uma fala não será uma mera colocação. Nossas palavras ficarão mais comedidas, pois, como dizem, “o silêncio é ouro”. Por isso a responsabilidade da minha irmandade de escritores, é grande. Palavras faladas, o vento até leva. Mas o que se registra em textos, pode vir a ser eterno. E meu pensamento pode destoar completamente em outra era. Torço que sim. 
Estamos aumentando a nossa capacidade de telepatia gradativamente com o teste de afastamento social, imposto por algo infinitamente maior que os controles remotos dos terráqueos. Nossas novas comunas serão baseadas em laços cada dia mais verdadeiros e de sintonia energética. Mesmo que uma criança cresça sob a tutela familiar, chegará a vez dela ser livre de qualquer influência arcaica e falida. A orientação por pares, e não por pais, inicia em média, aos 10 anos. Mas pode ir reduzindo essa média com a expansão tecnológica e disseminação de matérias tais como ‘inteligência emocional’ nas escolas. Fiquemos alertas, presentes, conscientes, e se puder, meditativos. Essencialmente serão amigos com afinidades de bons sentimentos e ideologias que estarão regendo as próximas convivências: tanto em parcerias de negócios – descentralizados do centro de poder – e no cultivo de lazer e na vida privada, no lar. 

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