Sonho do proprietário vira realidade em trabalho artesanal,
mas que teve resultado profissional nesse Fusca 1969
Anderson Christian
Aí você vai a Itabaiana. Na sequência, visita um dos ícones da cidade, a Rádio Princesa da Serra, a primeira emissora do interior sergipano. Então, na porta da emissora, a depender do horário, você pode achar essa belezura: um Fusca 1969, motor 1600. E, finalmente, conhecer Gilson Portela, radialista, do alto dos seus 70 anos – “Mas se eu pudesse não sairia do 69, que é uma idade que combina mais comigo”, diz, entre risos.
E então, qual a história desse Fusquinha, literalmente? “Bom, eu chamo ele de “Celebridade”. E já é uma tradição antiga nossa, a de gostar de Fusca. Esse mesmo eu tenho há quinze anos e ele é único, foi idealizado por mim e com o talento do professor Marcos, que é professor de Educação Física, já foi técnico e preparador físico do Itabaiana, e é o melhor chapista automotivo do Brasil, pois assim o considero, até porque esse não é o primeiro que ele faz”, conta Gilson.
E, finalmente, descobrimos o que deixou esse modelo 69 – “meia nove, viu?”, insiste Gilson – tão especial: Marcos, que é personagem para ser conhecido em detalhes numa outra edição do CINFORM Veículos, reduziu a distância entre eixos desse Fusca em cerca de 55 centímetros. “Um pouco mais ou um pouco menos”, destaca Gilson.
DETALHES TÃO PEQUENOS
“Esse santo-antônio sai, e assim sai essa capota de lona que fui eu também que idealizei. Aí ele fica inteiramente conversível”, reforça Gilson, dando um caráter meio carnavalesco ao carrinho. “Quando vou a Neópolis, no Carnaval, o pessoal fica doido pelo “Celebridade””, ri Gilson.
Se vai a Neópolis, pega estrada, né não? “E muita. Quando vou a Aracaju, à praia do Jatobá, tenho que parar para o pessoal tirar foto, para perguntar algo sobre o carro”. E, dentre o que o pessoal quer saber, o motor, explica Gilson, é original, numa versão 1600 cilindradas, um clássico dentre os Fuscas.
Com uma modificação tão profunda, na diminuição do cumprimento, o desempenho, garante Gilson, segue muito bom. “É igual a como era antes, desenvolve velocidade sem nenhum embaraço. Só que um carro como esses, com certeza gera aventuras. E qual teria sido a maior delas?
“Olha, foi uma vez que eu estava fazendo uma viagem, e um policial rodoviário pediu para que eu mostrasse os documentos, que estão certo, adaptados, sem nenhum problema. Mas antes de abrir a carteira, o policial viu que eu era flamenguista, pois minha carteira tem o escudo do Flamengo. Mas isso ele podia ter visto antes, pois a cor e muitos detalhes no “Celebridade” são em homenagem ao Flamengo. Bom, mas aí o policial disse: “pode seguir, você é da família flamenguista”. Rimos e eu segui viagem”, finaliza Gilson Portela.